As Aventuras do Osminho

1- O Meu Lar

Já faz quase uma hora que as crianças aninharam nos seus respectivos "esconderijos". Os donos da casa, também nos seus lugares de sempre, olhando uma caixa que emite barulho e luzes de várias cores, alojado em cima de uma caixa de madeira ainda maior com vários compartimentos entupidos de roupas macias. Vez em quando, coloco a cabeça para fora da minha toca e vejo se a barra está limpa Eu sei que não corro nenhum perigo lá fora, mesmo com as crianças ainda em atividades, mas fui educado pelos meus pais que não se deve expor diante dos seres humanos, porque são extremamente perigosos. Recordo de uma vez, ter perguntado a meu pai a razão de tanta preocupação, já que eu não via problema nenhum com os que conheço. Aí, ele me contou que a nossa família tem tanta sorte de poder viver num Ambiente tão maravilhoso como este. Segundo o meu pai, os donos da casa, além de não molestar nimguém da nossa espécie, educaram seus filhos a respeitar o ser vivo que não faz mau ao homem. Mesmo assim, me oriento para ter cuidado porque a maioria dos homens não suportam nem ver a sombra quanto mais viver no mesmo teto. Normalmente acontece a seguinte cena, ele me explicou outra vez. Ao deparar com uma de nós, a mulher grita agudo a ponto de desmaiar. - Socooooorro! ! Ooosga! Osga! Matem - na! Osga? Que nome horrível, comentou ele. E as pessoas correm com a vassoura ou qualquer pedaço de madeira para atingí - la sem piedade . . . Compeltou com tom revoltado. - O que acontece aqui é uma coisa raríssima. Temos muita sorte! Disse-me uma vez minha mãe. - Tudo isso graças ao teu avô ter se mudado para cá, assim que aprontou a casa de madeira, há muito tempo atrás. Completou meu pai. Realmente, as poucas fatalidades que tenho ouvido, são acidentais : como do meu tio que fora apanhado, ainda pequeno, pelo bebê do casal que pensara ser um dos brinquedos seus e a minha prima que se alojou inexperientemente entre as tábuas empilhadas. Agora um total silêncio lá em baixo. Chegou a hora de passear e caçar as minhas refeições prediletas. Saí pela abertura do tijolo lá perto do telhado e fui caminhando pela parede iluminada de luz amarela que parte de um ovo gigante próximo a cabeceira. Todos da minha família começaram a sair e aproveitar a calma noite de verão. A nossa moradia é um tijolo de 3 furos que compõe a parede do quarto do casal. O tijolo tem uma abertura lateral que funciona como entrada e saída. O primeiro andar é a sala, o segundo é o quarto dos meus pais e o terceiro é o meu e o da minha irmãzinha. A maninha chama-se Tatí. É Tatiana mas ninguém a conhece com o nome conpleto. Ah? O meu? É Osminho. Está curioso como surgiu esse nome? Foi assim; meu nome verdadeiro é Osmar; mas a mamãe carinhosamente começou a me chamar de Osmarzinho. Só que era muito extenso e começou a simplificar: Osmazinho, Osmainho e finalmente Osminho. O dejejum mais saboroso e apetitoso são os insetos voadores que sugam o sangue dos moradores da casa. O melhor ponto de caça-los é na tela fina que cobre todo o local onde o casal dorme. Passo quase a noite inteira rondando para que nenhum bichinho pertube o sono deles.

