Bem-vindo à esta página, meu nome é Marco Antonio do Nascimento Sales, Psicólogo e Psicoterapeuta Existencial. Desde que me graduei na faculdade, tenho trabalhado na área clínica. Atualmente estou executando minhas tarefas profissionais no meu consultório, situado à Rua Maria Campos de Carvalho nº 17 - Centro - Nova Iguaçu - Rio de Janeiro - Brasil - CEP: 26.215-140 - Telefone: (021) 667-3533 - Bip: 538-3738 - Código 7070. Além disso, sou Professor da Sociedade de Análise Existencial e Psicomaiêutica, ministrando a disciplina de Bases Filosóficas da Psicoterapia Existencial. Gostaria que todos aqueles que visitassem este site, pudessem dar um retorno do que acharam ou mesmo fazer sugestões. Coloco-me à disposição dos interessados para falar mais sobre a minha abordagem psicoterapêutica. Confira o meu E-mail: " lypum_sho@yahoo.com ". "O Desespero da VIDA autêntica" "Todo desespero é fundamentalmente um desespero de sermos nós mesmos". Sören A. Kierkegaard Vivendo o momento presente vem a mim um pensamento perene e ao mesmo tempo assustador: "Será que eu posso ser eu mesmo?" É uma reflexão que se configura como aterradora, porque os custos deste investimento são altíssimos e seus dividendos não aparecem a curto prazo, ficando às vezes mais cômodo seguir ao sabor da onda (dos outros). Evidencia-se ainda, tal meditar, como uma busca eterna, por ser este um ideal que seguimos AD INFINITUM, pois, completitude, parece ser coisa para o além-túmulo. Kierkegaard além do que nos disse acima, falou também que a existência é algo singular, particular e individual. É um processo de construção da interioridade, que se circunscreve como produto do "risco individual" que requer de cada pessoa adesão, consciência de que não há respaldo e nem garantias, que os critérios a serem seguidos pertencem à lógica subjetiva do íntimo e pessoal, e não a generalizante e matemática, cujo compromisso é com o universal, genérico e abrangente. A cada instante somos tentados a seguir no caminho de "todos", se é que isso é possível? Somos seduzidos à generalização, ou seja, torno-me um número no banco, torno-me uma engrenagem na máquina do meu trabalho, torno-me um personagem na minha família, torno-me um estranho para mim mesmo, enfim, torno-me um ser pré-fabricado, pré-determinado, pré-destinado a qualquer coisa para os outros e não para mim. Sou o desejo do meu pai, da minha mãe, do Estado, do trabalho, sei lá de quem mais. Sartre em sua conferência "O Existencialismo É Um Humanismo" (1946), disse que concebe a existência e não a essência como algo pertinente, porque percebe o homem como sendo um "NADA NO SEU INÍCIO" , e que posteriormente pode ser alguma coisa e será AQUILO QUE FIZER POR SI MESMO. Com esta afirmação, penso que ele diga ser "O HOMEM NADA MAIS É DO QUE AQUILO QUE ELE FAZ POR SI MESMO" , ele será apenas o que projetou ser, sendo o único e exclusivo responsável pelo que é, pelos resultados das suas escolhas, realizadas em liberdade. Com isto vejo que o referencial para as minhas respostas sou eu mesmo; eu o único que tenho a capacidade de transitar através do meu interior. É usando a minha liberdade que desfruto do direito de ser, de construir o meu futuro, de engajar-me na minha história com compromisso. E por falar em compromisso, lembrei-me de uma fábula que revela a diferença entre este e o envolvimento , a saber: "Um certo dia um velho sábio desejou compreender a diferença entre envolvimento e compromisso. Estudou vários e longos anos, gastou muito tempo lendo compêndios diversos, freqüentou um número incontável de escolas, porém, não conseguiu atingir o seu alvo. Cansado, o velho sábio resolveu tirar umas férias, seguindo imediatamente para uma fazenda no interior do seu país. Chegou ao local tarde da noite e procurou dormir. Bem cedo, o sábio levantou e foi tomar um saboroso café, tendo à mesa um prato com ovos e bacon , naquele instante o sábio disse: Achei! Achei! A galinha se envolve neste café doando os seus ovos, mas o porco está comprometido com ele, porque compartilha da