MUNDO DE ASSIAH

Assiah é Mundo da Ação; representa o plano físico, o Universo. É composto por apenas uma sefira, Malcut, o reino. Porém todas os outros sefirot influenciam o mundo de Assiah por meio dos centros cósmicos: Yesod pela Lua, Netzac por Mercúrio, Hod por Vênus, Geburah por Marte, Tifaret pelo Sol, Chesed por Júpiter, Binah por Saturno, Hocmah pelo Zodíaco e Keter pelo espaço infinito.

Malcut é a décima Sefira; e é conhecida como "Reino". Seu nome divino é Adonai ha- Aretz, o Senhor rei. Seu Arcanjo é Sandaephon e Metatron. Seu Coro angélico é o dos Ashin, as Almas de Fogo. Seu Centro Cósmico é Cholem ha Yesodoth, a esfera dos Elementos. Seus símbolos são : um altar, uma cruz, o círculo mágico e o triângulo da arte.

Malcut é um plano sintético, um plano de vibração "inferior", pois sua energia é mais densa . É apenas uma das muitas manifestações do universo. Seus seres vivos, o mineral, o vegetal e o animal, possuem constituições ( ou corpos) análogos aos planos do universo.

Esses seres se encontram em graus diversos de evolução. Nesse caso entende-se por evolução a tomada de consciência. Os dois reinos menos expressantes e mais passivos ( mineral e vegetal ) possuem seus corpos físicos em quase total inconsciência. Já o animal irracional, possui o físico conscientemente, mas segue os instintos ( isto é mantém os outros corpos em graus mais profundos de inconsciência). O ser humano ainda possui certo grau de inconsciência no seu corpo físico ( ainda não temos controle consciente de grande parte das coisa que ocorrem em nosso organismo, como o crescimento, as batidas cardíacas , a digestão e vários outros fenômenos fisiológicos). Além do físico, os outros corpos também se manifestem com certo grau de consciência; por isso temos a moral, a inteligência e a inspiração.

Apesar da Árvore da Vida, quando representada , tomar forma de um diagrama onde cada Sefira ( plano) encontra-se separado um do outro, no Universo não é assim que ocorre. Para compreender os diversos planos do Universo, precisamos entender as relações destes com o corpo humano. Tomando-se por analogia uma esponja, esta seria Malcut. Umedecendo-a , e atirando areia, teríamos o plano astral; e a água seria o plano divino. Temos assim matérias diferentes, mais ou menos sutis, mas não separadas, e sim interpenetrando-se. No corpo humano ocorre o mesmo. Apenas para facilitar o estudo, admite-se que o ser humano possui 3 corpos: físico, astral, e divino ou mental. Assim, em relação a Cabala, o físico corresponde ao mundo Assiah, o astral ao Yetzirah e o divino a Briah.

Cada corpo deve ser estudado para compreender sua atuação nos diversos planos. Para se conhecer um plano, em termos de experiência espiritual, é necessário que se tenha um veículo ( no caso um corpo) que vibre na mesma sintonia do dito plano. Nós, seres humanos, como já foi dito, temos esses veículos, porém eles agem de forma inconsciente. A evolução espiritual consiste na tomada de consciência de cada corpo, e consequentemente de cada plano.

O primeiro corpo após o físico ( Gaph) é Nephesh. Trata-se de um corpo que capacita ao ser agir com a força astral diretamente no plano físico. Os fenômenos do magnetismo estão relacionados com esse corpo. Desse modo, a tomada de consciência desse corpo, que é o mediador plástico, permite uma ação capaz de curar, levitar objetos, magnetizar e etc...

A luz astral está presente no plano físico, mas em um grau mais denso do que no plano astral. Ela se manifesta como turbilhões de energia análoga à eletricidade. Essa energia é conhecida como éter e possui as seguintes manifestações:

1- Como energia elétrica ( od, ou força ódica), capaz de "carregar" objetos e de emitir energia. O sol e os planetas emitem suas energias que formam verdadeiras correntes com propriedades específicas . É exatamente o estudo dessas correntes que agem e afetam os seres de acordo com as posições planetárias que se ocupa a astrologia. Por isso se diz que os astros inclinam mas não decidem.

5- Como energia vital, que corre pelo corpo de todos os seres e que dá vida. Essa energia, que é absorvida pelo ar na forma de prana é transformada em energia nervosa. Quem consegue controlar essa energia, pode sentir uma força na nuca que corre para as regiões do corpo em que se quer concentra-la. A sensação dessa energia, lembra desde um leve calor, passando pôr formigamento; e em grande intensidade percebe fortes vibrações pelo corpo.

b) as larvas astrais; que são os cascões dos mortos. Esses cascões surgem após a morte de um indivíduo, são seres "fanáticos" que irão atrás de seus vícios. Eles parasitam as pessoas que têm vícios iguais, e a larva sente prazer quando drena energia do mesmo. São indícios de larvas, as seguintes situações: pedidos absurdos das muitas sessões espíritas, aparições de vultos, visão de sombras, sensação súbita de energia nefasta no ambiente, atos mágicos descabidos. Porém elas são inevitavelmente absorvidas pelo éter terrestre.

