A INTERRELAÇÃO ENTRE APRENDIZAGEM, AFETO E FAMILIA

João Batista Martins
Universidade Estadual de Londrina
Dep. Psicologia Social e Institucional
(Co-autoria)


Iniciamos em 1995 um estudo sobre avaliação psicodiagnótica junto à Clínica Psicológica da Universidade Estadual de Londrina. Seu objetivo foi o de verificar os fatores psicológicos implicados no processo de aprendizagem. Foram avaliadas 10 crianças situadas na faixa etária de 9 a 12 anos; cursando de 2ª a 6ª série do 1º grau das escolas de Londrina. Para a realização do diagnóstico foram aplicadas provas psicológicas que avaliaram os aspectos cognitivos, afetivo e emocional. Os resultados mostraram que as crianças que apresentavam comprometimento tanto na esfera cognitiva quanto afetiva: 1 - todas apresentavam dificuldades em estabelecer relações entre letras e sons, difiduldade de concentração, atenção e simbolização; 2 - a maioria delas se encontrava em nível de pensamento concreto, sendo que todas precisavam de mediadores para avançar no seu nível real de desenvolvimento e aprendizagem;  3 - dificuldades de sintaxe revelaram problemas relativos à questões de identificação sexual, capacidade de discriminação, de integração, vinculados aos próprios afetos e assim, impedindo a criatividade; 4 - temas relacionados ao "certo"-"errado", "bom" - "mau", manifestos com intensos sentimentos de ambivalência, revelaram insegurança, medo de errar, reações de inibição, regressão e baixa auto-estima; 5 - fortes sentimentos de culpa e medo de ser castigado resultaram em inibição dos potenciais infantis; 6 - crescer significava "perder". Um fator comum a todos os resultados foi a instabilidade emocional do grupo familiar, o que entendemos ser o principal fator desencadeante dos sintomas revelados. Conclui-se que há necessidade de se efetuar um diagnóstico familiar, com o objetivo de investigar a estrutura e dinâmica familiar e sua influência no processo de desenvolvimento e aprendizagem infantis.


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