O movimento Seicho-no-iê foi iniciado por Taniguchi Masaharu,
nascido a 22 de novembro de 1893, na Vila de Karasuhara, município
de Kobe, no Japão. Devido à pobreza de seu lar, foi educado
por seu tio, de maneira severa. Seu temperamento era retraído e
entregava-se à leitura com avidez. Começou a sentir desgosto
pela vida e a maldizer a sociedade. Já adulto, teve vários
casos de amor, a tal ponto que sua consciência dolorida não
o deixava dormir. Contraíra doenças venéreas e pensava
tê-las transmitido a uma menina, sobrinha de um chefe seu. Somente
sua auto-sugestão de que não existia doença o tranqüilizou,
curando-o da insânia e aliviando sua consciência por um período
de tempo. Depois de terminar a escola secundária, apesar da oposição
de seus pais adotivos, inscreveu-se na Faculdade de Literatura Inglesa
da Universidade Waseda, em Tóquio. Alimentava então idéias
pessimistas sobre a vida, e procurava uma explicação lógica
do mundo e
do homem.
Taniguchi entregou-se ao estudo teórico e prático das ciências psíquicas que exerciam atração sobre ele e nas quais depositava a confiança de que poderiam salvar espiritualmente o homem e a sociedade.
Quando a Primeira Guerra Mundial estava no auge, imperava no Japão uma literatura moralizante, espiritualista e nacionalista. Taniguchi dedicou-se novamente à leitura e descobriu uma sutra budista (daizokio), tirando dela o ensinamento fundamental: "Não existe matéria, como não existem doenças: quem criou tudo isso foi o coração... Segue-se disso que a doença pode ser curada com o coração..." Este conceito tornou.se fundamental no Seicho-no-iê.
Em dezembro de 1922 Taniguchi partiu para Tóquio. Escreveu uma
dissertação sobre a natureza religiosa do homem, intitulada:
Para a Santidade. Estabeleceu os fundamentos da filosofia de Taniguchi:
a "Teologia do movimento Seicho-no-iê". Em 1923 escreveu o livro
Crítica a Deus, tendo Judas, o traidor, como herói.
Leu Tanisho, livro escrito por um discípulo de Shinram que desenvolveu
a idéia do Tariki (salvação pela fé). Para
Taniguchi as pessoas não precisavam de uma religião que lhes
incutisse o medo, mas que trouxesse uma salvação amigável.
Deixou influenciar-se pelas teorias de Bergson, pela lei da ação
criadora do coração do
livro de Holmes Zenwicke (americano), pela vontade de poder de Adler.
Assim leu psicologia, espiritismo e estudou a ciência cristã.
Recebeu a revelação divina (shinsa): "Não existe matéria, mas existe a realidade"(jissô) - ensino básico do Seicho-no-iê. "Você é realidade, você é Buda, você é Cristo, você é infinito e inesgotável. "
Taniguchi misturou introspecção psicológica e fenômenos
psíquicos curando os doentes através da auto-sugestão.
Tornou-se um verdadeiro feiticeiro do século XX.
Em 1922, Taniguchi lançou uma revista, denominada Seicho-no-iê.
A fama dela aumentou; em junho de 1930, Taniguchi inaugurou uma secretaria
de imprensa. Em 1934 estabeleceu a direção do movimento em
Tóquio; divulgava a fonte do fluido psíquico que garantia
saúde aos amigos. Prometeu que a assinatura da revista garantiria
afastar o medo de qualquer mal. Em 1935 começou a imprimir grandes
anúncios nos jornais, semanalmente. Lago os assinantes chegaram
a trinta mil. Em 1936 registrou o Seicho-no-iê como associação
Cultural. Em 1941 transformou-o em seita religiosa centralizada no "Komio",
espécie de deus pessoal ao qual se dirigem orações.
Durante a Segunda Guerra, a seita colaborou com os nacionalistas, influenciando
os operários das indústrias bélicas e os colonizadores
da Manchúria. Depois da guerra, Taniguchi foi expulso pelo general
MacArthur; a filha Emiko assumiu a chefia do Seicho-no.iê.
Taniguchi escreveu uma obra de 40 volumes: Simei no Jissô (Verdade da Vida) - livro básico do movimento. Tendo início em 1930, como simples movimento filosófico psicológico e cultural para propagar certas verdades, o Seicho-no-iê foi adquirindo aos poucos a conotação de religião. Na década de 1940 o movimento foi registrado como religião pelo governo japonês. É a mais eclética de todas as novas religiões. É uma miscelânea das grandes religiões tradicionais, como o cristianismo, o xintoísmo e o budismo, com psicologia, filosofia, medicina e literatura moderna. Os adeptos são até aconselhados a praticá-lo, continuando em suas religiões de origem. O"Kanro no hou" é utilizado como oração e como amuleto.
