MAROLAS ANTROPOLÓGICAS:
IDENTIDADES EM MUDANÇA NA PRAIA DO SANTINHO

[Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social da Universidade Federal de Santa Catarina como requisito parcial para a obtenção do Grau de Mestre em Antropologia]

Florianópolis, Verão de 1995

 

RESUMO

Este texto trabalha sob duas questões: a da identidade e a da mudança. A partir de um resgate teórico sobre estas questões, faço algumas reflexões tomando como objeto de três situações: 1) o processo do “vir a ser antropólogo” - um processo de construção de identidaade, tomando minha experiência no campo da Antropologia como objeto de análise; 2) as mudanças que estão se processando na Praia do Santinho em função da crescente urbanização e da implementação do turismo, analisando alguns mecanismos que esta comunidade se utiliza para assegurar alguns elementos identitários de sua cultura e, concomitantemte, para re-organizar-se e re-ordenar-se frente às mudanças que o processo de desenvolvimento propicia e 3) grupo de jovens/adolescentes (composto de nativos e não nativos) que se auto-denomina “Galera”. Este grupo ao operacionalizar o universo simbólico do surfe para construírem suas identidades, circunscrevem um “espaço social” onde exercitam as “possíveis” soluções para o que denominamos de “crise da adolescência”. Além disso, consideramos este “espaço social” como uma alternativa para a superação as dificuldades inerentes ao processo de inserção no universo do adulto. Tais reflexões nos levam a recolocar algumas questões para o antropólogo: uma está relacionada com o tratamento que é dado “subjetividade” na construção do conhecimento antropológico; outra relaciona-se à abordagem e à compreensão da realidade social - principalmente das comunidades litorâneas de pequeno porte - tendo como perspectiva a implementação e o desenvolvimento do turismo e da urbanização, e as conseqüentes mudanças à eles vinculadas.

 

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