Viagem Cósmica - Natureza
Natureza
Tráfico de animais
Doze milhões de animais silvestres desaparecem todos os anos no Brasil, por causa do tráfico de espécimes raras ou pitorescas. Na estimativa de entidades ambientalistas internacionais, o Brasil responde por algo entre
10% e 15% do mercado do tráfico de animais silvestres, atividade criminosa que faz circular, no mundo inteiro, US$ 10 bilhões por ano.
Cerca de 30% dos animais silvestres brasileiros recolhidos pelo tráfico vão para o exterior. Os demais têm como destino áreas clandestinas de criação, colecionadores e, principalmente, feiras de rua.
Os traficantes internacionais estão cada vez mais sofisticados. No caso de papagaios e araras, são enviados ovos em incubadoras para o exterior, em vez de exemplares das espécies.
Dos Estados brasileiros, o Rio é aquele em que o tráfico de animais silvestres atua de modo mais ostensivo. São mais de cem feiras espalhadas por diversos municípios. A principal delas, em Duque de Caxias (cidade na Baixada Fluminense), tem fama internacional. O Rio ostenta
o título de "capital internacional do tráfico de animais", dado por entidades ambientalistas de todo o mundo.
Os principais pontos de atuação dos traficantes de animais silvestres no Rio são florestas e terras consideradas de preservação pelos governos federal e estadual. Tanto o Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) quanto o batalhão florestal da PM (Polícia Militar)
não policiam essas áreas de modo eficiente. A atuação da PM é centralizada na repressão às feiras e em incursões esporádicas a regiões de florestas, como a reserva do Tinguá, que abrange áreas de cinco municípios nas proximidades do Rio.
A mais recente estatística do Batalhão Florestal revela que de Primeiro de Janeiro até Novembro de 1997, foram apreendidos 1884 animais, dos quais 1813 pássaros. No ano de 1996 o batalhão apreendeu um total de 2236 animais, sendo 2164 pássaros.
90% morrem no caminho
Nove em cada dez animais retirados por traficantes de seus locais de origem morrem antes da chegada ao destino final. A mortandade é provocada pelos maus-tratos a que os animais são submetidos na viagem até os pontos onde serão vendidos.
As causas das mortes são variadas: fome, sede, doenças, calor, asfixia em ambientes sem ventilação e até por esmagamento originado na superpopulação dos espaços onde os animais são armazenados.
Para que os bichos não chamem a atenção das pessoas, os traficantes costumam adotar métodos cruéis de silenciamento. Alguns pássaros tem os olhos perfurados. Cegos, eles não notam o amanhecer, período do dia em que cantam. Sem o canto, os pássaros
não despertam a atenção das pessoas que estão por perto, geralmente em ônibus. Mais inquietos que os pássaros, os primatas (micos e macacos de porte menor) são dopados pelos traficantes.
Reportagem da Folha de São Paulo - 03/11/1997
Reflexão:
O que nós podemos fazer para tentar ajudar nossos pequeninos irmãos, vítimas desses atos animalescos, que prejudicam o equilíbrio ecológico do nosso Planeta Terra ?
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