VAMPIROS NA ROMÊNIA
Nenhum país está mais identificado com os vampiros do que a Romênia. Terra de rico folclore concernente a vampiros, sua reputação foi restabelecida por Bram Stoker, cujo romance Dracula começa e termina na Transilvânia. Embora a Transilvânia naquele tempo fosse parte da Hungria, agora pertence à Romênia. Estudos recentes confirmam que uma das fontes de Stoker para a criação de Drácula foi Vlad, o Empalador, um príncipe da Wallachia, do século 15, atualmente uma seção da moderna Romênia ao sul dos Montes Cárpatos.
Stoker extraiu grande parte de seus conhecimentos sobre a Transilvânia, onde colocou o Castelo de Drácula, do livro The Land Beyond the Forest (1888), de Emily Gerard, uma escocesa, que tinha se casado com um oficial polonês que servia no exército austríaco. Como brigadeiro comandante, estava sediado na Transilvânia na década de 1880. O casal morava em Sibiu e Brasov. Ao descrever as diversas entidades sobrenaturais encontradas em sua pesquisa sobre as práticas que envolviam a morte, ela escreveu:
"Decididamente o mal é o nosferatu, ou vampiro, no qual todo camponês romeno acredita piamente como acredita no céu e no inferno. Existem dois tipos de vampiros, os vivos e os mortos. O vampiro vivo é geralmente um filho ilegítimo de duas pessoas ilegítimas; porém mesmo um pedigree impecável não é uma segurança contra a entrada de um vampiro na residência da família, visto que toda pessoa morta por um nosferatu se transforma num vampiro após a morte e continuará a sugar o sangue de outras pessoas inocentes até que o espírito tenha sido exorcizado pela abertura do túmulo da pessoa suspeita, enfiando uma estaca em seu corpo ou metendo uma bala no caixão. Andar em torno da sepultura fumando em cada aniversário da morte também supõe-se que seja eficaz para confinar o vampiro. Em casos muito obstinados de vampirismo, recomenda-se cortar fora a cabeça, recolocando-a no caixão com a boca cheia de alho, ou extrair e queimar o coração, espalhando as cinzas sobre o túmulo. (p. 185)"
Os conceitos romenos relativos ao vampiro estão fortemente relacionados às crenças populares do vampiro eslavo em geral, embora os romenos, apesar de estarem em grande parte cercados de povos eslavos, não sejam eles próprios eslavos. Os romenos colocam suas origens na antiga Dácia, uma província romana que surgiu na Transilvânia e nos territórios circunvizinhos após Trajano ter conquistado as terras no século 2. Ele também trouxe milhares de colonizadores para a área escassamente habitada. A medida que os colonizadores e os povos originários casavam entre si, foi criada uma nova comunidade étnica. Essa comunidade falava uma forma de latim, a base da língua romena moderna. Sua história subseqüente, especialmente no século seguinte, é uma questão de grande controvérsia entre os romenos e seus vizinhos, difícil de ser resolvida devido à escassez de provas arqueológicas.
Em seguida ao abandono do território, no final do século 3, a Transilvânia se transformou no alvo de vários invasores, inclusive as tribos eslavas primitivas. No século 7 foi absorvida pelo Império Búlgaro. Embora alguns romenos tenham se tornado cristãos já no século 4, a conversão sistemática da região começou no século 9, após a conversão dos búlgaros sob as ordens dos irmãos Cyril e Methodius. A Igreja romena se alinhou finalmente à ortodoxia oriental, sob a autoridade episcopal búlgara.
No final do século 10, os magiares (os húngaros de hoje) incluíram a Transilvânia na expansão de seu reino. Os húngaros eram católicos romanos e impuseram sua fé na terra recém-conquistada. Também encorajaram a imigração dos szekelys, entre outros, uma ramificação dos magiares e dos alemães. Durante o século 13, valendo-se do momentâneo enfraquecimento da autoridade húngara, um número de romenos da Transilvânia migrou para o leste e para o sul sobre os Montes Cárpatos para fundar os reinos da Moldávia e de Wallachia. Um bispo da Igreja ortodoxa oriental foi estabelecido um século mais tarde na Wallachia. Daquele tempo até hoje, a Transilvânia se tornaria objeto de disputa entre a Hungria e a Wallachia (que se transformou na atual Romênia). Eclesiasticamente, tanto os católicos romanos como os ortodoxos orientais disputariam a fé do povo.
