ESO - ETFSP - GLOSSÁRIO

GLOSSÁRIO

Automação. Modernização produtiva em que a máquina passa a desempenhar automaticamente um conjunto de funções sem interferência imediata do trabalhador.

Biotecnologia. Termo genérico para os avanços recentes na Biologia. Designa em especial: a engenharia genética, que permite a manipulação dos gens, elevando a precocidade, produtividade, qualidade e resistência das plantas e animais; e a pesquisa de novos componentes orgânicos, por exemplo para a indústria farmacêutica.

CAD-CAM (de Computer aided Design e Computer Aided Manufacturing). Desenho e produção industrial com auxílio de computadores. O uso das duas siglas unidas indica a passagem automática e direta das especificações do projeto para a produção.

CCQ, Círculos de Controle de Qualidade. Grupos de seis a dez trabalhadores, teoricamente voluntários, surgidos no Japão dos anos 60 e introduzidos no Brasil em 1981. Visam racionalizar o processo de trabalho via sugestões e fluxo de informações. Têm também função ideológica, sendo apresentado como "democratizantes".

CEP, Controle Estatístico de Processo. Método preventivo de garantia de qualidade. O andamento do trabalho é constantemente comparado com um padrão definido, com imediata correção dos desvios. Emprega técnicas estatísticas, gráficos de controle, histogramas e diagramas causa-efeito.

Cinco Zeros. Zero estoque, zero defeito, zero papel, zero espera, zero pane (ver Qualidade Total).

CNC, Comando Numérico Computadorizado. Simbiose entre máquina e computador.

Flexibilidade ou Sistema flexível de manufatura. Aceita chegada aleatória de ordens de produção e encomendas personalizadas.

Focalização. Tendência das empresas a se concentrar na "atividade-foco" em que tem vantagem competitiva. Opõe-se à verticalização(ver terceirização).

Gestão Participativa. mobilização dos trabalhadores, com incentivos econômicos (prêmios, estabilidade, carreira) e forte carga ideológica, visando engajá-los na reestruturação produtiva.

Ilha de Produção. Mudança do layout do tipo jobshop. Agrupa máquinas de diferentes tipos, em forma de linha ou de "U", e operadas coletivamente por uma equipe. Cada ilha produz uma família de peças semelhantes por sua geometria ou processo.

 Just in Time (na hora certa). Sistema de organização da produção para produzir na quantidade e no tempo exatos. Reduz drasticamente os estoques e aumenta a flexibilidade. Entregas mais freqüentes e em lotes menores por parte dos fornecedores. As fábricas dos anos 80 têm ruas internas para o fornecedor descarregar diretamente no setor que utilizará a entrega.

Kamban. O sistema de informação que alimenta o just in time. Originalmente usa cartões coloridos que acompanham as "encomendas" feitas entre setores ou entre empresas.

Modularidade. Método de organização da produção em "famílias" de produtos assemelhados entre si, que, por exemplo, empregam os mesmos componentes.

Polivalência. Operação simultânea de várias máquinas diferentes(multiskill worker) ou semelhantes (multitask). Compreende também a redução dos níveis hierárquicos e tipos de cargos na produção, até com rodízio de funções.

Porosidade. Lapsos de tempo em que o trabalhador não está produzindo, enquanto espera, por exemplo, que determinada máquina conclua sua tarefa. É drasticamente reduzida no trabalho polivalente.

Controladores Programáveis (programmable controillers), ou PC (não confundir com o Personal Computer). Estágio de automatização inferior ao CNC.

Qualidade Total. Complexo de procedimentos (CCQ, CEP, etc.) que visa elevar ao máximo a qualidade e reduzir ao máximo os defeitos da produção. Também chamada Cinco Zeros.

Robô. Máquina informatizada que substitui totalmente ou em grande parte o trabalho humano em funções complexas, como pintura e soldagem de automóveis. Movimenta e manipula ferramentas e peças à semelhança de um trabalhador. Com freqüência é antropomorfo, com a forma de um braço humano e articulações de ombro, cotovelo, pulso e garra. Possui também órgãos de sentido (visão). O termo, criado pelo escritor Karel Capek em 1921, vem do checo robota, trabalho forçado.

Telemática. Associação entre telecomunicações e informática empregada, por exemplo, nos caixas automáticos de bancos.

Tempo de Atravessamento (lead time). Tempo em que o produto percorre ('atravessa') o conjunto do processo produtivo dentro da empresa, desde a encomenda até a entrega do produto. Deve ser reduzido ao máximo para reduzir a duração do cicio de reprodução do capital.

Terceirização (em inglês outsourcing, fornecimento de fora). Tendência das grandes empresas para subcontratarem outras firmas, empreiteiras ou 'terceiras" para assumir funções auxiliares (faxina, segurança, cozinha, transporte) ou diretamente ligadas ao processo produtivo (manutenção, ferramentaria, setores com emprego intensivo de mão-de-obra e menor emprego de maquinaria) ou fornecer componentes prontos (ver localização).

Toyotismo. Sistema de produção, relações interempresariais e relações de trabalho desenvolvido pela montadora automobilística japonesa Toyota, considerado como paradigma da 3ª Revolução Industrial.

Verticalização. Tendência de uma grande empresa para assumir ela mesma todos os estágios da cadeia produtiva de um produto. Característica do fordismo é contrariada pela terceirização.

Nicho. Setor específico da produção ou do mercado, que apresenta características marcadamente diferenciadas; "0 nicho das prensas pesadas'; "O nicho dos veículos fora-de-estrada".

SMED (singre minute exchange die, ferramenta de troca num minuto). Processo criado em l 969 no Japão para reduzir ao máximo o tempo que uma máquina fica parada, na produção flexível, para ser ajustada a uma mudança no modelo que está sendo produzido. Baseia-se no princípio de fazer o máximo de operações preparatórias com a máquina ainda em funcionamento.

Da Revista "De fato" (revista da CUT) - dezembro de 1993 - pág. 14 a 25 - Autor: Bernardo Joffily - São Paulo

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