Trata-se do segundo trabalho em conjunto de membros da lista
Magos. E como é um trabalho que para ser realizado precisou da união dos
participantes achei que seria mais conveniente assinalar este trabalho com o
símbolo SIGMA (alto da página) , porque fora o
fato de ser uma letra do alfabeto grego SIGMA é também um símbolo
matemático que representa o somatório dos fatores, enfim, um símbolo de Soma. Daqui
em diante todos os trabalhos em conjunto serão assinalados com o Sigma.
CONEXÕES COM O PODER MAIOR
Guilherme
de Souza (Relator) – guisouza@superig.com.br
Renata
Castellões Pinhão - sao188502@terra.com.br
Clarisse
Fick - cwieck@terra.com.br
Bruno
Bertolucci Ortiz - brubertolucci@uol.com.br
Frederico
Furst Bittencourt - ffbittencourt@yahoo.com.br
Denise
Casagrande - casag_@terra.com.br
Julio
Cezar Steffanello - jcsteffanello@yahoo.com.br
Álvares
Enrique (pseud.) - alvaresenrique@yahoo.com.br
José
Rodrigues - agent_ze@netcabo.pt
Marco
Dantas - marco_dantas@hotmail.com
Carlos
Eduardo - chokmach@yahoo.com.br
Diego
Cardoso - diegodigocardoso@ig.com.br
Albert
Lucio Santos Mendes - albertlucio@estadao.com.br
Após muitas reflexões e meditações, os membros da lista Magos, coordenada pelo Mago Daniel Rogério de Ávila, discutiram amplamente sobre os meios e formas de nos conectarmos ao Poder Maior. Decorrido um tempo, decidimos compartilhar com o leitor as principais conclusões as quais chegamos, e é a este fim que este se destina.
Provavelmente, ao ler o título deste trabalho, a primeira idéia que vêm às nossas mentes é a Prece, a Oração. Sem dúvidas, esta é uma poderosa maneira, e a mais evidente também. Porém, se refletirmos um pouco mais, logo encontraremos diversas outras formas de estabelecermos este contato com a divindade. Todas elas se relacionam diretamente ao desenvolvimento espiritual de cada um, e tendem a ser mais intensas de acordo com o estágio em que se encontram.
Antes de analisarmos com maiores detalhes cada um dos principais meios, achamos interessante acrescentar que a denominação que atribuímos à Divindade, ao Poder Maior, é de pouca importância. Na lista, costumamos chamá-lo de Poder Maior, devido à sua neutralidade, mas há diversas outras denominações muito comuns, como, apenas a título de curiosidade: Força Maior, Deus, Allah, Deusa, O Sábio dos Sábios, O Grande Arquiteto do Universo, Jeová, dentre muitas outras.
Feita essa ressalva, seguimos adiante, com a análise daquelas formas de contatar o Poder Maior que o grupo como um todo julgou serem as principais: a Oração/Prece, a Caridade, a Humildade, o Trabalho, os Dons e a Meditação.
A ORAÇÃO
Esta é a forma mais tradicional, mais freqüentemente utilizada pelos homens para conectá-los com o Poder Maior. O Mago Daniel, logo no princípio do seu capítulo (em sua HP Oficial) voltado a esse tema, diz:
“A
oração (prece) é uma prática absolutamente indispensável ao místico, seja
ele da tendência, do caminho e da tradição mágica que for.”
Percebemos, dessa forma, que alguém que pretende seguir um caminho espiritual e que não tenha o hábito de orar diariamente, certamente não terá sucesso.
A prece consiste em um contato, uma conversa (um “colóquio”, termo tão utilizado por Santo Inácio de Loyola em seu “Exercícios Espirituais”) com o Poder Maior, ou ainda, conforme o Mago Daniel, uma conversa íntima com a Alma. Este tipo de prece, que julgamos ser a mais poderosa (ao alcance do profano, pelo menos), é chamada de “prece de contato”. Julgamos ser a mais poderosa e intensa por sair diretamente dos nossos corações, o que dificilmente ocorre com as “Orações Clássicas”, que muitas vezes acabam por ser inócuas, devido à ausência daquele sentimento verdadeiro, trocado por uma mecânica repetição de palavras (passando-nos mais uma idéia de uma exercício de concentração). Por meio da oração verdadeira, o corpo e a alma se fundem e, portanto, o místico fortalece o seu contato com a divindade. Tudo isso está detalhadamente explicado no capítulo que citamos anteriormente.
É interessante perceber que, de uma forma geral, o ser humano não sabe orar. Muitos só se lembram de seu “Amado Pai” quando estão em situações extremas, de grande risco, precisando de verdadeiros milagres para resolverem a situação em que se meteram. Os casos mais comuns são dívidas(dinheiro) e doenças. Assim, caso não consigam resolver a situação da forma como desejavam, isso comprova, para eles, que Deus não existe, ou ainda, que trata-se de um Ser malvado, que se diverte vendo-nos sofrer. Sempre o mesmo diálogo, sobre os quais não perderemos mais tempo comentando. Mesmo quando o Poder Maior resolve abençoá-lo com a resolução do problema, normalmente o sucesso é prontamente atribuído ao próprio êxito, ou ainda, se “esquece” de pagar a promessa.
Há muitos ainda que querem literalmente negociar, barganhar com o Poder Maior. Algo do tipo “Toma lá da cá”. Prometem praticar a Caridade, orar com maior freqüência (etc, etc) se receberem em troca, a graça de resolver alguns problemas. Essa troca de favores é igualmente condenável.
