A Lágrima

 

  Sinto algo estranho

Sem medida, sem tamanho

Seu olhar não é mais criança

Traz o medo, a desconfiança.

 

  A dor de quem sofreu

E já quase morreu

Para a ingenuidade de Ser,

De desejar sem temer.

 

  Gesto pronto a todo instante

Retrai o grito clamante

Que, de dentro, roga e pede:

Mas, o que impede?

 

  Sei, tua voz silenciosa

Por toda essa gente maliciosa.

Mas, como gostava de vê-la criança

Brincando e sorrindo.

 

  Os tempos que já foram...

O beijo primeiro,

Mãos dadas, um passeio.

 

  O Amor Criança, a crença.

O medo do castigo,

A confissão ao amigo.

 

  Agora, tudo se transformou.

Até mesmo o silêncio mudou.

Tudo se fechou.

A flor murchou.

 

  E, a lágrima...

 

  A lágrima rolou...

 

  Fernando A.Moreira

 

 

 

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