Quero, neste estudo,
analisar as principais doutrinas católicas com as Escrituras e mostrar
a total incompatibilidade que existe entre a fé dos evangélicos
e a fé dos católicos. O profeta Amós perguntou: “Andarão
dois juntos, se não estiverem de acordo?” (Am 3.3) Não estou
pregando a intolerância religiosa, o respeito pelo próximo
é uma marca cristã, o direito a escolha religiosa é
um direito inegociável. Refiro-me a tentativa ecumênica de
unir evangélicos e católicos numa só igreja. Um artigo
na Internet divulgou que “João Paulo II vem manifestando interesse
em aproximar-se de judeus e evangélicos”. A proposta ecumênica
dos católicos é de mão única. Estes estão
interessados que os evangélicos, por exemplo, aceitem o Papa como
cabeça da igreja e muito mais. A meta do ecumenismo é a união
de todas as igrejas em uma só Igreja Mundial. É impossível
aceitar essa proposta sem abrir mão daquilo que é básico
em nossa fé. Sabemos, pelas Escrituras, que o Anticristo virá
sobre as asas do ecumenismo se colocando como líder religioso mundial
dizendo ser o Cristo.
PEQUENO HISTÓRICO
A igreja católica, que conhecemos hoje, é o resultado de alterações feitas à partir da igreja primitiva. Segundo Aurélio, “...o catolicismo romano é a religião que reconhece o Papa como autoridade máxima, que se expande por meio de sacramentos, que venera a virgem Maria e os santos, que aceita os dogmas como verdades incontestáveis e fundamentais e que tem como ato litúrgico mais importante a missa”. O que essa igreja tem em comum com a igreja primitiva? Nada!
Durante os primeiros séculos cristãos ocorreram muitas perseguições, isto cooperou para que a igreja se mantivesse fiel as Escrituras. Este período é chamado de era patrística, ou era dos pais da igreja. Halley fala de Policarpo (69-156 d.C.), discípulo de apóstolo João que foi queimado vivo por se recusar a amaldiçoar a Cristo. Policarpo falou: “oitenta e seis anos faz que sirvo a Cristo e Ele só me tem feito bem, como podia eu, agora, amaldiçoá-lo, sendo Ele meu Senhor e Salvador?”
A corrupção no cristianismo começou já em meados do século III, onde houve o primeiro rompimento sério dos cristãos, por causa da introdução dos batismos de crianças. O rompimento foi chamado de “desfraternização”. No século IV, Constantino ascendeu ao posto de Imperador. Este apoiou o cristianismo e fez o mesmo religião oficial do Império Romano. Assim sendo, muitos ímpios se tornaram cristãos por motivos políticos e escusos. Constantino convocou em 325 d.C. o Concílio de Nicéia onde surgiu o catolicismo romano influenciado por doutrinas pagãs. Como pôde haver essa junção entre o cristianismo e Roma? Roma que sempre foi centro de idolatria em que seus imperadores eram considerados deuses. Alcides Peres conta que em 326 d.C., um ano depois do Concílio, Constantino vai a Roma para celebrar o vigésimo ano de seu reinado. Por intriga palaciana, manda prender seu filho Crispo, que é logo julgado, condenado e morto pelo próprio pai... Foi esse homem que deu origem a esta junção do catolicismo com o romanismo.
Muitas doutrinas estranhas
continuaram a penetrar no catolicismo romano. Fazendo que cada vez mais
a igreja católica se distanciasse de sua origem. Citarei alguns
exemplos dando datas aproximadas.
Lorraine Boettiner escreveu:
“O protestantismo como surgiu no século dezesseis não foi
o começo de alguma coisa nova, mas o retorno ao cristianismo bíblico
e à simplicidade da igreja apostólica da qual a igreja católica
se afastou há muito tempo.”
A AUTORIDADE DAS ESCRITURAS
Para começo de conversa é bom falarmos sobre a autoridade da Bíblia segundo o catolicismo. Segundo o catolicismo existem três grandes autoridades para o ensino: a tradição da igreja, o magistério e as Escrituras Sagradas. Para eles a Bíblia sozinha não é suficiente. Raimundo F. de Oliveira cita o Padre Benhard que em 1929 escreveu: “A Bíblia não é a única fonte de fé, como Lutero ensinou no séc. XVI, porque sem a interpretação de um apostolado divino e infalível, separado da Bíblia, jamais poderemos saber, com certeza, quais são os livros que constituem as Escrituras inspiradas, ou se as cópias que hoje possuímos concordam com os originais. A Bíblia em si mesma, não é mais do que letra morta, esperando por um intérprete divino... Certo número de verdades reveladas têm chegado a nós, somente por meio da tradição divina.”
“Porque eu testifico a todo aquele que ouvir as palavras da profecia deste livro que, se alguém lhes acrescentar alguma coisa, Deus fará vir sobre ele as pragas que estão escritas neste livro; e se alguém tirar quaisquer palavras do livro desta profecia, Deus tirará a sua parte da árvore da vida, e da cidade santa, que estão escritas neste livro.” (Ap. 22.18 e 19)
Conforme temos visto, para o catolicismo romano, a Bíblia não é a única regra de fé. A revelação, segundo eles, está apoiada no seguinte tripé: as escrituras, a tradição da Igreja e o magistério. Ainda tiram da Bíblia o valor de ser a autoridade final. Observe a declaração do catecismo de 1994: “O ofício de interpretar autenticamente a Palavra de Deus escrita ou transmitida (tradição) foi confiado unicamente ao magistério vivo da Igreja, cuja autoridade se exerce em nome de Jesus Cristo, isto é, aos bispos em comunhão com o sucessor de Pedro, o bispo de Roma.” Ou seja, para os católicos, a interpretação dos magistrados é superior as Escrituras Sagradas. Paulo nos advertiu: “Mas ainda a que nós mesmos ou um anjo do céu vos anuncie outro evangelho além do que já tenho anunciado, seja anátema.” (Gl 1.8). E em Rm 3.4 está escrito “...sempre seja Deus verdadeiro e todo o homem mentiroso.”
