Maçonaria (Freemasonry) do Brasil – VERSÃO - 2003
Carlos da Costa Lima - um Adepto (o que escrevo é de minha única e exclusiva responsabilidade)
# Todo cidadão cumpridor de suas obrigações na sociedade em que vive e que não tenha "vícios" graves, prejudiciais, mas que esteja firmemente imbuido do propósito de vencer "todos" os vícios, é um potencial candidato a ser , no futuro, um Maçom. É preciso que seja visto assim por um membro efetivo da Ordem e que resolva convidá-lo para ingressar. Este é o primeiro passo, de muitos necessários nesta caminhada em direção à Perfeição: Perfeição esta, que não será alcançada facilmente, pois exige muito estudo, muita dedicação, muita doação de si, sabendo que o infinito é o objetivo, que por sua vez está nas mãos da Sabedoria Universal. Esta é uma forma de ser Maçom (o que me tem sido muito perguntado). O melhor que se deve fazer é ser um cidadão exemplar e estar sempre a cavar masmorras aos vícios e erguendo Templos à Virtude e pacientemente aguardar o momento em que se estará pronto, quando então seremos convidados(na hora certa - que muitas vezes não será quando imaginamos). A paciência é uma VIRTUDE e a impaciência, então, é um VÍCIO!
A GLUI publicou a 04/09/1929, declaração sobre reconhecimento, com oito princípios considerados irrevogáveis e que seriam a expressão dos landmarks ou limites extremos da Instituição Maçônica:
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Aos que deixaram os anos do 2º milênio e ingressaram nos anos 2000: uma mensagem para os que querem realmente fazer, querem ser:
SER MAÇOM - 1ª LIÇÃO :
O rito que praticamos é o Rito Escocês Antigo e Aceito – REAA, que consagra o grau de Aprendiz à Fraternidade e seu objetivo maior é a união da Humanidade.
O maçom trabalha na construção do Templo Moral, consagrado às Virtudes e às Ciências, tudo sobre a proteção do Grande Arquiteto do Universo e o seu trabalho consiste em desbastar uma Pedra Bruta o que, simbolicamente, significa dominar suas paixões, aperfeiçoando seu espírito, eliminando, ou melhor, desbastando todas as asperezas com o manejo do maço e cinzel, que nada mais são do que a Razão e a Tolerância; agindo assim estará vencendo e extirpando, pelo exemplo, os costumes que levam aos vícios da sociedade .
Primeiramente aprendemos a cultivar a fraternidade e praticar a moral; daí vem ( e não só daí ) que somos eternos aprendizes, pois depois que aprendemos jamais deixaremos de praticar a fraternidade e a moral.
O Maçom verdadeiro terá o especial cuidado em eliminar ( afastar ) de si quantas imperfeições morais lhe foram impregnadas no mundo externo, procurando despojar-se da perniciosa influência das paixões, inspirando-se nos exemplos dos Mestres de Sabedoria, aos quais pedirá ajuda e conselho, pois quando lhe pareça difícil superar um obstáculo, estes, por já terem percorrido tal caminho, lhes mostrarão que na verdade tal empecilho é facilmente superável.
No início é dado o primeiro passo para separar o ser profano (assim é chamado aquele que não é maçom) do ser maçom, separando-o do abismo que a sociedade profana abre à sua frente, rompendo a escravidão moral, formada, basicamente, pelo: fanatismo-ignorância-superstição e, ainda, a inveja-intolerância-ambição -.
Ao sermos convidados para ingressar na Ordem Maçônica surge a oportunidade, sem que tenhamos consciência, da realização da sublime missão que se nos descortina e, ao aceitarmos tal convite, iniciamos, simbolicamente, os preparativos para a construção do Templo Individual. Os maçons são construtores e para aprender o ofício farão vários cursos e praticarão constante e permanentemente nas Oficinas (ou Lojas).
O primeiro curso a ser feito é o de Aprendiz Maçom e é sobre ele que iremos discorrer; a todos os homens de boa vontade, que baterem às portas de seus Templos e, que a seguir tenham passado pelas provas para buscar a Verdadeira Luz, é oferecida uma orientação clara e segura para os libertar das trevas em que vivem , levando-os em direção à Senda da Perfeição. Esta orientação que a Maçonaria leva a todos os seres humanos, hoje, como ontem, é a Mensagem da Construção, animada pelo mais alto ideal que a inspira, em harmonia com os desígnios do Grande Arquiteto do Universo e, portanto, impregnando do Bem a todos os nossos Semelhantes.
