PERSI-ZILLA
Gegê era uma bactéria que
morava nos longínquos montes Urais. Era linda, loira e enigmática. Usava um tubinho
high-tech de vinil e uma peruca vermelha rubra. Foi encontrada por um cientista louco que
desposou-a imediatamente.
Gegê foi então levada para a
metrópole e colocada em um pote de iogurte para que assim fosse adaptando-se aos poucos
ao ritmo de vida da cidade grande. Seu marido realizava todos os seus caprichos, que não
eram poucos. Ela adorava passear pelo shopping nos finais de tarde e comer pipoca doce no
parque. Nas noites de sábado ia para uma boate do momento dançar rap e se embriagar de
Margarita Frozen. Mas suas vontades foram aumentado a cada dia que passava e Gegê já
começava a exigir a chave do carro, uma conta conjunta no banco, cartões de crédito e
uma assinatura da Globo Sat. Em troca, ela dava ao marido amor, carinho e um par de belos
e enormes chifres, pois tinha o estranho hábito de parar homens na rua e convidá-los
para fuder.
Num belo dia em que seu marido andava
pela rua despreocupadamente, foi assediado por sua mulher que lhe convidou para um motel
afim de que ele lhe chupasse a vagina. As palavras proferidas por Gegê de modo tão
vulgar e felino provocaram em seu marido uma ira nunca dantes vista em seu ser. Num
repente de cólera e num rompante de insensatez, o marido investiu contra a esposa e,
agarrando-a pelos cabelos, levou-a para um beco escuro de uma rua qualquer e encheu sua
cara de bolachas, murros, socos e pontapés que foram deformando o delicado rosto de
Gegê, esfacelando seu tecido eptelial, deixando exposta a sua verdadeira fisionomia. O
que ninguém sabia era que Gegê era uma espécime oriunda de um planeta distante e o sol
a tornava um ser de poderes nunca de outrora imaginados pelos terráqueos. Ela tinha o dom
e a capacidade de, com um único assobio, despertar dos esgotos e latas de lixo todos os
ratos, ratazanas e bichos peçonhentos da Terra. E foi assim que, com o último sopro de
vida que lhe restava, acionou um dispositivo intra-uterino que por sua vez acionou uma
válvula conectada a uma roldana que se alojava na parte interna de seu cu. O resultado
foi um peido fétido e de cor alaranjada, cuja visão e olfato não foram percebidos pelos
humanos. O peido despertou os animais rasteiros dos esgotos e valas e consequentemente fez
com que a maior rata já vista fosse despertada de seu longo e até então duradouro
período de hibernação: Persiga.
O pânico foi geral. Milhares de
pessoas se empurravam nas ruas, tentando fugir de seus trágicos fins, enquanto uma rata
de 30 metros de altura vestida em um deslumbrante trapézio azul com bolinhas cor de rosa
espalhava dor e pavor ao virar carros e derrubar prédios como se estes fossem feitos de
papel machê. A grande rata palhaça também caracterizava-se por uma imensa cicatriz
tiroidesca em seu pescoço de onde emanavam pipocas radioativas que ao tocar o chão
explodiam tudo à sua volta.
Mais uma vez, a comitiva mata-rata de
ocós flutuantes, uma subdivisão especial do FBI, foi chamada para restabelecer a ordem e
a paz na cidade. Os homens com corpo de rinocerontes e olhos de gatos agora traziam
consigo uma arma letal, testada e aprovada pelo IMETRO. Cada um daqueles robustos rapazes
trazia consigo um exemplar das famosas sandalinhas Angel Look, aquela que também vem com
um óculos de brinde pra você ficar a cara da Angélica. Uma vez calçados e com os
oclinhos devidamente colocados, a comitiva, reunida num círculo, conseguiu atrair a
atenção da grande Rata que sempre valorizou tudo o que era fino e de muito bom gosto.
Mas naquele exato momento, surgiu como
advinda do além uma gata vestida com uma roupinha de Rambo que com seu estrondoso miado
fez com que a Rata Persiga se cagasse de medo, refugiando-se em seu buraco e hibernando
por mais 200 longos anos. A simpática gatinha foi aclamada pela multidão que lhe jogou
uma chuva de rosas em agradecimento. Em meio às inúmeras pessoas, a atenção da doce
gatinha voltou-se para um rastro de corrimento no chão. _"Poderia ser
Simone?...Não, não poderia..."