Assim que a Wallachia e a Moldávia foram estabelecidas, uma nova força surgiu na área. O Império Otomano se expandiu para os Bálcás e iniciou uma marcha regular pela península que o levaria aos portões de Viena no início do século 16. Durante o século 14 os húngaros e os turcos competiam pela hegemonia na Wallachia, proporcionando, dessa forma, o contexto para que um príncipe da Wallachia, de nome Vlad, viajasse à corte do Imperador Sigismund, onde ingressaria na Ordem do Dragão (Dracul), jurando defender as terras cristãs contra os muçulmanos invasores. O príncipe da Wallachia viria a ser conhecido como Vlad, Dracul (1390?-1447). Ele seria, por seu turno, substituído por seu filho, Vlad, o Empalador (1431?-1476), conhecido como Drácula. Vlad, o Empalador é lembrado hoje na Romênia como um grande patriota e um personagem-chave no desenvolvimento da nação romena. Após a morte de Vlad, a Wallachia se tornou cada vez mais dependente da hegemonia turca e a Moldávia logo seguiria o mesmo caminho. Durante a década de 1530, o exército turco percorreu a Transilvânia para conquistar a capital húngara em 1541.0 território húngaro remanescente caiu sob o controle do Império Austríaco dos Habsburgos. A incorporação dos reinos da Romênia ao Império Turco permitiu um certo grau de liberdade religiosa, e o protestantismo conseguiu inúmeros avanços, particularmente na Transilvânia. Estudiosos contemporâneos têm enfatizado que nenhuma das lendas vampíricas da Romênia ou dos países circunvizinhos retratam Vlad, o Empalador como um vampiro. Já em alguns manuscritos alemães e eslavos, a crueldade de Vlad e sua identificação como Drácula e Demônio foi enfatizada. Todavia, Drácula como vampiro é uma criação literária moderna.
No século 17 os Habsburgos começaram a expulsar os otomanos da Europa e no final do século assumiram o domínio da Transilvânia, impondo um domínio católico romano. A Transilvânia permaneceu uma região semi-autônoma até 1863, quando foi formalmente unificada com a Hungria. Durante mais de um século, a Moldávia sobreviveu entre russos, gregos e turcos, cada qual lutando pelo controle até que uma Romênia unificada se estabeleceu em 1861. Através de uma série de anexações no começo e no fim da Primeira Guerra Mundial, incluindo a anexação da Transilvânia em 1920, a Romênia, aproximadamente com a área territorial existente hoje, passou a vigorar como nação. A maioria romena existe lado a lado com uma significativa minoria húngara na Transilvânia e a Igreja ortodoxa romena compete com uma forte Igreja Católica e uma persistente presença protestante.
O VAMPIRO NA ROMÊNIA: O vampiro romeno, a despeito de sua origem étnica distinta dos romenos, é uma variação do vampiro eslavo. Entretanto, como o vampiro em cada uma das demais regiões eslavas, o vampiro na Romênia adquiriu alguns elementos distintos. Essa distinção começa com o termo principal usado para rotular os vampiros, conforme encontrado por Harry Senn em seu trabalho de campo realizado na década de 1970. Strigoi (feminino strigoiaca) está intimamente ligado à palavra romena striga (bruxa), que, por seu turno, deriva do latim strix, a palavra para o mocho, expandida para se referir ao espírito maligno que atacava as crianças durante a noite. Um segundo termo, moroi (feminino moroaica), também soletrado murony em fontes mais antigas, parece ser um termo comum na Wallachia, assim como strigoi é na Transilvânia. Os romenos também fazem uma distinção entre o strigoi vii (plural strigoi), ou vampiro vivo, e o strigoi mort (plural strigoi morti) ou vampiro morto. Os strigoi são bruxas destinadas a se tornarem vampiras após a morte e que podem enviar sua alma/corpo à noite para brincar com os strigoi morti. O vampiro vivo tende a se misturar em pensamento com as striga (bruxas), que têm o poder de enviar seus espíritos e seus corpos para se encontrarem à noite com outras bruxas. Os vampiros mortos são, é claro, os corpos reanimados dos mortos que retornam à vida para perturbar e sugar o sangue de sua família, de seu gado e, se não forem impedidos, de seus vizinhos.