Além desse tripé errôneo, existe o fato da Igreja Católica possuir livros apócrifos em sua Bíblia. A palavra “apócrifo” vem do grego apokrupha que significa “coisas ocultas”. Porém com o decorrer do tempo foi adquirindo o significado de “espúrio” e “não-puro”. Os livros apócrifos estão inseridos no Velho Testamento fazendo que o Velho Testamento deles tenham 46 livros enquanto o nosso têm 39 livros. Os apócrifos são: Tobias, Judite, Sabedoria, Eclesiástico, Baruque, 1º e 2º de Macabeus, seis capítulos e dez versículos acrescentados no livro de Ester e dois capítulos de Daniel. Foi no Concílio de Trento em 15 de abril de 1546, em sua quarta sessão que a Igreja Católica declarou estes livros sagrados.
Quero dar quatro razões para não aceitarmos esses livros como inspirados por Deus.
1ª) Esses livros não estão no cânon hebraico. A palavra “cânon” significa literalmente “cana” ou “vara de medir”. Esta palavra, com o tempo, passou a classificar os livros que são considerados genuínos e inspirados por Deus. Sendo assim os hebreus consideram os livros apócrifos como não inspirados por Deus.
2ª) Não há no Novo Testamento nenhuma citação desses livros. Jesus e os apóstolos não citaram uma vez sequer um trecho incluído nesses livros. Assim mostrando que não eram considerados genuínos por Cristo ou pelos apóstolos.
3ª) Doutrinas contrárias as escrituras são baseadas nesses livros, tais como: a intercessão pelos mortos, a intercessão dos santos, a salvação pelas obras, etc.
4ª) Os católicos não foram unânimes quanto a inspiração divina nesses livros. No Concílio de Trento houve luta corporal quando este assunto foi tratado. Lorraine Boetner (in Catolicismo Romano) cita o seguinte: “O papa Gregório, o grande, declarou que primeiro Macabeus, um livro apócrifo, não é canônico. O cardeal Ximenes, em sua Bíblia poliglota, exatamente antes do Concílio de Trento, exclui os apócrifos e sua obra foi aprovada pelo papa Leão X. Será que estes papas se enganaram? Se eles estavam certos, a decisão do Concílio de Trento estava errada. Se eles estavam errados, onde fica a infalibilidade do papa como mestre da doutrina?”
SALVAÇÃO
Como o Catolicismo Romano
vê a salvação? Adolfo Robleto (in: O Catolicismo Romano)
destaca: “Na Igreja Católica, no entanto, o tema da salvação
não ocupa um lugar proeminente. Os esforços se encaminham
para o sentido de que o povo católico, não falte à
igreja e faça obras de caridade.” Segundo o catolicismo a salvação
é adquirida de três formas básicas: 1ª) graça
de Deus, 2ª) fé e obras e 3ª) a igreja e seus sacramentos.
1ª) Graça de Deus – A palavra
graça significa favor imerecido e gratuito. É algo concedido
por Deus de forma gratuita sem qualquer mérito humano. “Porque pela
graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem
de vós; é dom de Deus. Não vem das obras para que
ninguém se glorie.” (Ef 2.8 e 9). Por sua vez, a Igreja Católica
não vê a graça como um favor gratuito e imerecido.
O fiel para receber a graça de Deus precisa ser ligado a Igreja
Católica e participar dos sacramentos, sendo só desta forma
que Ele pode receber a graça de Deus. Caso não receba a graça,
o fiel não poderá ser salvo. Mas as Escrituras deixam bem
claro que sendo a salvação pela graça, não
pode ser ao mesmo tempo pelas obras. “E se é pela graça,
já não é pelas obras; do contrário, a graça
já não é graça.” (Rm 11.6).
2ª) Fé e obras – Segundo o
catolicismo a fé em Cristo não é suficiente para se
adquirir a salvação. É necessário também
realizar caridades, esmolas e participar dos sacramentos. No Concílio
de Trento (1546-1563) saiu o seguinte decreto: “Se alguém disser
que a fé é justificadora não é nada mais que
confiança na misericórdia divina que cancela o pecado em
nome de Cristo somente; ou que esta confiança sozinha basta para
sermos justificados, que seja anátema.” O catolicismo chama de maldito
aquele que crê que a fé em Cristo sozinha é suficiente
para justificá-lo diante de Deus. Mas nas Escrituras está
escrito: “Sendo pois justificados pela fé, tenhamos paz com Deus
por nosso Senhor Jesus Cristo.” Cristo pouco antes de morrer na cruz disse:
“...está tudo consumado”. Mostrando assim que o homem não
precisaria fazer mais nada para adquirir a salvação. Pois
Ele “veio buscar e salvar o que se havia perdido” (Lc 19.10).
A salvação não pode ser comprada pelas obras humanas. “Ou quem lhe deu primeiro a Ele, para que seja recompensado?” (Rm 11.35). Quem crê na salvação pela fé em obras está dizendo que Cristo morreu em vão (Gl 2.21).
Adolfo Robleto escreveu:
Qual é então a relação entre a fé e
as obras? É a seguinte: a fé é a raiz; as obras são
o fruto. A fé nos justifica para com Deus; as obras evidenciam essa
fé diante dos homens. Deus vê o coração; os
homens vêem as obras da fé no viver. Fazemos boas obras depois
que cremos que somos salvos, e não antes da fé para sermos
salvos. Em conclusão: as obras não produzem a salvação,
mas, sim, são um resultado um resultado dela.” Veja Ef 2.10.
3ª) A igreja e seus sacramentos –
No catecismo de 1994 está escrito: “Toda salvação
vem de Cristo–cabeça, através da igreja, a qual é
o seu corpo; apoiado na Sagrada Escritura e na tradição (o
Concílio) ensina que esta igreja, agora peregrina na terra, é
necessária a salvação... por isso não
podem salvar-se, aqueles que, sabendo que a igreja católica foi
fundada por Deus através de Jesus Cristo, como instituição
necessária, apesar disso não quiserem entrar nela ou perseverar.”
Nas Escrituras não há nenhuma indicação que alguém deve entrar numa igreja para obter salvação. A salvação só é por meio de Cristo (At 4.12; Jo 3.36; Jo 5.24; Jo 20.31; At 10.43; I Ts 5.9 etc.). Depois de salvo o cristão deve se ligar a uma igreja realmente cristã para ter comunhão com seus irmãos em Cristo (Hb 10.25, I Jo 1.5-7 e I Jo 4.20 e 21).
A palavra sacramento vem do latim sacramentum que antigamente tinha dois significados básicos:
1.º) Algo que era separado para um
propósito sagrado
2.º) Era um juramento que o soldado
fazia ao Imperador de Roma ao ingressar no exército. No século
V, Agostinho começou a elaborar as doutrinas dos sacramentos, que
ele definiu como “a forma visível de um graça invisível”
(signum visible de gratia invisible). Só no ano de 1439, no Concílio
de Florença, foi que os sete sacramentos foram oficializados pelo
catolicismo. Sendo os sete sacramentos: batismo, crisma ou confirmação,
penitência, eucaristia ou missa, matrimônio, unção
de enfermos ou extrema-unção e santas ordens. Segundo o catecismo
de 1994, “a Igreja afirma que para os crentes os sacramentos da nova aliança
são necessários à salvação.” Os sete
sacramentos são nada menos que uma séria de boas obras que
os católicos crêem que precisam fazer para alcançar
a salvação. Mas em Rm 3.20 está escrito: “Por isso
nenhuma carne será justificada diante Dele pelas obras...”
Ao criar esta doutrina
o catolicismo forma uma espécie de salvação sacerdotal,
pois os sacramentos só podem ser ministrados pelos “sacerdotes”
católicos. Transformando os sacerdotes católicos em mediadores
entre Deus e os homens. O que é uma tremenda heresia: “Porque há
um só Deus, e um só mediador entre Deus e os homens, Jesus
Cristo homem.” Analisaremos brevemente cada sacramento.
O BATISMO
Os católicos
crêem que o batismo é necessário a salvação,
que sem o batismo a pessoa está condenada ao inferno. No concílio
de Trento foi decretado: “As crianças se não forem regeneradas
para Deus através da graça do batismo, quer seus pais sejam
cristãos ou infiéis, nascem para miséria e perdição
eternas.” Quão terrível é esta doutrina! Já
nós, evangélicos, cremos que estando a criança na
fase da inocência vindo falecer esta irá para o céu.
“Por que dos tais é o reino dos céus.” (Mt 19.14). O batismo
é para quem crê. Enquanto a criança não tiver
como decidir sobre a sua fé em Cristo, esta não pode ser
batizada. A afirmação que o batismo salva é totalmente
equivocada. O batismo é para os salvos e só a ausência
de fé em Cristo é que condena. “Quem crer e for batizado
será salvo, quem não crê será condenado.” (Mc
16.16)
CRISMA OU CONFIRMAÇÃO
Segundo eles, é
um ato de aprofundamento em Cristo para todos aqueles que já foram
batizados. No catecismo de 1994 está escrito: “a confirmação
aperfeiçoa a graça batismal; é o sacramento que dá
o Espírito Santo para enraizar-nos mais profundamente na filiação
divina; incorporar-nos mais firmemente a Cristo, tornar mais sólida
a nossa vinculação com a Igreja...” Preste atenção!
Segundo eles, este sacramento concede o Espírito Santo. Por isto
no crisma o bispo impõe suas mãos sobre a cabeça da
pessoa com o propósito de transmitir o Espírito Santo. Não
existem nenhum ritual, nas Escrituras, que aprofunde alguém espiritualmente.
A filiação divina não é aprofundada por um
ritual mas é conseguida plenamente no momento em que se crê
em Cristo. É o que está escrito em João 1.12: “Mas
a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de
Deus; aos que crêem no Seu nome.” E é neste momento que recebemos
o Espírito Santo. “Pois todos nós fomos batizados em um Espírito
formando um corpo, quer judeus, quer gregos, quer servos, quer livres e
todos temos bebidos de um Espírito.”
PENITÊNCIA
Segundo o catolicismo
é a maneira de remover a penalidade dos pecados cometidos depois
do batismo e crisma. O padre depois de ouvir a confissão dos pecados
recomenda aos fiéis penitências como: orações,
ofertas, ajuda ao próximo ou algum tipo de privação.
No catecismo de 1994 está escrito: “A absolvição tira
o pecado, mas não remedia todas as desordens que ele causou. Liberto
do pecado, o pecador deve ainda recobrar a plena saúde espiritual.
Deve, portanto, fazer alguma coisa mais para reparar seus pecados; deve
satisfazer de modo apropriado ou expiar seus pecados. Esta satisfação
chama-se também penitência.” Esta doutrina é uma verdadeira
aberração. O sacrifício de cristo é único
e suficiente (Hb 10.12).
EUCARISTIA OU MISSA
Lorraine Boetner cita o catecismo de Nova York que diz o seguinte:
“Jesus Cristo nos deu o sacrifício na cruz da missa para que a sua Igreja tenha um sacrifício visível que prolongue o Seu sacrifício na cruz até o fim dos tempos. A missa é o mesmo sacrifício que o sacrifício da cruz. A santa comunhão é participar do corpo e do sangue de Jesus Cristo sob a aparência de pão e vinho”.
Vemos que para os católicos a eucaristia ou missa é onde Cristo volta a ser crucificado para que os benefícios da cruz se apliquem continuamente aos seus participantes. Na epístola aos Hebreus capítulo 9 vemos Jesus sendo comparado aos sacerdotes no templo. Porém o autor mostra que Cristo é superior aos sacerdotes, sendo Ele o Sumo Sacerdote perfeito que ofereceu-se uma vez.
Observe:
“Nem também para si mesmo oferecer muitas vezes, como o sumo sacerdote cada ano entra no santuário com sangue alheio. Doutra maneira, necessário lhe fora padecer desde a fundação do mundo; mas agora na consumação dos séculos uma vez se manifestou, para aniquilar o pecado pelo sacrifício de si mesmo. E, como aos homens está ordenado morrerem uma vez vindo depois disso o juízo, assim também Cristo, oferecendo-se uma vez para tirar os pecados de muitos...” (Hb 9.25-28).
No versículo 12 afirma que entrou “uma vez no santuário, havendo efetuado uma eterna redenção.” A redenção é eterna então não há necessidade de rituais para que a redenção continue.
Ensina a teologia católica a transubstanciação (alteração de substância) durante a eucaristia. Após a consagração dos elementos, pão e vinho, e a recita feita pelo padre das palavras de Cristo, “isto é o meu corpo” e “isto é o meu sangue”, o pão se transforma na carne de Cristo e o vinho no sangue de Cristo. Esquecem os católicos que Jesus Cristo, em pessoa, institui a ceia do Senhor e pronunciou as palavras: “isto é o meu corpo e o meu sangue.” Se a transubstanciação fosse verdadeira, Cristo teria comido a sua própria carne e bebido do seu próprio sangue. Isso seria impossível, pois Cristo estava em pessoa celebrando a ceia e seria um absurdo comer o próprio corpo e beber do próprio sangue. Cristo foi bem claro “fazei isto em memória de mim”. Se é “em memória” é forçoso admitir que Cristo não estava presente nos elementos: pão e vinho. (Lc 22.19 e 20).