sua própria vida para dar este alimento. Eis aí a diferença". A resposta que o sábio conquistou serve para mim também, pois se eu não assumo um compromisso com os meus projetos, com a minha própria vida, o máximo que eu consigo será um envolvimento com as verdades alheias, pois "verdade verdadeira" é aquela que em sendo minha eu sou capaz de morrer por ela. Tal situação é sintomática, porque se uso desculpas ou justificativas para a minha situação atual, se me refugio em um determinismo, se dissimulo a total liberdade do engajamento sou um homem de má-fé, escondido nas minhas máscaras que foram estruturadas ao longo da minha existência. A isto Heidegger chama de inautenticidade, cujo caráter essencial se estabelece mediante as relações sociais com os outros homens, as quais se caracterizam pela "lei da massa". O inautêntico sabe aquilo que a massa sabe, diverte-se como se diverte a massa, julga como julga a massa, submete-se prazerosamente à LEI DA MASSA, porque prefere se eximir de responsabilidade; tudo está decidido na vida de cada dia, pois é decidido pela massa. Romper com a lei da massa é doloroso, faz com que o indivíduo se sinta desequilibrado, diferente e até mesmo "doente". Posto que, ele é colocado diante do espelho para ver-se, de sorte a construir a sua existência. Ser eu mesmo, levar uma vida autêntica, é assumir a minha vida como própria, é forjá-la e construí-la segundo os meus planos. Quem ouve o apelo do futuro como suas próprias possibilidades, pode promover a sua lida, afastando-se do deixar-de-ser, aproximando-se do poder-ser ou do vir-a-ser, alijando a possibilidade de tornar-se um "CLONE" da biografia de outro, antes estruturando uma perspectiva de transformar-se em algo novo e só seu a cada dia.
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Heidegger
Por que procurar um psicólogo clínico?
Jean-Paul Sartre
SÖREN AABYE KIERKEGAARD ( 1813-1855 ) Filósofo religioso dinamarquês, cujos principais temas de reflexão foram a existência individual, a escolha e o compromisso profundo (engajamento), que influenciaram a teologia moderna e a filosofia, especialmente o existencialismo. 1. Vida Kierkegaard nasceu em Copenhague (Dinamarca), em 15 de maio de 1813. Seu pai era um próspero comerciante e rigoroso luterano, cujo obscuro sentimento de culpa piedosa e vívida imaginação, influenciaram fortemente seu filho. Na universidade Kierkegaard estudou teologia e filosofia, doutorou-se com a tese "O CONCEITO DE IRONIA CONSTANTEMENTE REFERIDO A SÓCRATES" por volta de 1841. Ainda quando estava na Universidade, ele entrou em contato pela primeira vez com os conceitos da filosofia hegeliana, reagindo grandemente em relação aos mesmos. Neste período, Kierkegaard parou de praticar o luteranismo e viveu algum tempo como uma figura conhecida da vida social extravagante e boêmia de Copenhague. Após a morte do pai em 1838 decidiu terminar os seus estudos em teologia e filosofia, porém negando a si mesmo a ordenação pastoral, sem contudo, deixar de ser uma pessoa devota à sua fé até o fim da vida. No ano de 1841, Kierkegaard resolveu desfazer o seu compromisso com Regine Olson (1822-1904), suspeitando que o seu casamento era incompatível com uma futura linhagem (talvez o receio de trazer infortúnio sobre os seus descendentes, cujas vidas poderiam ser prejudicadas devido a maldição de Deus sobre os Kierkegaards) , com sua natureza complicada e ainda pelo crescimento da sua vocação filosófica. Este fato teve um enorme impacto sobre a vida do filósofo, que redundou em várias citações no decorrer da sua obra, a qual num período de 14 anos apresentou mais de 20 livros. 