Os strigoi morti são uma variação do vampiro eslavo, embora os romenos não fossem eslavos e usassem uma palavra latina para designar seu vampiro. O strigoi vii era descoberto por uma ocorrência inusitada por ocasião do nascimento ou da morte, e um strigoi vii era uma pessoa nascida com um âmnio, ou pequeno rabo. Um strigoi vii poderia se tornar um strigoi mort, da mesma forma que outras pessoas que morressem de forma irregular, por suicídio ou acidente.
Os romenos também usavam o termo vircolac, quase exclusivamente para descrever a velha criatura mitológica parecida com um lobo que devorava o sol e a lua. Os termos intimamente relacionados pricolici ou tricolici eram também lobos. Virolac é uma variação do grego vrykolakas ou do servo-croata vukodlak. Agnes Murgoci, que trabalhou na Romênia da década de 1920, descobriu que eles ainda ligavam o termo com seu significado mitológico pré-vampírico de uma criatura que devora o sol e a lua. Nas vezes em que a lua aparece avermelhada, acreditava-se, era o sangue do vircoiac fluindo sobre a superfície da lua. Um trabalho mais definitivo foi desenvolvido por Harry Senn na Transilvânia da década de 1970. Descobriu que o uso popular de vircolac distinguia-o de strigoi. O termo vircolac descrevia uma pessoa que periodicamente se transformava em diversos animais, geralmente num porco, cachorro ou lobo. Como tal, era mais ligado ao conceito popular de lobisomem do que de vampiro.
Nosferatu é um termo arcaico do antigo eslavo derivado aparentemente de nosufuratu, do grego nosophoros, "portador de pragas". Do contexto religioso, a palavra passou para uso popular. Tem sido freqüentemente e erroneamente citado como uma palavra romena significando o morto-vivo (Wolf) ou o Demônio (Senn). No decorrer do século 20 seu uso parece ter sido abandonado na Romênia. O uso do termo por Stoker derivou de Gerard. Foi usado por Freidrich Wilhelm Murnau na sua tentativa de distinguir o filme Nosferatu, Eme Symphonie des Garuens de Drácula. Murnau ligou a história à grande praga que atingiu Bremen, Alemanha, em 1938.
Na Romênia, acreditava-se, o vampiro aparecia primeiro e principalmente como um produto de nascimento irregular e de quaisquer relatos que pudessem predispor uma pessoa a se tornar um vampiro. As crianças nascidas fora do casamento, com um âmnio na cabeça, ou que morressem antes de serem batizadas, poderiam se tornar vampiros. Mulheres grávidas que não comessem sal ou que se permitissem ser vistas por um vampiro poderiam gerar uma criança vampira. O sétimo filho do mesmo sexo numa família tenderia a nascer com um rabo e se tornar um vampiro.
Embora as crianças fruto de nascimento irregular fossem as principais candidatas ao vampirismo, qualquer pessoa poderia se tornar um vampiro se mordida por um deles. Outros vampiros em potencial incluíam pessoas que levavam uma vida pregressa (incluindo as que juravam em falso), bruxas (que tivessem tido relações com o Demônio), um cadáver sobre o qual um gato tivesse pulado ou uma pessoa que cometesse suicídio.
A presença do vampiro era geralmente percebida pela primeira vez quando diversas mortes inesperadas numa família e/ou no gado se seguissem à morte de um membro da família ou de alguém suspeito de ser um vampiro. O vampiro poderia, às vezes, aparecer para a famflia, e vampiras, sabia-se, voltavam para suas crianças. A casa de um suspeito vampiro era freqüentemente perturbada pela sua atividade, ou pelo fato de atirar objetos (poltergeist) ou pela invasão do suprimento de comida. Os vampiros atacariam a família e o gado em primeiro lugar, para depois se transferirem para outras pessoas da vila. Se não fosse destruído, poderia viajar para vilas mais distantes ou até outros países, onde reassumiria um papel normal na sociedade.
