Vampiros na América do Sul

 

A América do Sul não tem sido uma área rica em tradição vampírica, entretanto o fato de morcegos vampiros serem nativos do continente sugerem que algum reconhecimento de vampirismo teria aparecido no folclore do continente - como é o caso.

  • O ASEMA : Entre os vampiros da América do Sul, por exemplo, está o asema, do Suriname. O asema, muito parecido com o loogaroo do Haiti e o sukuyan de Trindad - todos derivados da bruxa/vampira da África ocidental. O asema tomava a forma de um velho ou velha que levava uma vida comunitária normal durante o dia, mas uma existência secreta bem diferente após o escurecer. À noite, tinha a habilidade de se transformar num vampiro e fazia isso removendo a pele se transformando numa bola de luz azul. Nessa forma, dizia-se que o asema voava pelas redondezas, entrava nas casas das vilas e sugava o sangue de suas vítimas. Se gostasse do sangue continuaria sugando até que a pessoa morresse. Também como no caso do loogaroo, alho era a melhor forma de proteção contra o asema. Ervas poderiam ser ingeridas para deixar o sangue azedo a fim de que o asema não o sugasse, uma prática adotada tanto no Haiti quanto na África. Proteção adicional era assegurada espalhando-se arroz ou semente de gergelim na porta. As sementes deveriam ser misturadas com garras de uma coruja.
    O asema precisava apanhar as sementes antes de entrar mas as sementes caíam continuamente por causa das garras. Se continuasse nessa tarefa até o amanhecer, a luz do sol o mataria.
    Os que eram suspeitos de ser um asema eram colocados em observação. Sua identidade podia ser determinada observando-os retirar sua pele. A pele então era tratada com sal e pimenta para que encolhesse e o vampiro, assim, não pudesse mais entrar nela.
  • O LOBISOMEM: Relatos dos lobisomens no Brasil têm sobrevivido e são descritos como um ser pequeno, corcunda, troncudo e parecido com um macaco. Apresentam um rosto amarelo, lábios sem cor, dentes pretos, uma barba estufada e pés cobertos de pêlos. Atacavam mulheres, tornando-as ninfomaníacas. Eram vulneráveis quando bêbados de sangue, facilitando assim sua captura. Poderiam então ser crucificados numa árvore. os lobisômens não eram vampiros. Eram criados através de bruxaria ou como resultado de uma incestuosa. Sua natureza se manifestava na puberdade quando saía de casa, pela primeira vez, assumindo a forma de vários animais. De tempos em tempos, geralmente terça ou quinta-feira, assumia uma forma animal. Em sua forma humana podia ser identificado por uma mancha amarela na pele e bolhas nas mãos, resultado de ter corrido pela mata. A condição de lobisomem poderia ser interrompida apenas se fosse cortado com aço. A pessoa deveira ter cuidado para não tocar no sangue do lobisomem, pois isso seria fatal. O fato de se transformar em diversos animais ligava o lobisomem à bruxa portuguesa, uma entidade vampírica da mitologia de portugal.
  • O VAMPIRO CINEMATOGRÁFICO: O vampiro apareceu periodicamente nos filmes na América do Sul, principalmente na Argentina e no Brasil. O primeiro filme de vampiro sul-americano foi El Vampiro Negro (1953) dirigido por Roman Vinoly. Estava baseado no fato verídico de Peter Kürten, o vampiro de Düsseldorf. Passaram-se duas décadas antes da produção do segundo filme, El Vampiro Archecha, uma produção argentino-mexicana. O segundo filme se notabilizou pela inclusão de German Robles no elenco.

    O Brasil produziu seu primeiro filme de vampiro em 1969/70. O filme, Um sonho de Vampiros, era uma comédia sobre um médico que precisava escolher entre a morte e o vampirismo. Outros filmes lançados na época incluem O Macabro Dr. Scivavano(1971), Quem tem Medo de Lobisomem?(1974) e A Deusa de Mármore - Escrava do Diabo(1978). Quem tem Medo de Lobisomem tem sido listado na filmografia por causa da confusão de que o lobisomem fosse um vampiro. Desde então, somente um filme brasileiro foi anotado: As Sete Vampiras(1986).


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