Paulo ao instruir sobre a ceia do Senhor chamou o pão de pão e vinho de vinho. Note bem: “Porque todas as vezes que comerdes este pão e beberdes este cálice anunciais a morte do Senhor, até que venha” (I Co 11.26). E ainda, em algumas passagens da Bíblia vemos a ceia do Senhor sendo chamada de “o partir do pão” e não o partir do corpo (At 2. 46). Os católicos costumam usar como base bíblica para a eucaristia, as seguintes palavras de Cristo: “Porque a minha carne verdadeiramente é comida e o meu sangue verdadeiramente é bebida” (Jo 6.55). É claro que Cristo falou estas palavras no sentido figurado, ou será, que Cristo pregou o canibalismo. Mas os católicos, ainda insistem, pois Cristo falou “verdadeiramente”. Como Cristo também falou: “Eu sou a videira verdadeira e meu Pai é o lavrador.” (Jo 15.1) Cristo é uma planta? Não. Fica evidente que Ele usou o sentido figurado como usou em Jo 6.55. O capítulo 6 de João é o registro da multiplicação de pães. A multidão começou a seguir a Jesus por causa do pão terreno. Mas Cristo queria lhes oferecer o pão espiritual: “Eu sou o pão da vida; aquele que vem a mim não terá fome; e quem crê em mim nunca terá sede” (Jo 6.35). É claro que Jesus falou no sentido espiritual como também falou em Jo 6.55.
Os católicos
ainda crêem que ao participar da eucaristia os fiéis têm
a purificação dos pecados presentes, preservação
dos pecados futuros e ainda ajudam os mortos. No catecismo de 1994 está
escrito: “O sacrifício eucarístico é também
oferecido pelos fiéis defuntos que morreram em Cristo e não
estão ainda plenamente purificados, para que possam entrar na luz
e na paz de Cristo.” As Escrituras são claras ao dizer que todos
os pecados são removidos através do sangue de Cristo (veja
I Jo 1.7 e Ap 1.5.)
MATRIMÔNIO
Sem dúvida alguma, Deus institui o casamento, sendo este a primeira instituição divina, quando uniu Adão e Eva (Gn 2.23 e 24). Uma coisa é considerar o casamento uma instituição divina. Outra coisa, totalmente diferente, é considerar o casamento como sacramento (meio de graça). Os católicos crêem que quando seus “sacerdotes” realizam seus casamentos, a graça de Deus vem através dos mesmos.
Com este tipo de pensamento,
os católicos só consideram os casamentos realizados pelos
seus sacerdotes. O erro de considerar o casamento como um sacramento se
deu por um erro de tradução da Vulgata (versão latina
das Escrituras, traduzida por Jerônimo) que traduziu Efésios
5.32 como “Este é um grande sacramento” enquanto a tradução
correta é “Este é um grande mistério”. Sabemos que
a Igreja Católica costuma cobrar uma taxa para realizar casamentos.
UNÇÃO DOS ENFERMOS OU
EXTREMA UNÇÃO
Segundo o catolicismo, é um meio de conferir graças aos enfermos, anciãos e moribundos, ajudando assim no perdão dos pecados. Normalmente é ministrado pelo “sacerdote” a pessoa que está à beira da morte. O “sacerdote” unge os olhos, nariz, mãos e pés enquanto recita uma “oração especial” em latim. Este ritual visa diminuir a quantidade de pecados da pessoa devendo o restante ser “pago” pelos parentes através das missas.
Em nenhum lugar das
Escrituras vemos a recomendação para a realização
desse ritual. O sangue de Cristo é suficiente para perdoar os pecados
e não precisa de “óleo sagrado” para aperfeiçoar este.
Na Bíblia, existe a recomendação de orar pelo enfermo
com o uso do óleo (sendo o óleo apenas um símbolo
do Espírito Santo) mas não para o perdão dos pecados,
e sim, para cura do corpo. (Tg 5.14-16)
SANTAS ORDENS
Segundo o catolicismo
é ato de conferir graça especial e poder espiritual aos padres,
bispos, arcebispos, cardeais e papas. Fazendo destes sacerdotes, portanto,
representantes de Cristo na terra. A idéia do sacerdócio
é do Antigo testamento, onde os sacerdotes basicamente exerciam
três funções:
1.ª) Ofereciam sacrifícios
no santuário diante de Deus em benefício do povo.
2.ª) Ensinavam a lei de Deus.
3.ª) Buscavam a vontade de Deus.
O sacerdócio
era uma sombra ou tipo daquele que haveria de vir – Cristo. Com a vinda
de Cristo não há necessidade nenhuma de sacerdotes. Em Hb
9.11 e 12 está escrito: “Mas, vindo Cristo, o sumo sacerdote dos
bens futuros, por um maior e mais perfeito tabernáculo, não
feito de mãos, isto é, não desta criação,
nem por sangue dos bodes e bezerros, mas por seu próprio sangue,
entrou uma vez no santuário, havendo efetuado uma eterna redenção”.
E em Hb 9.24 está escrito: “Porque Cristo não entrou num
santuário feito por mãos de homens, figura do verdadeiro,
porém no mesmo céu, para comparecer por nós perante
a face de Deus.”
O sacerdote era uma espécie de mediador dos homens diante de Deus. Hoje temos um único mediador: “Porque há um só Deus, e um só mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo homem.” (I Tm 2.5). Hoje cada crente pode ir a Deus através de Cristo. “Pedi e dar-se-vos-á; buscai, e encontrareis; batei, e abrir-se-vos-á. Porque, aquele que pede, recebe; e o que busca, encontra; e o que bate, se abre.” (Mt 7. 7 e 8). Diante dessas irrevogáveis verdades bíblicas, pasmem com que está escrito no Concílio de Trento:
“O sacerdote é o homem de Deus, o ministro de Deus... Aquele que despreza o sacerdote despreza Deus; aquele que o ouve, ouve a Deus. O sacerdote perdoa pecados como Deus, e aquilo que ele chama de seu corpo no altar é adorado como Deus por ele mesmo e pela congregação... Está claro que a sua função é tal que não se pode conceber nenhuma maior. Portanto, eles não são simplesmente chamados de anjos, mas também de Deus, mantendo como fazer o poder e autoridade do Deus imortal em nós.”
Pura blasfêmia! Ainda leia o que está escrito num livro romano citado por Lorraine Boettner:
“Sem o sacerdote, a morte e a paixão
de nosso Senhor não teria nenhum valor para nós. Veja o poder
do sacerdote! Através de uma palavra dos seus lábios ele
transforma um pedaço de pão em Deus! Um fato maior que a
criação do mundo. Se eu me encontrasse com um sacerdote e
um anjo, eu saudaria o sacerdote antes de saudar o anjo. O sacerdote ocupa
o lugar de Deus.” Pura blasfêmia!
PURGATÓRIO
A doutrina do purgatório teve o seu início no Concílio de Florença (1439). Lá foi estabelecido a diferença entre o pecado cometido e a tendência inata para o pecado. Chegando-se a conclusão que o perdão (conseguido através da confissão ao sacerdote e a participação dos sacramentos) acaba com o pecado, mas não acaba com a má tendência. Há portanto, a necessidade do purgatório, um lugar intermediário entre o céu e a terra, onde os fiéis que ainda tenham alguma dívida e a má tendência para o pecado, irão sofrer no fogo do purgatório, até a purificação completa.
O autor John M. Haffert (livro: Saturday in Purgatory) escreveu: “Não há menor dúvida que os sofrimentos do purgatório em alguns casos duram através de séculos inteiros.” Sobre o sofrimento do purgatório, o manual da sociedade do purgatório registra: “Segundo os santos padres da igreja, o fogo do purgatório não difere do fogo do inferno, exceto quanto à sua duração. É o mesmo fogo, diz S. Tomás de Aquino, que atormenta os réprobos no inferno e o justo no purgatório. A dor mais amena no purgatório, ele diz, ultrapassa os maiores sofrimentos desta vida. Nada além da duração eterna torna o fogo do inferno mais terrível do que o purgatório.” Segundo os católicos as orações e esmolas dos vivos e o “sacrifício da missa” ajudam a diminuir o tormento do purgatório. Como será que os católicos encaram a morte? Se eles pensam que depois da morte vão encarar o purgatório.
Os teólogos tentam basear a doutrina do purgatório nos livros de Macabeus e em algumas passagens das Escrituras. Sabemos que Macabeus é um livro apócrifo e espúrio. Quanto às passagens das Escrituras, os católicos usam o fato de existir um pecado imperdoável (blasfêmia contra o Espírito Santo) e a passagem de I Co 3.15. Quando Cristo chama a blasfêmia contra o Espírito Santo de pecado imperdoável, não faz referência nenhuma ao purgatório, que segundo os católicos seria, o lugar onde este pecado seria perdoado. Pelo contrário, Jesus disse: “Não lhe será perdoado, nem neste século nem no futuro” (Mt 12.32) e “nunca obterá perdão, mas será réu do eterno juízo.” (Mc 3.29). Quanto a passagem de Coríntios, Paulo trata da questão dos galardões e não da salvação. Tanto que mesmo que as obras se queimem “o tal será salvo, todavia como pelo fogo.”
Quero destacar três
argumentos bíblicos que liquidam a doutrina do purgatório:
1.º) A suficiência do sacrifício
de Cristo
Não há
como crer na suficiência do sacrifício de Cristo e na doutrina
do purgatório ao mesmo tempo. Só pode se crer em um e descartar
o outro. Cristo falou: “Porque o filho do homem veio buscar e salvar o
que se havia perdido” (Lc 19.10). Ele veio salvar, não se tem nenhuma
necessidade do purgatório para aperfeiçoar a salvação
que Cristo trouxe. Paulo escreveu: “Esta é uma palavra fiel, e digna
de toda a aceitação, que Cristo Jesus veio ao mundo para
salvar os pecadores, dos quais eu sou o principal.” (I Tm 1.15). Cristo
na cruz disse: “Está tudo consumado”, mostrando assim que cumpriu
a sua missão.
2.º) Nenhuma condenação
há para os que estão em Cristo (Rm 8.1 e Jo 3.18).
3.º) É na presente vida que
a salvação ou a condenação é definida
(Hb 9.27).
Observamos que o catolicismo
não fica satisfeito com nada. Não crê que o sacrifício
de Cristo foi o suficiente para a nossa salvação, nem fica
satisfeito com a sua própria mirabolante doutrina dos sacramentos.
Para eles há necessidade do purgatório, enquanto a Bíblia
é bem mais simples afirmando que Cristo satisfez a justiça
divina (Rm 3.21-26), não havendo necessidade de mais nada.
O PAPADO
Os primeiros aspectos que quero analisar sobre o papado são os títulos que estes carregam e as reivindicações que fazem para si. A palavra “papa” vem do latim papa que significa “pai”. Cristo foi bem claro que ninguém poderia ser chamado de pai espiritual a não ser Deus: “E a ninguém na terra chameis vosso pai, porque um só é o vosso pai, o qual está nos céus. Nem vos chameis mestres, porque um só é o vosso mestre, que é o Cristo.” (Mt 23.9 e 10).
O papa também é chamado de “doutor supremo de todos os fiéis”, o que vai contra o que Cristo ordenou, citado logo acima. São muitos títulos equivocados e arrogantes que o papa carrega em seus ombros. Estarei comentando mais alguns, tais como: “vigário de Cristo”, “sumo-pontífice” e “santo padre”.
A palavra “vigário” quer dizer “substituto”. O papa é chamado de “vigário de Cristo”, ou seja, “substituto de Cristo”. Cristo afirmou claramente que o seu substituto na terra seria a pessoa do Espírito Santo (Jo 14.16-18, Jo 15.26 e Jo 16.7 e 13). O título “pontífice”, que quer dizer literalmente “construtor de pontes”, não veio da Bíblia mas do romanismo, onde o imperador declarava-se o elo de ligação a Deus. O papa é chamado de sumo-pontífice, ou seja, o máximo elo de ligação a Deus. É uma blasfêmia e arrogância um homem se colocar nesta posição. Só Cristo é a ponte para Deus (Jo 14.6 e I Tm 2.5) e o cabeça da Igreja (Ef 1.22 e 23 e Cl 1.18). O título “santo padre” quer dizer “santo pai”, ou obviamente “pai santo”. Sem dúvida alguma este título só deve ser dado a Deus (Ap 15.4). Pois Deus não divide a Sua glória com ninguém (Is 42.8). Para resumir as pretensões papais, quero citar o catecismo de New York citado por Lorraine Boettner:
“O papa assume o lugar de Jesus Cristo sobre a terra... Por direito divino o papa tem poder supremo e total na fé e na moral sobre cada e todo pastor e seu rebanho. Ele é o verdadeiro vigário de Cristo, o cabeça de toda a igreja, o pai e o mestre de todos os cristãos. Ele é o governador infalível, o instituidor dos dogmas, o autor e o juiz dos concílios; o soberano universal da verdade, o árbitro do mundo, o supremo juiz do céu e da terra, o juiz de todos, sendo julgado apenas por um, o próprio Deus na terra.”