Os vampiros eram especialmente ativos na véspera do dia de São Jorge (23 de abril ou 5 de maio), o dia em que as bruxas e os vampiros se reuniam na periferia das vilas para planejar suas atividades nefandas para o dia seguinte. Os aldeões tomavam precauções especiais para eliminar a influência de seres sobrenaturais naquela mesma noite. O personagem de Stoker, Jonathan Harker, percorreu a última etapa de sua viagem e chegou finalmente ao Castelo de Drácula na véspera do dia de São Jorge. Os vampiros e as bruxas também ficavam ativos no dia de Santo André, que era o padroeiro dos lobos e o doador do alho. Em muitas áreas da Romênia acreditava-se que os vampiros ficariam mais ativos na véspera do dia de Santo André, continuando sua atividade durante o inverno, terminando seu período de atividade na Epifania (janeiro), na Páscoa ou no dia de São Jorge.
O dia de São Jorge era - e ainda é - comemorado na maior parte da Europa no dia 23 de abril. O dia de Santo André é no dia 11 de novembro. A Romênia, que se valia do velho Calendário Juliano, estava 12 dias atrás do moderno Calendário Gregoriano. Assim, na época de Stoker, o dia de São Jorge teria sido celebrado pelos romenos no que era a noite de 4 para 5 de maio na Europa ocidental. Da mesma forma, a véspera do dia de Santo André teria sido a noite de 23 para 24 de novembro. O hiato entre o Calendário Juliano e o nosso Gregoriano aumenta um dia em cada século.
O túmulo dos suspeitos vampiros era examinado para verificar se havia sinais denunciadores. Muitas vezes um pequeno buraco era encontrado no chão perto do túmulo pelo qual o vampiro poderia entrar e sair do caixão. Se houvesse motivo para acreditar que alguém fosse um vampiro, o túmulo era aberto. Os que abrissem o túmulo esperavam encontrar um cadáver de rosto vermelho. Muitas vezes o corpo poderia estar virado de bruços, com sangue fresco sobre ele, ou, ocasionalmente, sementes. Um dos pés poderia estar deslocado para o canto do caixão. Senn relatou que um vampiro na comunidade poderia ser detectado pela distribuição de alho na igreja, observando-se as pessoas que não o comiam.
Era prática comum aos romenos abrir os túmulos três anos após a morte de uma criança, quatro a cinco anos após a morte de uma pessoa jovem e sete anos após a morte de um adulto. Normalmente, seria encontrado apenas um esqueleto, que seria lavado e devolvido ao túmulo. Todavia, se o corpo não estivesse putrificado, era tratado como se fosse um vampiro.
Havia uma série de precauções que podiam ser tomadas para evitar que uma pessoa se tornasse um vampiro ou que provocasse danos caso já tivesse se tornado um vampiro. Um âmnio poderia ser removido do rosto de um recém-nascido e destruído prontamente antes que fosse comido. A cuidadosa e exata preparação do corpo de uma pessoa recém-falecida também evitava que ela se tornasse um vampiro. O ramo espinhoso de rosa selvagem poderia ser colocado no túmulo. O alho também era muito útil para afastar os vampiros. Na véspera de Santo André e São Jorge as janelas e outras aberturas das casas eram untadas com alho, também aplicado na pele das vacas.
Uma vez que o vampiro estivesse no túmulo, estacas poderiam ser colocadas no solo acima da cova para que o vampiro se perfurasse caso tentasse se levantar. No aniversário da morte do suspeito vampiro, a família andava em volta do túmulo.
Assim que o vampiro começasse a atacar a comunidade e assim que sua identidade fosse descoberta, precisava ser destruído. Emily Gerard, autora de The Land Beyond the Forest, descobriu o surgimento de uma tradição relativamente nova nos relatos do século 19, na qual um vampiro poderia ser morto se um tiro fosse dado no caixão. Um método preferido, entretanto, era enfiar uma estaca no corpo, seguido de decapitação e colocação de alho na boca do morto antes de ser reenterrado. Esse método foi adotado por Stoker em Dracula como um meio de destruir a natureza vampírica que tinha se apossado do corpo de Lucy Westenra. Na Romênia, o estaqueamento poderia ser realizado com vários materiais, inclusive ferro ou madeira, com a estaca enfiada no coração ou no umbigo. Em lugar da decapitação, o corpo poderia ser virado de bruços e invertido no caixão. Sementes de painço poderiam ser colocadas no caixão para retardar o vampiro, que precisaria passar pelo longo processo de comer as sementes antes de se levantar do túmulo.
