A Importância de Michel foucalt para o direito
por
Joel Jorge Martinez Silva
(Acadêmico do 3º semestre)
Monografia requerida como trabalho de conclusão do curso de graduação
Graduação em Direito
Universidade Federal da Bahia
2003
Professor Orientador:
Paulo Roberto Lyrio Pimenta
Doutor
em Direito Tributário pela Pontifícia Universidade
Católica de São Paulo e Mestre em Direito pela
Universidade Federal da Bahia, onde leciona nos cursos de Graduação
e de Mestrado, Juiz Federal da Bahia, foi Professor do Curso de
Especialização em Direito Tributário da PUC-SP
no período de 2000/2001.
1. Tema
A noção e as formas de controle social punitivo institucionalizado e difuso em Michel Foucalt: ferramentas de estudo do direito.
2. Problematização
O que é controle social?
Como se manifestam as formas de controle social nos agrupamentos humanos?
Como diferenciar o controle social difuso do controle social punitivo? Que outras formas eles podem assumir?
Quais são os autores que melhor detalham o tema na atualidade?
Como foi possível a um expert em semiótica tornar-se figura importante na paisagem do Direito Penal?
Que formas de controle social - relacionados diretamente com a expressão do direito penal - Foucalt descreveu com maestria?
Quais penalistas sofreram influência de Foucalt?
Como podemos situar a obra foucaltiana no Direito e, em especial, no Direito penal?
Por quê as instituições sociais não podem prescindir das formas de controle social punitivo?
Afinal, o estudo de Foucalt é essencial ao profissional do Direito? Existiria uma seqüência bibliográfica obrigatória sobre o tema?
3. Justificativa
Michel Foucalt (19XX – 1988) foi um importante intelectual nas últimas décadas do século XX. Seus biográfos têm encontrado dificuldades na classificação de sua escritos: ensaísta, escritor, filósofo, comunicador, semiologista, professor, psicólogo, tais substantivos são sempre insuficientes para defini-lo. Já quanto ao caráter enciclopédico, provocador e revolucionário da totalidade de seus escritos não restam dúvidas. Observa-se com facilidade que o estudo das ferramentas de controle social trespassam suas obras. Assim, ele elabora, na parte final de sua vida, uma genealogia do direito penal racionalizado e da execução penal cientificamente humanizada. Trata-se do surgimento de um regime moderno de poder, que possui uma grande variedade de mecanismos de controle social. Este novo regime impõe sua força através do disciplinamento em diversas esferas da vida. Interessa-nos aqui as formas de poder punitivo institucionalizado.
Diante da importância de Foucalt para o Direito, e em especial, para o Direito Penal, e considerando a abordagem superficial de suas obras no estudo de graduação, este breve escrito tenta trazer à tona um visão geral da seus conceitos, tais que possuam tangência com a Ciência Penal.
4. Planejamento
Parte Primeira
Título: Noções Introdutórias
Capítulo I. O mundo de Foucalt
Seção 1. Quem foi Michel Foucalt
Seção 2. A relação entre a praxis do seu trabalho e seus escritos
Seção 3. A vivência da esfera prisional e manicomial
Seção 4. A Interação com outros filósofos
Seção 5. Abordagens não exploradas
Capítulo II. Controle Social: visão geral
Seção 1. Antecedentes históricos
a) Antiguidade oriental média: Teocentrismo
b) Antiguidade clássica: a pólis e a cittá
c) Idade média: Deus e seus sectários
d) Renascimento: a razão como braço de ferro
e) Revolução industrial: a defesa das engrenagens
Seção 2. O entendimento de outros doutrinadores
a) Zaffaroni
b) Acquaviva
c) Damásio
d) Delleuze
Parte Segunda
Título: As idéias foucaltianas
Capítulo III. Controle social
Seção 1. Significado
Seção 2. As formas
a) O direito
b) A polícia
c) Os juízes
d) O sistema prisional
e) As penas pecuniárias
Parte Terceira
Título: A íntima relação entre Estado e controle social
Capítulo 4. As instituições punitivas institucionalizadas e sua presença no corpo
social
Capítulo 5. Um Estado sem formas de controle social é possível?
Capítulo 6. Penalistas pos-foucalt: um novo direito penal?
Parte Quarta
Título: Foucalt na Academia
Capítulo 7. A leitura de Foucalt na graduação
Capítulo 8. O mundo foucaltiano indispensável ao acadêmico de Direito
Capítulo 9. Roteiro de estudo pelas obras completas de Foucalt
Parte Quinta
Título: Crítica ao espírito foucaltiano
Capítulo 10. O autor obcecado pela morte e pela loucura
Capítulo 11. O relativismo frio e niilista
Capítulo 12. Baudrillard – o maior crítico
Capítulo 13. um autor, vários Foucalts: seus intérpretes
5. Custos
a) Fotocópias - R$ 17,00 (capítulos da obra Monografia Jurídica)
b) Aquisições:
b.1) 1 exemplar da obra Microfísica do Poder de Michel Foucalt - R$ 35
b.2) 1 exemplar da obra Michel Foucalt e o Direito de Márcio Alves de
Fonseca – R$ 65
6. Cronograma
A - Planejamento
Atividades |
Dez/2002 |
Jan/2003 |
Fev/2003 |
Mar/2003 |
Preparação da pesquisa |
X |
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Escolha do assunto |
X |
X |
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Formulação do problema |
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X |
X |
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Escolha da metodologia |
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X |
X |
X |
Contato com orientador |
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X |
X |
X |
B - Coleta de dados
Atividades |
Abr – Mai / 2003 |
Jun – Jul / 2003 |
Ago – Set / 2003 |
Out – Nov / 2003 |
Pesquisa bibliográfica |
X |
X |
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Fichário bibliográfico |
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X |
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Fichário de leitura |
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X |
Contato com orientador |
X |
X |
X |
X |
C – Análise de dados
Atividades |
Dez/2003 – Jan/2004 |
Fev – Mar / 2004 |
Abr – Mai / 2004 |
Interpretação dos dados |
X |
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Plano definitivo |
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X |
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Revisão da documentação |
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X |
Contato com orientador |
X |
X |
X |
7. Bibliografia
BAUDRILLARD, Jean. [Esqueçendo Foucalt].
DELEUZE, Gilles. Foucalt. São Paulo: Brasiliense, 1985.
FONSECA, Márcio Alves de. Foucalt e o Direito. São Paulo, Editora Martins
Fontes, 2001.
FOUCALT, Michel. Vigiar e Punir. Petrópolis: Vozes, 1987.
_______________. A Verdade e as formas jurídicas.
_______________. Microfísica do Poder. Rio de Janeiro: Editora Graal,
1982.
_______________. As palavras e as coisas. São Paulo: Martins Fontes,
1982.
POL-DROIT, Roger. A companhia dos Filósofos. [São Paulo]: Martins Fontes,
[2002].
ONFRAY, Michel. O Materialismo Hedonista. [São Paulo]: Martins Fontes,
[1999].
ZAFFARONI, Enrique Raúl; PIERANGELLI, José Enrique. Manual de Direito
Penal Brasileiro. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 4ª edição, 2002