No apogeu do papado,
foi “consagrado” ao papado o monge Hildebrando que exerceu o papado no
período de 1073 a 1075 como título de Gregório VII.
Assim que assumiu, Gregório VII publicou as suas máximas
que ficaram sendo conhecidas como “máximas de Hildebrando”. Segundo
o autor Abraão de Almeida (in: Lições da História)
essas máximas são consideradas a essência do papado.
Este mesmo autor citas as máximas das quais transcrevi algumas:
Vimos os títulos equivocados e arrogantes que o papa carrega sobre si. Agora veremos que a própria existência do papado é uma deturpação das Escrituras. É impossível abordar este assunto sem falar a respeito do trecho bíblico em que os católicos se baseiam para firmar a doutrina do papado: “Tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja” (Mt. 16.13-20). Os católicos pegam esta afirmação de Cristo para afirmar que Pedro é a pedra ou rocha em que Cristo fundamentou a sua igreja, sendo assim o primeiro papa da igreja. Quando Cristo falou “...esta pedra...” não estava se referindo a Pedro, mas sim à anterior declaração de Pedro a respeito de Jesus – “Tu és o Cristo, O Filho do Deus vivo”. Cristo é a pedra fundamental da igreja. Paulo afirmou: “Porque ninguém pode pôr outro fundamento, além do que já esta posto, o qual é Jesus Cristo.” (I Co 3.11). No grego, a palavra Pedro é petros, do gênero masculino, enquanto pedra ou rocha é petra, do gênero feminino. O que Cristo disse: “Tu és Petros (masculino), e sobre esta petra (feminino) eu edificarei a minha igreja.”
Mostra-se assim que Cristo não estava falando de Pedro como a pedra ou rocha, mas sim a respeito da declaração de Pedro – “Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo.” Se Pedro fosse a rocha, Cristo teria dito: “sobre ti edificarei a minha igreja”, mas não disse. É interessante observar que na narrativa de Marcos a frase de Cristo: “Tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja”, é omitida (Mc 8.27-30). Marcos por muito tempo foi companheiro de Pedro e no seu evangelho há uma profunda influência do mesmo. Pedro chamava Marcos de filho (I Pe 5.13). Pedro em nenhum momento disse de si mesmo como a rocha ou pedra da igreja. Pelo contrário, sempre mostrou a Cristo como a pedra: “Ele é a pedra que foi rejeitada por vós, os edificadores, a qual foi posto como cabeça de esquina” (At 4.11). Veja também I Pe 2.4-8.
Há também a afirmação católica que Pedro teria recebido as chaves do céu. É outra deturpação das Escrituras, baseada em Mateus 16.19: “Eu te darei as chaves do reino dos céus; e tudo o que ligares na terra será ligado nos céus, e tudo o que desligares na terra será desligado nos céus.” Não podemos entender a declaração de Cristo como se esta fosse somente dirigida a Pedro, mas esta é dirigida a toda igreja. Veja Mateus 18.15 a 18. Fica então patente aos nossos olhos que o ligar e desligar não refere-se apenas a um homem, mas à toda igreja, que têm a Cristo como cabeça , “...o que tem a chave de Davi; o que abre, e ninguém fecha; e fecha, e ninguém abre” (Ap 3.7). O que seria abrir e fechar ou ligar e desligar que Cristo fala que a igreja realizaria com respeito as pessoas? O que se segue: quando a igreja prega o evangelho, abre o reino; quando deixa de pregar, o fecha. Isto fica bem claro quando observamos o “ai” de Cristo a respeito dos fariseus. “Mais ai de vós escribas e fariseus, hipócritas! Pois que fechais aos homens o reino dos céus; e nem vós entrais nem deixais entrar aos que estão entrando.” (Mt 23.13). Porque os fariseus fechavam o reino? Por não divulgarem corretamente as Escrituras, o Antigo Testamento, naquela época. Veja: “ai de vós, doutores da lei, que tiraste a chave da ciência; vós mesmos não entrastes, e impedistes os que entravam.” (Lc 11.52). Assim observamos que quando a igreja prega o evangelho genuíno esta abre o reino dos céus, quando não, fecha o reino.
Ao analisarmos o trecho bíblico de Mt 16.13-20, devemos partir para a análise da afirmação católica que Pedro foi o primeiro papa. Se ele realmente foi o primeiro papa, o foi de maneira totalmente diferente dos padrões papais. Há um abismo enorme entre Pedro e os seus pretensos sucessores. A verdade é que Pedro não foi o primeiro papa e a ordenação de um dirigente humano universal para a igreja está totalmente contrária às Escrituras.
Jorge Buarque Lyra (in: Catolicismo Romano) argumentou muito bem: “Poderia, acaso, de alguma forma, um homem ser fundamento de uma obra divina? Se pudesse (admitindo-se o absurdo), tal obra deixaria de ser divina.”
Vejamos as seguintes
características de Pedro:
1.ª) Pedro não era celibatário.
Tanto que teve sogra curada por Cristo (Mc 1.29-31). O papa é celibatário,
sendo o celibato uma imposição a todo o clero. Em I Timóteo
está escrito: “Mas o Espírito expressamente diz que nos últimos
tempos apostatarão alguns da fé, dando ouvidos a espíritos
enganadores e doutrinas de demônios; ...proibindo o casamento.”
2.ª) Pedro era pobre. “E disse Pedro:
Não tenho prata nem ouro...” (At 3.6). O papa está cercado
de riquezas.
3.ª) Pedro nunca esteve em Roma.
Não é interessante observar que o chefe da igreja de Roma
nunca esteve em Roma? Os católicos lançam mão de fontes
extra-bíblicas para afirmar que Pedro esteve em Roma.
4.ª) Pedro nunca consentiu que ninguém
se ajoelhasse a seus pés. “E aconteceu que, entrando Pedro, saiu
Cornélio a recebê-lo, e, prostrando-se a seus pés,
o adorou. Mas Pedro o levantou, dizendo: Levanta-te, que eu também
sou homem.” (At 10.25 e 26). O papa constantemente recebe este tipo de
reverência e adoração.