2. Filosofia Kierkegaard realizou deliberadamente um trabalho assistemático que consistia em ensaios, aforismos, parábolas, contos fictícios e diários, muitos dos quais publicados originalmente com pseudônimos. Ele aplicou o termo existência a sua filosofia, porque estimava que a reflexão filosófica era uma expressão de um intenso exame da vida individual, e não um sistema monolítico construído à maneira de Hegel, que conclamava à busca da compreensão "racional" da vida e da história humanidade; Kierkegaard, por outro lado, falava da ambigüidade e da natureza paradoxal da vida de cada homem, sendo impossível na opinião dele a generalização da existência individual. A subjetividade do ser humano é total e evidencia-se no aqui e agora. O indivíduo existe em si, por si e para si. Kierkegaard afirmava que o homem não tem que procurar fora de si os fundamentos que justifiquem a sua existência. Ele dizia: "Eu não esqueço de mim nem quando durmo". Kierkegaard na sua obra transita entre três palavras, a saber: 1) "EXISTENS" - designa o simples fato de existir ou "estar aí"; 2) "VORDEN" - fala de existência em potência e deve se subentender nela a idéia de devir; 3) "TILVAERELSE" - a mais usada pelo filósofo. Formada pelo prefixo "til" (até que... em direção de...) e de "vaerelse" (ser) . Entende-se que a idéia de ser se associa a tensão, ao impulso em direção a outra coisa. Um estado diferente daquele no qual se está no aqui e agora. Deste modo, existência resume-se numa vontade ou numa necessidade de progressão para Kierkegaard. 2.1. A Escolha na Vida do Indivíduo Kierkegaard mantém a sua filosofia não numa perspectiva de imposição, mas explorava as suas idéias em termos de "escolha" e "responsabilidade" de cada indivíduo sobre si mesmo. Ele afirmava que escolher "é necessário" e, a partir do momento em que a verdade aparece para a pessoa humana, se esta é fiel a si mesma, a opção deduzida é óbvia, restando manifestá-la em atos. E essa verdade descoberta, passa ser a verdade que se segue, pela qual o indivíduo vive e morre por ela. Kierkegaard acreditava que o indivíduo possui uma capacidade natural para exercer suas escolhas, sem procurar qualquer forma de validação universal. Isto é determinado tão somente pela subjetividade de cada um. Kierkegaard diz ainda que o indivíduo pode "escolher" três estágios de existência, a saber: o estético, o ético e o religioso. O estético é um caminho de vida que expressa um refinado hedonismo, consistindo na busca do prazer e no cultivo das modas exteriores. O indivíduo estético, constantemente procura variedade e novidade num empenho de estar longe do enfado, porém, confrontando-se sempre com o fastio e o desespero. O caminho ético envolve um intenso e ardente compromisso com a responsabilidade, * [com as restrições sociais ou obrigações religiosas]. No seu trabalho "Estágios no Caminho da Vida" (1845), Kierkegaard discerne que a submissão a um caminho de obrigações gera a perda da responsabilidade individual, por isso, propõe um terceiro estágio que seria o RELIGIOSO, cujo aspecto fundamental seria mostrado pela entrega a Deus (o Absoluto), que levaria o indivíduo a encontrar a autêntica liberdade. Na sua obra "TEMOR E TREMOR" (1846), Kierkegaard enfocava o mandamento de Deus a Abraão para sacrificar o seu filho Isaque como um exemplo da colocação acima (Vd. Gn 22:1-9), como um ato que ultrapassa as convicções éticas de Abraão. Ele provou sua fé fazendo segundo o mandamento de Deus, mesmo sem entender isto. A "suspensão" do entendimento ético, como chama Kierkegaard, originou o autêntico compromisso de Abraão com o seu Deus. Para escapar a este último desespero, o indivíduo precisa fazer igual ao "ato de fé" na vida religiosa, que é inerentemente paradoxal, misteriosa e cheia de riscos. A isto ele chama de SENTIDO DO MEDO. Que em última análise é o medo do nada ( "O Conceito do Medo" - 1844 ). Sendo assim, diante dos seus postulados, Kierkegaard recusou todas as atitudes de fachada, assumiu a angústia e o desespero como o preço de um compromisso pessoal de todos os momentos. Rejeitou as palavras vazias para tentar chegar ao essencial indizível: "Querer a autenticidade em cada um de nossos atos como uma conduta geral de vida". Esta posição de vida adversa ao comodismo do universal, em sendo em si contestadora, trouxe a Kierkegaard muitas lutas através dos seus contemporâneos, posto que, ele trocou "a palha das palavras" pelo "grão das coisas".