A Maçonaria é a Escola que ensina a todos nós qual o meio de se estabelecer, não só amizades e fraternas relações, mas algo mais íntimo e vital, que se aplica à solução dos problemas diários da existência, além de nos ensinar a Ciência e a Arte Real da Vida, que nos abre e indica o caminho da Verdade.
A Maçonaria não se revela, em todo seu esplendor e com real efetividade, senão a poucos Adeptos que a ela se entregam sem reservas e que praticam seus princípios, procurando cada vez mais percorrer o caminho da Perfeição, iluminados pela Luz Construtora do Universo. Os verdadeiros Adeptos conseguem percorrer o caminho simbólico, até o Templo Universal, guiados pela Luz Verdadeira, e auxiliados pelos seus pensamentos, ações e palavras, particularmente, sua Vontade e seu Entendimento, que são o amálgama da Energia Vital e da Alma .
Isto se consegue por meio das provas iniciáticas por que passamos ao nos tornarmos aprendizes e que são os meios para que o nosso potencial espiritual adormecido seja ativado. Quem se deixa vencer por estas provas, assim como aquele que ingressa na Ordem com o espírito superficial, não entenderá seu propósito real e nem a Força Espiritual Oculta que interiormente a anima. Quem passa pela Ordem como se esta fosse uma sociedade qualquer ou um clube social, não poderá conhece-la. Só nela permanecendo por muito tempo - por todo o tempo que nos resta - com fé inalterada e esforçando-se em se tornar verdadeiro maçom, ciente do privilégio de pertencer a esta Escola Iniciática, é que se nos revelará o Tesouro oculto.
Deste ponto de vista, qualquer que seja o tempo decorrido, o que satisfará nossos sonhos ou desejos de progresso, dificilmente nos será dado superar o estágio inicial, pois somos e seremos, sempre, aprendizes. Oxalá possamos ser bons aprendizes, pois isto nos permitirá aprender sempre a Arte da Construção, o que nos ajudará na construção do nosso Templo Interior.
Ser aprendiz bom e aplicado, estudioso e praticante é o que nos conduzirá ao caminho da Verdade e da Virtude, realizando e pondo em prática a Doutrina Iniciática que se acha escondida e se revela no simbolismo desse grau. Estas qualidades caracterizam o maçom e o destaca do profano, seja dentro ou fora da Ordem.
O profano é inerte e passivo e, se existe um desejo de progresso, uma aspiração superior, estas se acham sepultadas pela materialidade da vida, que converte o ser humano em escravo dos vícios e das paixões, mais particularmente da vaidade e da ambição. O que acontece com o maçom é (exatamente) o despertar do potencial latente que existe em cada ser, produzindo o enorme desejo de progredir, caminhar para a frente, vencer os obstáculos e as limitações, tirando proveito de todas as experiências e ensinamentos que encontra a cada passo. Este estado de consciência é o primeiro passo para que o profano se faça Maçom, no verdadeiro sentido da palavra
Ao ingressar na Ordem Maçônica, após receber um convite de em amigo, que depois reconheceremos, também, como irmão, temos que aceitar, por toda a vida, que seremos Aprendizes ativos e diligentes: tudo o que encontrarmos em nosso caminho pode e deve ser proveitoso material de construção para o edifício simbólico do nosso progresso; o Templo que assim levantamos, permanentemente, é o nosso Templo Interior que estará sempre em construção.
O esforço individual é condição básica para esse progresso. O Aprendiz Maçom não deve contentar-se em receber passivamente as idéias, conceitos e teorias que venham do exterior e simplesmente assimilá-los; precisa, sim, trabalhar com estes materiais e assim aprender a pensar por si mesmo, pois o que caracteriza nossa Instituição é a mais perfeita compreensão e realização harmônica dos princípios de Liberdade e Autoridade, que se acham quase sempre em oposição no mundo profano.
Cada um deve aprender e progredir por meio de seus esforços e segundo sua própria experiência, ainda que aproveite, segundo seu discernimento a experiência dos que tenham percorrido idêntico Caminho. Aprenda-se pois, o que é a Ordem Maçônica em sua essência, quais foram suas verdadeiras origens; o significado da Iniciação Simbólica com a qual somos recebidos ; a Filosofia Iniciática que nos dá os elementos de estudo dos primeiros Princípios e dos Símbolos que os representam ; a tríplice natureza e valor do Templo Alegórico de nossos trabalhos.
Receberemos, com tais esforços, a recompensa adequada e merecida, nos
tornando pedreiros aptos a executar o trabalho que nos é determinado, não
nos esquecendo que o Aprendiz é ao mesmo tempo obreiro, matéria
prima e ferramenta da construção do Templo Simbólico Individual,
que por obra da Sabedoria Universal é parte (mesmo que ínfima) do Templo
Universal, obra máxima da Perfeição, habitação do Artífice dos Artífices,
que nada mais é do que o Supremo Arquiteto do Universo e que, por sua vez
, é DEUS.