5.ª) Pedro não era infalível.
“E, chegando Pedro a Antioquia, lhe resisti na cara, porque era repreensível.
Porque antes que alguns tivessem chegado da parte de Tiago, comia com os
gentios; mas, depois que chegaram, se foi retirando, e se apartando deles,
temendo os que eram da circuncisão.” (Gl 2.11 e 12). O papa é
considerado infalível. A infalibilidade papal foi definida e aceita
oficialmente em 1870 no Concílio do Vaticano I. A Igreja Católica
demorou 1870 anos para considerar o papa infalível. É importante
observar que não foi Deus que decidiu mas foram homens pecadores
reunidos que chegaram a conclusão que o papa era infalível.
Na Bíblia está escrito: “porque todos pecaram e destituídos
da glória de Deus” (Rm 3.23) e ainda está escrito que quando
dizemos que não temos pecado fazemos a Deus mentiroso. Veja: “Se
dissermos que não pecamos fazemo-lo mentiroso, e a Sua palavra não
está em nós.” (I Jo 1.10).
6.ª) Pedro não tinha a primazia
na igreja. Observe o que Pedro escreveu: “Aos presbíteros, que estão
entre vós, que sou também presbítero como eles e testemunha
das aflições de Cristo...” (I Pe 5.1). Em At 8.14 está
escrito: “Os apóstolos, pois, que estavam em Jerusalém, ouvindo
que Samaria recebera a Palavra de Deus, enviaram para lá Pedro e
João.” Note bem: não foi Pedro que enviou alguns dos apóstolos,
mas foram os apóstolos que lhe enviaram. Onde está a primazia
de Pedro? Em At 11.1-18 vemos Pedro justificando-se perante a igreja. Quero
destacar principalmente o versículo 2: “E subindo Pedro a Jerusalém,
disputavam com ele os que eram da circuncisão.” Enquanto que a igreja
Católica afirma que as decisões do papa não podem
ser questionadas.
MARIDOLATRIA
Entre os inúmeros pontos de divergências que existem entre Católicos Romanos e Evangélicos, um se destaca: Maria. Os católicos praticam a adoração à Maria, dando um maior destaque à mesma do que a Cristo. Já os evangélicos a consideram como um exemplo de vida cristã e humildade. Paulo deixou a advertência: “Pois mudaram a verdade de Deus em mentira, e honraram e serviram mais a criatura do que o Criador, que é bendito eternamente. Amém.” (Rm 1.25) Maria é criatura. Cristo é Criador. “Porque nele foram criadas todas as coisas que há nos céus e na terra, visíveis e invisíveis, sejam povos, sejam dominações, sejam principados, sejam potestades: tudo foi criado para Ele e por Ele.” (Cl 1.16)
Veremos, neste estudo que as doutrinas católicas em relação à Maria carecem totalmente de base nas Escrituras. São doutrinas criadas por homens influenciados pelo paganismo. Adolfo Robleto escreveu bem: “Os egípcios tinham sua deusa Ísis; os fenícios, sua Astarte; os caldeus, sua Semíramis; os gregos, sua Ártemis; de maneira que o romanismo escolheu sua deusa feminina, e Maria foi a mais adequada para o caso.”
A Mariolatria católica
está sustentada no seguinte tripé:
1.ª) Imaculada Conceição
de Maria,
2.ª) Perpétua virgindade de
Maria
3.ª) Assunção de Maria.
IMACULADA CONCEIÇÃO DE
MARIA
Este dogma afirma que Maria nasceu sem pecado, ou seja, ela não herdou a mancha do pecado original, e ainda se manteve sem pecado por toda a sua vida. Atribuem assim à Maria um atributo divino – a impecabilidade. Maria não poderia pecar e nunca pecou, segundo o catolicismo.
Este dogma só
foi aceito oficialmente em 8 de dezembro de 1854, quando o papa Pio IX
proferiu o seguinte:
“Declaramos e definimos que a bem-aventurada
virgem Maria desde o primeiro momento de sua concepção, foi
reservada imaculada de toda mancha do pecado original, por graça
singular e privilégio do Deus Onipotente, em virtude dos méritos
de Jesus Cristo, o Salvador da humanidade, e que esta doutrina foi revelada
por Deus e, portanto, deve ser firmemente e constantemente crida por todos
os fiéis.” Com base neste dogma, a Igreja Católica celebra
a festa da Imaculada Conceição.
É interessante observar que nem Maria sabia dessa sua suposta imaculada conceição. No seu cântico diz: “e o meu Espírito se alegra em Deus, meu Salvador.” (Lc 1.47). Só um pecador é que necessita de um Salvador. Ela falou “...Deus meu Salvador”. Quando depois do nascimento de Cristo, Maria levou as duas ofertas que a lei mandava, a oferta queimada e a oferta pelo pecado. (Lc 2.22-24 e Lv 12.6-8). Mas se não tinha pecado, para que levar as ofertas? Nas Escrituras, em nenhum momento, se afirma que Maria não cometeu pecado. Pelo contrário: “Pois todos pecaram e destituídos da glória de Deus.” (Rm 3.23); “Não há um justo, nem sequer um.” (Rm 3.10). Só Cristo é identificado como o único sem pecado. “Aquele que não conheceu pecado, Ele o fez pecado por nós: para que nele fossemos feitos justiça de Deus.” (II Co 5.21).
Os católicos
gostam de usar o texto de Gn 3.15: “E porei inimizade entre ti e a mulher,
e entre a tua semente e a sua semente; esta te ferirá a cabeça,
e tu lhe ferirás o calcanhar”, para afirmar que Maria pisou a cabeça
da serpente, ou seja, a cabeça do Diabo. Quando a promessa fala
que é a semente da mulher (Jesus Cristo) que pisaria a cabeça
da serpente. Veja Hb 2.14: “...para que pela morte aniquilasse o
que tinha o império da morte, isto é, o Diabo.” E I Jo 3.8:
“...para isto o Filho de Deus se manifestou: para desfazer as obras do
diabo.” Fica claro que a promessa de Gn 3.15 refere-se a Cristo, e não
à Maria. Cristo é o que pisaria a cabeça da serpente.