Um processo ainda mais exaustivo poderia ser seguido no caso de um vampiro resistente a outros métodos preventivos. O corpo poderia ser retirado do túmulo, levado à floresta e desmembrado. Primeiro eram retirados o coração e o fígado e em seguida o corpo era queimado pedaço por pedaço. As cinzas seriam então misturadas com água e dadas a membros aflitos da família como um curativo para os ataques do vampiro.
LENDAS DE VAMPIRO: O vampiro romeno também se tornou assunto de inúmeras lendas. Folcloristas têm assinalado que muitos se relacionam a casos de casais no qual um tinha morrido recentemente. À pouco tempo foi reimpressa a história chamada "The Girl and the Vampire" (também existe uma versão russa), na qual o rapaz cometeu suicídio após falhar em obter a bênção do casamento dos pais de sua namorada. Como resultado de sua forma de morrer, torna-se um vampiro e começa a visitar a namorada à noite. A moça fala com uma mulher mais velha e sábia na vila, que a instruiu a colocar um fio de linha na camisa do rapaz. A moça em seguida rastreou a linha que ia até o cemitério, desaparecendo no túmulo de seu namorado recém-falecido.
O vampiro continuou a visitar a moça e eles continuaram com sua ligação sexual quando os pais da moça faleceram. Ela recusou o pedido do vampiro para que lhe dissesse o que tinha visto na noite em que o seguiu até o túmulo, e a moça morreu logo depois. Foi enterrada de acordo com as instruções da velha sábia. Uma flor cresceu no seu túmulo e foi vista pelo filho do imperador. Ele ordenou que a flor fosse desenterrada e levada ao castelo. Lá, à noite, a flor se transformou numa donzela. No final ela e o filho do imperador se casaram. Algum tempo depois ela acompanhou seu marido à igreja, e teve um encontro com o vampiro. Este a seguiu até a igreja, onde ela se escondeu atrás de um icone, que caiu sobre o vampiro, destruindo-o.
A história serviu para desencorajar relações sexuais fora do casamento, reafirmando ao mesmo tempo a sabedoria dos mais velhos e apoiando a Igreja como um baluarte contra o mal. Valores semelhantes foram afirmados em outras histórias.
Da mesma maneira, de acordo com uma lenda, "vampiros eram tão comuns quanto folhas de mato ou morangos num cesto". Entretanto, os vampiros se tornaram mais raros e confinados às áreas rurais. Em meados de 1970, Harry Senn não teve trabalho em localizar relatos de vampiros numa série de localidades da Romênia. Admite-se, no entanto, que os vampiros sofreram durante as últimas décadas com a disseminação da instrução pública e a hostilidade do governo com relação a lendas do sobrenatural. A importância dos vampiros na crença geral dos romenos também foi demonstrada num recente estudo de uma comunidade de imigrantes wallachianos na Escandinávia.
CONCLUSÃO: O strigoi mort, o vampiro romeno, se comparava em grande parte à imagem popular do vampiro. Tratava-se de um morto retornado. Tinha poderes para produzir fenômenos poltergeist, especialmente o de dar vida aos objetos domésticos comuns. Era visto como caprichoso, travesso e muito debilitante. Entretanto, o ataque do vampiro era raramente visto como fatal. Além disso, ele raramente envolvia morder e drenar sangue literalmente de suas vítimas (o ponto crítico da distorção da imagem do vampiro nos filmes, na opinião dos folcloristas romenos). Os strigoi geralmente drenavam a energia vital da vítima pelo processo de vampirismo psíquico. A descrição do ataque dos strigoi, através de linguagem metafórica, era freqüentemente tomada em seu sentido literal por intérpretes não-eslavos que se equivocavam com a natureza do vampiro eslavo.