2ª LIÇÃO : UM POUCO DA FILOSOFIA MAÇÔNICA
Ao pincelarmos
essa Ciência, não podemos deixar de recorrer ao dicionário para reavivar
nosso entendimento:
FILOSOFIA - Ciência geral dos princípios e causas, ou sistema
de noções gerais sobre o conjunto das coisas; esforço para generalizar, aprofundar,
refletir e explicar; sistema de valores, força moral e elevação de espírito
com que o ser humano se coloca acima dos preconceitos; sabedoria.
Dentre os
princípios da Maçonaria Universal destacamos dois , que lançarão um pouco
de Luz no nosso saber : 1. a Maçonaria condena a exploração do homem, os
privilégios e as regalias, enaltecendo, porém, o mérito da Inteligência e
da Virtude, bem como o valor demonstrado na prestação de serviços à Ordem,
à Pátria e à Humanidade, e 2. a Maçonaria defende a plena liberdade de expressão
do pensamento, como direito fundamental do Ser Humano, admitida a correlata
responsabilidade.
Estes
princípios, ora destacados, são suficientes para mostrar que a Ordem Maçônica
sempre foi, e deve ser a União Consciente de homens inteligentes e virtuosos,
que ligados por deveres fraternos concorrem, pelo exemplo e pela prática
da virtude, para esclarecer e preparar os seres humanos para a emancipação
progressiva e pacífica da Humanidade.
Estudos
Filosóficos são a busca da Verdade, do Conhecimento, enfim, da Sabedoria
e, desta forma, atuando no campo incomensurável do Pensamento, em ambiente
de total liberdade cultural e de consciência, veremos descortinar máximas,
hipóteses, teorias, teses sem limitação e sempre onde tenhamos condições
de chegar a entender, pois está limitado aos nossos estudos, à nossa compreenção.
É assim que a Filosofia Maçônica se apresenta na busca da Sabedoria com Razão
apoiando-se nas três colunas de suporte da Ordem da Arte Real : LIBERDADE-IGUALDADE-fraternidade.
Neste ponto
temos condições de entender que a Filosofia Maçônica não é dogmática, pois
procura incessantemente a Verdade, sem restrições, sem parâmetras pré-fixados,
sem imposições que levem ao prévio estabelecimento das Verdades: a Filosofia
Maçônica incentiva o Maçom na busca da Verdade Individual sem o influenciar
direta ou indiretamente, deixando o livre arbítrio e o discernimento conduzirem,
pelo estudo e dedicação, na livre busca ou não do conhecimento. Eis o caminho
para se alcançar a Verdade Revelada.
A livre
e incessante busca da Verdade, do Conhecimento, do Saber, é um direito inalienável
do Ser Humano. O exercício desse direito não pode, em nenhuma hipótese, ser
uma obrigação ou dever. Não pode ser imposto. Cada um de nós escolherá os
meios, as ferramentas que nos ajudarão a percorrer o nosso Caminho Iniciático
sem nenhuma interferência da Ordem. Se preciso e merecermos teremos ajuda
e apoio do nosso Mestre, dos nossos Irmãos.
O Maçom
é construtor e para aprender o ofício fará vários cursos e praticará constante
e diligentemente nas Oficinas ( ou Lojas ). O primeiro curso a ser feito
é o de Aprendiz Maçom e é ele que instruirá a todos os homens de boa vontade
que, baterem ás portas de seus Templos, após serem formalmente convidados
e que tenham passado pelas provas simbólicas para buscarem a Verdadeira
Luz É quando lhes será oferecida uma orientação clara e segura para os libertar
das trevas em que vivem, orientando-os em direção à Senda da Perfeição.
A Maçonaria
é a Escola que ensina a todos nós qual o meio de se estabelecer, não só
amizades e fraternas relações, mas algo mais íntimo e vital, que se aplica
à solução de problemas diários da existência, além de nos ensinar a Ciência
e a Arte Real da Vida, que nos abre e indica o caminho da Verdade.
Concluindo
esta que é uma de muitas e necessárias lições, deixamos claro que a Maçonaria
não se revela, em todo seu esplendor e com real efetividade, senão a poucos
Adeptos que a ela se entregam sem reservas e que praticam seus princípios,
procurando cada vez mais percorrer o Caminho da Perfeição, iluminados pela
Luz Construtora do Universo.
Brasília,DF,
29 de junho de 2003.