O emblema central do grupo Seicho-no-iê é formado pelo sol, dentro do qual se vê a lua, a cruz suástica, demonstrando a síntese que realizou das grandes religiões. Seicho-no-iê significa abrigo, casa, lar do crescimento, da plenitude da vida, amor, sabedoria, abundância e todos os demais bens em grau infinito.
Em 1949, o professor Hardmann foi aos Estados Unidos e pediu que Taniguchi Masaharu pudesse desenvolver livremente a sua atividade. A petição estava assinada por americanos de origem japonesa.
Taniguchi continua sendo a alma do movimento. Em 1963 empreendeu sua primeira viagem de conferências pelo mundo, visitando o Canadá, Estados Unidos, México, Peru, Brasil, Inglaterra, Alemanha, Suécia, Suíça, França e Itália. Nos Estados Unidos recebeu o título de Doutor em Filosofia do Religious Science Institute.
Chegou ao Brasil em 1930, com os imigrantes japoneses. Somente depois de 1951 começou a tomar maior impulso, porque suas obras começaram a ser publicadas em português. A sede está na capital paulista desde 1955; há uma Academia em Ibiúna, onde os fiéis se reúnem para o exercício de desenvolvimento espiritual.
No dia l0 de agosto de 1952, autorizada pela Sede Internacional da Seicho-no-iê, no Japão, foi instituída a Sociedade Religiosa Seicho-no-iê no Brasil, hoje Igreja Seicho-no-iê. Está espalhada principalmente pelos Estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Mato Grosso, Goiás, Pará, Paraná, Rio Grande do Sul, Bahia e Pernambuco.
As primeiras obras da Seicho-no-iê editadas em português
começaram a circular em Goiás por volta de 1970, sendo a
principal difusão do movimento a realização de seminários,
palestras e conferências por professores de filosofia da Seicho-no-ié.
Brasilia já possui sua sede própria em edifício típico
do Japão. Em Goiás, o
primeiro templo construído foi o de Inhumas, e é dirigido
pela comunidade local, sediando assim um importante núcleo. Em setembro
de 1981 foi realizado um importante seminário no Ginásio
Emmanuel, Goiânia. Os lucros das refeições vendidas
foram revertidos para a construção do templo na capital goiana.
Em Pernambuco, desde junho de 1975 começou a funcionar em Recife o Núcleo Central, com representações em Garanhuns, Caruaru, Olinda e Paulista. O Núcleo Central de Recife ainda é responsável pelos núcleos de Natal (RN) e João Pessoa (PB).
Circula entre nós a revista Acendedor, órgão do novo movimento, cuja distribuição é gratuita e sistemática, bem como a de uma espécie de calendário com mensagens estimuladoras e positivas.
A saída para evitar o mal é meditar sobre a verdadeira realidade, que é perfeita; o espírito pode dominar o material e mudá-lo. Não só Taniguchi mas qualquer pessoa é potencialmente Buda e Jesus.
Se o mal é realmente uma ilusão, como explicar os terríveis acontecimentos à nossa volta? Deus é bom. Será ele responsável pelo mal que acontece no mundo? Além de a realidade demonstrar que existe o mal, a doutrina da Seicho-no-iê é antibíblica. Desde o princípio da criação o bem e o mal estão presentes (Gên. 2:9). Jesus ensinou esse princípio quando contou a parábola dos lavradores maus; ela nos mostra que o mal está dentro do coração do homem. O mal é uma oposição deliberada contra Deus: é seguir nosso próprio caminho sem tomar conhecimento de que somos filhos de Deus.
Paulo nos ensina que a nossa luta neste mundo é contra o mal, que quer dominar nossa vida (Rom. 7:15-25; II Cor. 5:1-l0; Ef. 6:12; 1Cor. 15:50). Malaquias profetizou que há um julgamento para os que praticam o mal (Mal. 3). Os outros profetas também falaram contra o mal. João Batista pregou que o machado está posto sobre os que praticam o mal (Mat. 3 : l0).
"Dizer que o mal é uma ilusão é contradizer não
somente a Bíblia, que é a Palavra de Deus, mas também
ignorar a experiência diária da vivência dos homens
em sociedade.''
NOTAS BIBLIOGRÁFICAS: