A EVOLUÇÃO DOS
NÍVEIS DE CONSCIÊNCIA
Jorge Damas Martins
Jdamas@antares.com.br
Rio de Janeiro – Brasil
Pedro, o fiel Apóstolo do Cristo, em uma de
suas substanciosas cartas, confirma os escritos profundos de Paulo, o Apóstolo dos Gentios, com as seguintes
palavras: “Considerai a longanimidade de Nosso Senhor como a nossa
salvação, conforme também o nosso amado irmão Paulo vos escreveu, segundo a sabedoria que lhe foi dada”(II
Ped. 3:15)
Vamos considerar para a nossa análise 02
pontos fundamentais deste versículo:
1) Segundo Pedro e Paulo, Cristo é nossa salvaçãoSalvação ou redenção era como os antigos designavam o progresso ou a
evolução.
Hoje definimos evolução como vir-a-ser. Transmutação da matéria ( g) em espírito (a ).
Evolução não é um processo que vai do exterior para o
interior. Não é um crescimento por aglutinação ou inchaço. É uma explicitação do que se é em essência. Uma
atualização do conteúdo latente.
Não existe uma evolução de fora para
dentro. Logo, não há uma salvação externa. Não há alo-redenção. Só existe auto-redenção – como já escreveu o
Prof. H. Rohden.
O Mestre já anunciou:
“Então, se alguém vos disser: eis que o Cristo está aqui, ou ali,
não lhes deis crédito ... Eis que ele está no deserto, não saiais; eis que ele está no interior da casa; não
acrediteis” (Mat. 24: 23 e 26)
'O reino de Deus não vem com aparência exterior
... porque o reino de Deus está dentro de vós” (Luc. 17:20-21).
Segundo Pietro Ubaldi, o Apóstolo do Espírito, quando as escrituras
falam do Cristo salvador estão se referindo ao nosso potencial sistêmico ( S ), pré-queda, que se encontra
latente no inconsciente. Inconsciente ainda para o nosso atual nível de consciência; porém, superconsciente
num futuro próximo, quando através dos esforços evolutivos atualizarmos o anjo em nós. Nesse amanhã o ser
consciente dirá:“Vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim” (
Paulo, Gál. 2:20).
2) A
sabedoria que foi dada ao amado irmão Paulo
Através das
14 cartas que Paulo escreveu, encontramos muitos pontos em que a sabedoria crística brilha iluminando nossa
consciência. Paulo saboreou as verdades espirituais. Sobravam nele inteligência, cultura e didática por
excelência. No entanto, num dos seus versículos, a didática deu lugar ao mistério, pois premido pelas
carências de definições de sua época, o Apóstolo do Cristo Ressuscitado, só pode sintetizar o processo
evolutivo dos níveis de consciência, segundo a “sabedoria que lhe foi dada”, com palavras enigmáticas, que
as letras fizeram questão de velar:“Tereis condições de
compreender com todos os santos qual é o comprimento e a largura e a altura e a profundidade”( Ef. 3:18).
Segredo!
Os tempos
correram pelos 2000 anos de história do Cristianismo.
Missionários desceram e
subiram sobre os filhos dos homens, com a árdua tarefa de iluminar. De transmudar o homem em gênio, o gênio
em super homem espiritual.
Sinais dos tempos!
Eis que Pietro Ubaldi, o Pedro Redivivo, “desembarca”, mais uma vez, nas
praias planetárias, com a sublime e ousada missão de lançar as bases da construção da Nova Civilização do
3o. Milênio.
É a maior antena psíquica do século XX.
Em sua missão de iluminar, Ubaldi retoma a revelação enigmática do “amado
irmão Paulo”, e com inteligência, cultura e didática por excelência, dá à luz ao que parecia segredo eterno
dos Evangelhos.
Vejamos.