2- Os Passarinhos

Foi pouco depois da época de chuva, quando o sol começou brilhar mais intenso durante o dia, um casal de passarinho marrom-pardo iniciou a procurar um lar para receber seus primeiros filhotes. Numa tarde dessa, o casal bateu a porta da nossa toca e falou com os meus pais. - Boa tarde. Nós somos recém-casados e gostaríamos de receber informações sobre o ambiente dessa casa, se não for incômodo. -Boa tarde. É com prazer. Entrem por favor. -O lugar é muito calmo e favorável para vocês construírem o ninho. Comentou meu pai, depois que todos acomodarem na sala. Minha mãe concordou continuando. -Moramos muito tempo e não tivemos nenhum problema sério. -Nesta casa criam gatos? Perguntaram quase ao mesmo tempo. -Não, só tem um cachorro de meia idade mas é muito bom. Mesmo assim, devem precaver dos gatos vizinhos que passeiam pelo telhado. -Ah! Sim. E as crianças? Tem estilingues? São más? -Não. Falou minha mãe. São educadas e não molestam ninguém. São apenas crianças curiosas. -Ah! Otimo! Já olhamos vários lugares, mas aqui parece excelente. Assim que definirmos o local voltaremos para agradecer. Eles se despediram e voaram graciosamente. No outro dia, voltaram com dois pequenos gafanhotos verdes, cada qual no seu bico como presente de agradecimento e informaram que o ninho será construído no tijolo meio quebrado que fica por fora da parede do quarto ao lado do nosso. Fica na área próxima a janela e pega apenas sol da manhã. Não há possibilidade de gato nenhum aproximar do local. Logo depois, começaram a trabalhar com grande euforia e sem descanço até escurecer, carregando folhas, fios, telas e qualquer outra coisa que sirvam para o ninho. Vez em quando discutiam sobre a construção, mas logo voltavam a ser amorosos e brincalhões. Passaram três dias e finalmente ficou pronto o berço quentinho para os futuros bebês passarinhos. Após dois dias, já começaram a chocar os dois ovinhos brancos com algumas pintas e a futura mamãe, tão orgulhosa, afagava toda hora para que os filhotes venham com toda a saúde.

Escrito por Yuzo Nakamura
Em 1981.
3 - Um encontro com seu primo

Osminho estava perto da grande caixa, que sai luzes de várias cores que está em cima de uma outra que existe vários compartimentos e em cada um há roupas macias e cheirosas. Estava jantando, só que acabou ficando cançado e foi para as roupas macias descançar, só q quando percebeu, o dono da roupa a pegou e vestiu, Osminho ficou paradinho e o senhor nem percebeu.

O senhor estava com muita pressa e o Osminho com medo, Osminho pegou um pouco de chuva, pois ele estava dentro do bolso de uma blusa, do lado de uma caneta. Quando o Osminho percebeu, estava numa casa diferente, então ele pensou: - Ahhhh! Acho que estou sozinho agora! Pera aí, o que é aquilo branco voando? Fantasma? Quando reparou era o seu primo que havia sido pego pela filha do casal donos da casa em que Osminho mora com sua família.

- Primo, o que você faz aqui? E Porque você está voando?? Porque você está tão branco? Você até parece ser um fantasma!

- Osminho, eu sou um fantasma agora! - disse dando um sorriso

- Ahhhhhhhhhgggg!!!! Um fantasma!!!!!! Eu falei com um fantasma!!!!!!

- Se acalme, não vou lhe fazer mal. Acho que você viu muito filme de fantasma. Não sou malvado, não. Só vim ver como você está.

- Como se você já morreu?? Como você pode falar comigo??

- Osminho, preste atenção! Depois da morte há uma vida diferente, nós não morremos na verdade, só passamos para uma vida melhor, mas é claro que só são os boms que tem estes privilégios, pois os malvados, vão para um outro tipo de lugar. Olha, toda vez que o casal se sentar e começar a ler um livro com uns copos em cima da mesa, você tem que ouvir o q eles falam e tente fazer o que o livro diz e você será uma pessoa boa.

- Sim, mas o papai, a mamãe e a Tatiana, minha irmã também tem que ouvir??

- Sim, é para o bem deles. E você tem que ajudar as outras pessoas como a si mesmo. Você tem que ser bom para que os outros sajam bons com você, não tenha medo de fantasmas como eu, pois nós não fazemos mal.

- Tudo bem primo. Eu vou fazer. Mas, me conta como é lá onde você está... Vai, conta!

- Lá é bonito, tem muitas pessoas legais, muitas formas de se alimentar... Você iria gostar de ficar lá.

- Ahhhhh, bem que eu queia, só que tenho que ajudar a mamãe e o papai. Você poderia nos visitar um dia deste? Hein??!!!

- Não sei primo, quando puder eu vou, está bem?? Só q agora eu preciso ir!! Até mais! Mande lembranças para todos, está bem??

- Ok, priminho! Te espero lá em casa!!!!!

Quando o primo do Osminho ia dezaparecendo o senhor estava rezando e o Osminho começou a rezar também. Depois, quando chegou em casa, foi correndo contar para sua mãe e seu pai, só sua irmã não acreditou muito, só que toda noite em que o casal se reunia o Osminho e sua família sempre ouvia com atenção e seguia os ensinamentos do livro O Evangelho Segundo o Espiritismo.

Escrito por: Tatiana Nakamura

Em: dezembro/97

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