A PERPÉTUA VIRGINDA DE MARIA
O segundo pé de apoio à doutrina católica sobre Maria é a sua perpétua virgindade. Os católicos afirmam que Maria, em toda sua vida, nunca conheceu sexualmente o seu esposo José. Fica evidenciado, nas Escrituras, que até o nascimento de Jesus, Maria foi virgem. Mas afirmar que ficou sempre assim é afirmar o que a Bíblia não afirma.
Em Mt 1.24 e 25 está escrito: “E José, despertando do sonho, fez como o anjo do Senhor lhe ordenara, e recebeu a sua mulher: e não a conheceu até que deu à luz seu filho, o primogênito; e pôs-lhe por nome Jesus.” Há dois aspectos interessantes nestes versículos: 1º) O “...até...”; mostra que José conheceu sexualmente Maria depois do nascimento de Cristo; e 2º) Jesus é chamado de primogênito, ou seja, Jesus é chamado de o primeiro filho gerado por Maria, mostrando que Maria gerou outros filhos. Deus chama Jesus de unigênito (Jo 3:16), ou seja, o único filho gerado. Fica claro que Jesus é o único filho gerado por Deus e o primeiro filho entre os filhos de Maria.
Em diversas passagens vemos que Jesus teve irmãos e irmãs. “Não é este o carpinteiro, filho de Maria, e irmão de Tiago, e de José, e de Judas e de Simão? E não estão aqui conosco suas irmãs? E escandalizavam-se nele.” (Mc 6.3). Veja também Mt 13.54-56. Paulo chegou a afirmar que os irmãos do Senhor eram casados (I Co 9.5). Por sua vez, os católicos crêem que quando se fala em irmãos, na verdade, está se referindo aos primos de Cristo, e que estes são filhos de uma irmã de Maria. Os católicos identificam três dos irmãos de Jesus com três dos discípulos que tinham os mesmos nomes: Tiago, filho de Alfeu; Simão, o Zelote; e Judas, filho de Tiago (Lc 6.15 e 16). O que é um tremendo equívoco, porque as Escrituras sempre mostram diferenças entre os discípulos e os irmãos do Senhor (Jo 2.12, Mt 12.46 e 47 e At 1.14) e a mais clara diferença está em Jo 7.5: “Porque nem mesmo seus irmãos criam nele.” Isto é um cumprimento da profecia messiânica em Sl 69.8: “Tenho-me tornado como um estranho para com meus irmãos, e um desconhecido para com os filhos de minha mãe.” Como pessoas que eram os discípulos do Senhor não iriam crer no Senhor? Mostra-se assim que estes discípulos não eram irmãos do Senhor.
Nas referências do N. T. sobre os irmãos de Cristo, a palavra grega que sempre é usada é adelfoV, adelphos (irmão), nunca se usou sungeneV, sungenes (parente) ou anhyioV, anepsiós (primos), palavra esta que Paulo usou em Cl 4.10 e que foi traduzida corretamente como primo.
Os católicos
estão indo contra a essência do casamento quando afirmam que
Maria e José nunca se conheceram sexualmente. A relação
sexual no casamento é algo lícito e aprovado por Deus. Além
do mais os católicos consideram o casamento como um dos sacramentos,
caindo assim em contradição. Veja Gn 2.24: “Portanto deixará
o varão o seu pai e sua mãe, e apegar-se-á à
sua mulher, e serão ambos uma carne.” Paulo recomendou que a abstinência
sexual entre o casal durasse pouco tempo, em I Co 7.5: “Não vos
defraudeis um ao outro, senão por consentimento mútuo por
algum tempo, para vos aplicardes à oração; e depois
ajuntai-vos outra vez, para que Satanás vos não tente pela
vossa incontinência.”
A ASSUNÇÃO DE MARIA
A teologia católica é uma verdadeira colcha de retalhos, um remendo leva a outro. Como consideram que Maria foi concebida sem pecado, e ainda que viveu sem pecar, chegaram a mirabolante conclusão que seu corpo na morte não experimentou a decomposição e nem permaneceu na sepultura. “Um abismo chama outro abismo.” Enquanto a profecia a respeito de Cristo diz: “Nem permitiras que o teu santo veja corrupção” (Sl 16.11) com referências em At 2.27-32 e At 13.33-37, fala a respeito do santo não ver a corrupção e nunca a uma santa não ver a corrupção.
Os católicos crêem que:
“No terceiro dia depois da morte de Maria, quando os apóstolos se reuniram ao redor de sua sepultura, eles a encontraram vazia. O sagrado corpo fora levado para o paraíso celestial. O próprio Jesus veio para levá-la até lá, toda a corte dos céus veio para receber com hinos de triunfo a mãe do divino Senhor. Que coro de exultação! Ouçam como eles cantam: Levantai-vos as vossas portas, ó príncipes, ó portas eternas para que a Rainha da Glória possa entrar.” (descrição da tradição católica citada por Lorraine Boettner).
É de deixar pasmo o fato da Igreja Católica criar um dogma sem nenhuma base nas Escrituras. Nenhum dos apóstolos citam essa criação fraudulenta. Depois de At 1.14 há um profundo silêncio nas Escrituras a respeito de Maria, não se fala na morte e muito menos na assunção de Maria. Como pode criar-se um dogma sem base nas Escrituras? Um dogma que só foi elaborado em 1º de novembro de 1950 pelo mariólatra Papa Pio XII. As Escrituras deixam claro que a glorificação dos santos só acontecerá depois da volta de Cristo e não fala que Maria seria uma exceção. Veja I Co 15.20-23:
“Mas agora Cristo ressuscitou dos mortos, e foi feito as primícias dos que dormem. Porque, assim como a morte veio por um homem, também a ressurreição dos mortos veio por um homem. Porque assim como todos morrem em Adão, assim também todos serão vivificados em Cristo. Mas cada um por sua ordem: Cristo as primícias, depois os que são de Cristo na sua vinda.”
Os católicos
ainda crêem que ao chegar aos céus Maria foi coroada “Rainha
dos céus”. Este título nunca foi dado à Maria nas
Escrituras. Pelo contrário, a Bíblia condena este título,
que tinha sido dado a uma falsa deusa. “Os filhos apanham a lenha, e os
pais ascendem o fogo, e as mulheres amassam a farinha, para fazerem bolos
à rainha dos céus, e oferecem libações a outros
deuses, para me provocarem à ira.” (Jr 7.18) Veja também
Jr 44.17-23. Observamos que esse título mariano foi tirado de uma
prática pagã totalmente condenada pela Bíblia.