Vida Académica

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Existem inúmeras vantagens em ser estudante do Ensino Superior numa cidade relativamente pequena como Évora. Nas grandes cidades, caso de Lisboa, possivelmete também do Porto, os alunos encontram-se muito dispersos, sendo por vezes muito dificil arranjar oportunidades para conciliar estudos em conjunto e trabalhos de grupo.

Em Lisboa perde-se imenso tempo e gasta-se imenso dinheiro com transportes. Tem que se suportar o calvário das 'horas de ponta', as bichas, os apertões, os carteiristas e a possibilidade de ser assaltado a cada esquina. Claro que poderá haver imensas vantagens em estudar na capital, mas poucas relacionadas com o estudo.

Também existem algumas desvantagens em viver em Évora. O custo do alojamento anda equiparado ao de Lisboa - Évora é uma cidade cara.

Mesmo para os mais afortunados, a  quem os pais podem comprar um pequeno estúdio ou apartamento, a operação não será fácil, mais uma vez, os preços da compra de habitação são semelhantes aos de Lisboa.

 

Vida nocturna:

Poderemos que dizer que a vida nocturna em Évora existe em função da Universidade - durante os períodos de férias da Universidade desaparece quase toda a animação: os pubs, as discotecas e as ruas ficam práticamente desertos (o mesmo se passa em Coimbra).

 

Acontecimentos:

 

As 'Praxes'

 

O texto que se segue foi baseado na C.E.G.A.R.R.E.G.A. da Universidade de Évora e retirado do Guia do Estudante:

 

"A praxe tem como finalidade integrar-te no meio académico, pelo que deves vivê-la no teu dia a dia e assim ficarás a saber o que é uma TRUPE e quais são as SOLENIDADES ACADÊMICAS

Desde o momento em que te inscreves pela primeira vez nesta Universidade até ao dia 1 de Novembro, Dia da Universidade e da abertura solene das aulas serás BICHO, a partir desse momento passarás a ser denominado CALOIRO. Depois da segunda inscrição anual, o caloiro deixa de o ser, para passar a ser designado ALUNO. A terceira inscrição anual, na Universidade de Évora confere a designação de ESTUDANTE. A quarta inscriçâo anual na Universidade de Évora confere aos senhores estudantes o título de DIGNISSIMO. A quinta inscrição anual na Universidade de Evora confere aos digníssimos senhores estudantes o título de MUY ILUSTRE e DIGNíSSIMO. A sexta inscrição anual na Universidade de Évora confere aos MUY ILUSTRES e DIGNíSSIMOS ESTUDANTES o direito à utilização do título de VENERÁVEIS. Ao VENERÁVEL com maior número de inscrições é-lhe concedido o título de "GERALDO ou GERALDES sem pressa". A terceira inscrição na Universidade confere ao estudante o
direito de praxar, devendo o mesmo respeitar os graus acadêmicos existentes.

Toda a praxe deverá ser executada com bom senso e tendo em conta as leis da praxe vigente. Deve ser respeitada obrigatoriamente a integridade física e psicológica do praxado. 0 praxado não pode ser de modo algum, sob nenhuma coacção, explorado monetariamente.

A venda de qualquer gênero é permitida desde que o praxado não seja forçado a adquirir o referido artigo, ou a adquiri-lo a preços exagerados."

 

As 'praxes' são uma tremenda mistificação e uma enorme comédia.

São uma mistificação porque não existe nenhuma tradição académica de 'praxes' na Universidade de Évora, porque não se destinam a integrar os estudantes, nem correspondem a qualquer ritual de iniciação.

A enorme comédia depende bastante do espírito de humor dos que 'praxam', dos 'praxados' e do cidadão comum que assiste à parte pública do espectáculo, que decorre um pouco por todo o Centro Histórico da cidade. Tirando algumas poucas 'praxes' cheias de imaginação,  as praxes não passam de humilhações individuais e colectivas da rapaziada (eles e elas) muito nova que chega pela primeira vez ao ensino superior e uma forma de os alunos mais antigos sentirem que são mais do que simples estudantes, ficando 'assim como que' investidos de alguma autoridade.

Se existisse por aqui algum ritual de iniciação, os neófitos seriam mais os que 'praxam' do que os 'praxados' (simples décor).

 

 

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