Quando uma pessoa morre, seu corpo astral se desprende tanto do corpo físico como de Nephesh. É por esse motivo que as almas dos mortos não podem manifestar fenômenos físicos ( como levitar objetos por exemplo) ; salvo nas ocasiões em que algum médium lhe dá essa energia vital ( no espiritismo chamado de perispírito ou ectoplasma), ou quando um magista promove a materialização do mesmo.

Ruach é a alma, ou o corpo astral. É esse corpo que vai para as regiões astrais após a morte. É ele que modela o plano astral diretamente quando o magista opera pela visualização. É esse corpo que recebe mensagens telepáticas, que se desprende nas viagens astrais, que é capaz de ver e ouvir o astral. Se manifesta no corpo físico como as emoções e sentimentos.

Neshmah é a transição da alma para o espírito . Na segunda morte , esse corpo permanece com Ruach, e o espírito sobe ao plano divino. Ele é análogo à Nephesh, e se manifesta no corpo físico como o corpo mental, e é responsável pela inteligência, a moral e a inspiração. É por esse motivo que não devemos avaliar a evolução espiritual de um indivíduo por sua capacidade de produzir fenômenos ( que se encontram em Ruach e Nephesh) , mas à sua atitude mental e sua moral; que se desenvolvem conforme o Espírito divino opera nesse corpo.

Chaiah é o Espírito Divino. Ele é o único que sobe ao plano Divino após a morte. É o "Eu Superior", ou a imagem mais pura, sutil e próxima de Deus. Sua essência é o amor. Ele se manifesta no corpo físico como por meio da " intuição pura do amor" . Essa intuição é aquela certeza que temos a respeito das coisas que amamos.

Yehidah não é um corpo ( no sentido metafísico), mas um estado mais ou menos longo de êxtase espiritual com Deus, com o Todo. É o estado de união com Deus em essência , não em substância. É a união tripla entre o amado, o amante e o amor ( união essencial, não substancial); pois que o ser vive substancialmente separado de Deus.

O simbolismo de Malcut tem vital importância na magia cerimonial. Nos rituais de materialização, o magista trás para o plano físico a atmosfera e a entidade de um dado plano. O magista fica no círculo mágico ( um dos símbolos de Malcut), a atmosfera do plano fica no local consagrado à operação, e a entidade fica no triângulo da arte ( outro símbolo de Malcut). No círculo mágico, junto a outros nomes, é escrito o nome de divino, e o mesmo é invocado, garantindo na área do círculo, apenas a atmosfera de Malcut. Essa proteção é necessária porque na materialização, a entidade chamada terá um corpo semelhante a Nephesh, que o permitirá atuar no plano físico, tornando-se extremamente perigoso. Para desestruturar estes coágulos é usada a espada mágica, e a entidade perderá sua capacidade física. Mas tem que ficar claro que nas projeções astrais, os seres não podem causar danos físicos, podem no máximo causar sustos psicológicos, por isso não é perigosa a projeção. Mas trazer uma entidade de outro plano, e materializá-la, dando-lhe capacidade física, é muito perigoso.

Representa a tomada de consciência da alma para a necessidade de olhar para o alto. Então o louco, em um ato de fé, caminha olhando sempre para cima, pois aceita e admira o chamado do alto ( " A loucura da Fé" de São Paulo). Mas o louco, pouco sabe, apenas tem o desejo, aspiração ao alto, pois sua bagagem é pequena e insuficiente para a sabedoria. O cão que o persegue é sua tendência terrestre, materialista que o atrapalha, que nega a possibilidade da busca espiritual e o olhar direcionado para o alto. Seu bastão representa a necessidade de manter os pés no chão: é um alerta à "loucura nefasta" que a alma pode cair, caso concentre sua atenção exclusivamente para o alto, esquecendo que ainda está no plano físico e que tem suas responsabilidades.

Representa o estudo, a busca pelo conhecimento e o exercício constante para desenvolver as faculdades da alma. A figura feminina está cercada pelo 4 animais dos quatro elementos: Anjo= água ; pássaro = ar; boi = terra; e leão = fogo. Trata-se de efetuar a operação simbolizada pelo pentagrama: dominar os elementos internos e colocá-los sob a disciplina. Esta etapa é fundamental, pois representa todo o esforço da Alma em conhecer a natureza e seus aspectos ocultos ( oculto, tal como a grinalda oculta os animais). É possível perceber que o arcano " O Mundo" trata realmente do pano físico, pois seus seres são os elementais tal como figurados na lâmina.

Nesse arcano, as três pessoas orando simbolizam a prática espiritual para transcender ao plano astral. O anjo representa a graça concedida à alma de penetrar no plano astral, que recompensa a ousadia ( o Louco) , e o esforço de conhecer o Universo ( o Mundo). É, pois, a solicitação de ajuda ao alto ( os três orando no Julgamento). Diante do esforço ( três pessoas), há um túmulo de onde alma se elevará ao anjo. Tal túmulo junto com a cruz que o anjo traz representa a separação da alma do corpo, que conhecerá as regiões astrais pois evoluiu o suficiente para lhe ser permitida o acesso aos planos superiores.