Ringue:Maconha: Legalizar ou não
Legalizar não é a solução
Cresceu, nos últimos cinco anos, o debate sobre a possibilidade de descriminalizar o uso da erva canabis sativa, a maconha.
No centro deste debate, duas questões parecem realmente deter a pertinência do assunto: o crime organizado em torno do produto e os problemas pessoais e sociais acarretados ao usuário. Ao meu ver a liberação para o uso da maconha não soluciona nenhum destes problemas: o crime não depende da maconha e a dependência psicológica não cessará porque tornou-se de livre utilização. Analisaremos estes dois pontos.
O crime organizado atua de forma sutil e ampla, com uma estrutura hierarquizada e disseminada sistematicamente por todas as camadas da população. O alto escalão se compões de eminentes políticos, prelados, banqueiros e outras pessoas desconhecidas da grande mídia. Com uma teia muito bem articulada, promove seu esquema criminoso em todos os seguimentos da economia, desde o desvio de verbas públicas até a venda, no varejo, de pequenas quantidades de drogas e objetos contrabandeados.
A maconha entra nesse sistema como mais um elemento apenas como mais um produto.
A descriminalização da maconha apenas tiraria um grão de areia da praia da violência do crime organizado. Este rapidamente comporia parcerias com o governo e dominaria legalmente, a exemplo do comércio de cigarros, álcool e drogas farmacêuticas, o setor que hoje controla criminalmente. A violência e a corrupção continuariam, e o crime, de forma nenhuma, seria prejudicado.
Outro efeito de uma possível legalização seria o aumento gradativo do número de usuários, estendendo à toda população os malefícios físicos, psicológicos e sociais desta droga, que hoje é mais facilmente encontrada que as notas de cem reais ou as novas moedinhas cunhadas por FHC. Um grupo enorme de pessoas engrossaria a fileira de dependentes de drogas, levando muitas família à destruição moral e social.
O fato de a maconha tornar-se um produto de livre comércio, a colocaria no perigoso rol das drogas livres - encabeçado pelo cigarro e pelo álcool - e que está absolutamente longe de ser controlado pelo governo (vide o embate do governo com os fabricantes de cigarros nos últimos dois anos).
A discriminalização da canabis não interessa nem à sociedade, nem ao governo, que pode até ganhar com a taxação de impostos, mas perde no gasto público com saúde. Nós precisamos é de medidas que afastem a sociedade do risco que é a dependência de drogas e não daquelas que nos aproximem mais de sua utilização.
A maconha é droga sim, e prejudica demais a saúde para ser vendida livremente em qualquer botequim de esquina.
Lilson Sérgio Fiorillo
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