P. Ubaldi descreve
os níveis de consciência em seu livro Ascese Mística ( o Índex condenou esta obra em 1939) e suas
respectivas potencializações, que permitem a chamada evolução dos faixas de consciência:
“Por dilatação de consciência, devemos entender potencialização de
todas as qualidades. Assim, em cada plano, se ajunta às precedentes uma qualidade nova. Eis que cada fase
completa uma criação sua, segundo esta ordem:
“Consciência sensória =
sensibilidade“
“Consciência racional analítica = razão"
“Consciência intuitivo-sintético = síntese (verdade)
“Consciência místico-unitária = amor ( união com Deus)”.
(Ver pág. 67, 4ª Ed. Fundápu).
Inicialmente vamos examinar os três primeiros níveis.
Para P. Ubaldi a
consciência sensória é a zona do instinto e sua representação geométrica é linear. Correlacionando com
Paulo, temos o comprimento. É o subconsciente, com baixa voltagem, frequência e potencial. De ondas longas.
É a faixa da assimilação por repetição. Sede do automatismo. Não pensa. Não diz eu. Age por pura defesa e
necessidade.
Com a maturação das experiências instintivas, por repetição à
exaustão, a linha dobra-se sobre si mesma ( ver teoria do erguimento de perpendiculares sucessivas, de
Ubaldi) e surge uma nova dimensão, a superfície, que segundo Paulo chama-se largura. É a faixa do
consciente. Sede da razão. Zona das experiências práticas do dia a dia. É de média voltagem, frequência e
potencial. De ondas médias. É cerebral.
A evolução da razão faz a superfície
dobrar-se sobre si mesma e surge outra dimensão. É a altura na visão de Paulo. O superconsciente, sede da
visão volumétrica-sintética. Zona da intuição. É de alta voltagem, frequência e potencial. De ondas curtas.
Lugar da compreensão da verdade por insight.
A quarta faixa de consciência,
surge através da maturação das precedentes. Paulo a chama de profundidade. O próprio Apóstolo dos Gentios
esclarece em seguida que “o amor de Cristo excede a todo o conhecimento” (Ef. 3:19), ou melhor, o amor é um
nível de consciência superior aos precedentes instinto, razão e intuição. É para Ubaldi a zona místico-
unitária da união com Deus.
É ainda Pietro Ubaldi que num vôo unitivo
ilumina: Na fase mística (profundidade/amor) encontramos pois as menores dimensões precedentes, isto é “a
sensibilidade ( linha/comprimento/instinto) que desenvolve a razão (superfície/largura), a razão que gera a
intuição que, por sintonia, se trans muda em amor, conducente à unificação com o Todo. E cada qualidade
compreende em si a precedente, sobre a qual se construiu” (Ascese, pág. 69).
Assim, quando as escrituras asseveram que Cristo é nossa salvação querem
dizer, como está demonstrado pela sabedoria que foi dada ao amado irmão Paulo, e pela visão unitiva de P.
Ubaldi, que Cristo (Amor) é o nível de consciência de maior profundidade, e que precisamos despertá-lo em
nós, para a nossa salvação, ou melhor para a nossa evolução.
Evolução é
conscientização, corrobora Padre Teilhard Chardin. E esta conscientização inicialmente se manifesta como
instinto, no subconsciente, com representação geométrica linear (comprimento). Mais tarde se desenvolve e
desabrocha como razão, no consciente, com representação gráfica de superfície (largura). Com o decorrer da
evolução desperta a intuição, nas alturas da visão sintética, representada pelo desenho de volume.
No tempo sem tempo, da maturidade do super homem ubaldiano, o amor crístico,
que excede todos os níveis de consciência, brilhará, e a exemplo do Mestre Jesus, diremos em uníssono:
“Naquele dia conhecereis que estou em meu Pai, e vós em mim, e eu em
vós” (Jo. 14:20).
Jorge Damas Martins
Jdamas@antares.com.br
Rio de Janeiro – Brasil