Depois da saída do Egito e durante a peregrinação de volta para a sua terra, o povo hebreu foi conduzido por Deus através do mar Vermelho, do rio Jordão e por montanhas, vales e desertos.
O Senhor providenciou para guiar a Israel, além do Seu Anjo (Ex 23:20,21), uma coluna de nuvem e outra de fogo, que em hebraico foram chamadas de shekiná. A coluna de nuvem, que os guiava durante o dia, não era apenas uma sombra protetora para atravessar os desertos. Tão pouco a coluna de fogo era somente uma fonte de calor para as noites frias. Eram o símbolo visível de que Jeová estava habitando com eles. Quando olhavam para o tabernáculo poderiam vê-lO, porque a glória de Deus estava permanentemente diante da arca da aliança (Lv 16:2).
A glória de Deus é uma pequena parte da Sua santa presença que o homem pode suportar e experimentar. Aliás, quando da partida do Egito, Deus mesmo os havia prevenido de que não voltariam vazios (Ex 3:21). Não somente trouxeram consigo seus rebanhos e seus molhos, como também estavam voltando na companhia do próprio Jeová.
Então, a coluna de nuvem e a coluna de fogo (ou shekiná) os guiavam por onde deveriam ir. Quando a coluna parava sobre algum lugar, era uma ordem de Deus para que os filhos de Israel armassem suas tendas. Se acontecesse da coluna permanecer parada por muito tempo, eles deveriam permanecer ali até que a coluna se movesse novamente.
Mesmo sendo a vontade daqueles homens prosseguir e possuir a terra, importava obedecer à vontade de Deus e esperar, embora seja incômoda a situação da espera.
Outras vezes a coluna de fogo se movia durante a noite, era hora de levantar acampamento e seguir, mesmo sem saber quando iriam parar novamente para o descanso.
E foi assim durante 40 anos, ao mando do Senhor paravam e ao mando do Senhor partiam, porque Deus os falava através da nuvem e do fogo.
Muito tempo depois veio Jesus, o Emanuel, que traduzido é "Deus conosco" (Mt 1:23). O Verbo continuou a falar com o seu povo, só que desta vez, face a face.
E, quando Jesus ascendeu ao Pai, não nos deixou órfãos, porque enviou à sua igreja o Espírito Santo, que hoje fala conosco (1 Jo 4.13).
Portanto, importa que ouçamos a voz do Espírito Santo em nós, para realizarmos todas as vontades de Deus em nossas vidas.
Às vezes esta voz pode estar falando em sua mente para seguir, é hora de levantar acampamento e correr. Você pode estar no trabalho, em casa, na rua... quando sentir esta voz lhe incomodando é tempo de falar de Cristo, de levantar da cama para orar, de ir para onde Deus está lhe dirigindo.
Outras vezes esta voz pode estar falando para esperar. Embora seja incômoda a espera, você deve obedecer à voz de Deus. Certamente a melhor coisa a fazer é não ir.
Precisamos estar sensíveis ao Espírito Santo para podermos distinguir quando Ele esta falando conosco. Se não conseguimos distinguir está voz é possível que outras vozes venham falar-nos ao coração. Daí 3 coisas podem acontecer:
Ou adiantamos o passo e estamos sempre
querendo fazer as coisas sem a ajuda de Deus;
Ou ficamos para trás porque não
sentimos o Espírito se mover e estamos distante das bênçãos
que Deus preparou para nós;
Ou erramos a direção a seguir
e tomamos outros rumos que não incluem a vontade de Deus, como fez
o profeta Jonas fugindo para Tarsis (Jn 1).
Precisamos também usar o nosso corpo como um shekiná de Deus. Como no deserto a coluna de nuvem e a coluna de fogo serviram para guiar o povo e como Deus falava através delas, assim também, deve Deus falar através de nós. Amém.