A verdade é que, em geral, as pessoas oram para pedir graças, normalmente egoístas, visando o benefício próprio. Dificilmente se ora para agradecer as bençãos recebidas, conforme os seus pedidos “egoístas”. Mas o mais raro é orar para contemplar o Poder Maior, reverenciar e a Ele agradecer, todos os dias, pela oportunidade que nos é dada de viver aqui na Terra visando a nossa evolução espiritual, o nosso aperfeiçoamento. Mesmo cometendo tantas faltas e pecados, nos é permitido continuar servindo-O. Essa é a forma que julgamos ser a oração mais sublime. Se pede apenas pela Humanidade, pela coletividade. Pede-se a si mesmo apenas que o Poder Maior continue o amando e permitindo que persista a servi-Lo aqui.
Abaixo, apresentamos um belíssimo exemplo de como o Buscador comprometido com o Ideal de servi-Lo e amá-Lo deve “falar” com Ele:
“Tomai, Senhor, e recebei toda a
minha liberdade
e a minha memória também.
O meu entendimento e toda a minha vontade,
tudo o que tenho e possuo vós me destes com amor.
Todos os dons que me destes com gratidão vos devolvo.
Disponde deles, Senhor, segundo a vossa vontade.
Dai-me somente o vosso amor, vossa graça.
Isto me basta, nada mais quero pedir."
–
Santo Inácio de Loyola.
Tudo o que
dissemos acima resume-se nessas belas palavras:
" Há alguns que oram
mais pelas suas pretensões pessoais do que para honrar a Deus ; e, embora
persuadidos de estar a realização de suas petições sempre subordinada à
vontade divina, o espírito de propriedade e o gozo vão que os animam levam-nos
a multiplicar as preces para obter o efeito dos pedidos. Fariam melhor dando
outro fim às suas súplicas, ocupando-se em coisas mais importantes, como em
purificar deveras a consciência, e ocupar-se, de fato, no negócio de sua salvação
eterna. Todas as outras diligências, fora destas, devem ser relegadas a segundo
plano. Obtendo de Deus o que é mais essencial, obtém-se igualmente todo o
resto, desde que seja para o maior bem da alma, mais depressa e de modo muito
melhor do que se empregada toda a força para alcançar essas graças. Assim
prometeu o Senhor dizendo pelo evangelista : "Buscai,
pois, primeiramente o reino de Deus e a sua justiça, e todas estas coisas vos
serão acrescentadas."
" Esta é aos olhos divinos a prece mais perfeita ; e, para satisfazer as
petições íntimas do coração, não há melhor meio do que pôr a força de
nossas orações naquilo que mais agrada a Deus. Então, não somente o Senhor
nos dará aquilo que lhe pedimos, isto é, as graças necessárias à nossa
salvação, mas ainda nos concederá tambem os bens que julgar mais convenientes e
melhores às nossas almas , ainda que não o peçamos. " SÃO
JOÃO DA CRUZ – “A Subida do Monte Carmelo”
Achamos importante acrescentar a proibição de utilizar-se de qualquer meio mágico visando o “bem” ou o “mal” de outra pessoa, sem que esta tenha permitido isso. Falamos isso porque é muito comum orar por outras pessoas sem o consentimento delas, e isso constitui um ato de Magia Negra (Ars Nefarum). Não importa se estamos com as mais elevadas das intenções: por mais altruísta que ela possa parecer, não se pode desrespeitar, sobretudo magicamente, a vontade, o livre arbítrio alheio. É importante essa ressalva pois essa prática é realmente muito comum. Por isso é dito pelos Sacerdotes que o profano não sabe abençoar.
Outra ressalva: não há o menor sentido em orar a um Ser Superior se não há a crença em um. A oração, dessa forma, é completamente inócua. Pelo incrível que pareça, há pessoas que o fazem, talvez pelo temor de eventualmente estarem erradas e, agindo dessa forma, acreditam que a “pena” seria menor.
Por fim, acrescentamos que a oração é de fundamental importância, porém ela precisa estar ligada à Caridade. A fé precisa ser confirmada por obras, caso contrário recaímos naquele famoso axioma que diz que de boas intenções o inferno está cheio, ou :
“A estrada que leva ao inferno é pavimentada de boas intenções.” - Mestre P.H., da Ordem de Arganthus.
Falaremos sobre a Caridade a seguir.
A CARIDADE
“A
prova da fé são as obras.” – Éliphas Lévi – “História da Magia”
Por meio dessa simples frase, nos é apresentada a grande importância da Caridade. A sua prática é absolutamente fundamental na vida de todo Buscador comprometido. É algo tão essencial que deveria estar incorporada na vida de todas as pessoas, independentemente de estarem trilhando um caminho espiritual ou não, mas a verdade é que a natureza humana é contrária a isso.
Atualmente, as pessoas cada vez mais pensam única e exclusivamente em si mesmas, endeusando algo chamado dinheiro e esquecendo por completo da máxima do cristianismo :
“Amai
ao próximo assim como tú amas a ti mesmo.”
Mas, enfim, não queremos, por meio deste, analisarmos o comportamento e a natureza humana detalhadamente, mas sim a Caridade. Repare que escrevemos Caridade, que se difere da caridade. Muitos até praticam esta última, mas poucos praticam a outra.
Há pessoas que doam sobretudo bens materiais, buscando o reconhecimento, a obtenção de um status não condizente com o seu verdadeiro caráter. Uma espécie de “marketing” pessoal, assim como o fazem muitos grupos religiosos, cuja caridade é a sua mais barata propaganda.
Existem outros ainda que doam pois se sentem felizes, alegres em ajudarem ao próximo. E é justamente essa alegria conquistada (o motivo pelo qual realmente doam) sua maior recompensa.
Há, entretanto, alguns que doam, que praticam a Caridade, tanto espiritual quanto material (até porque palavras não enchem a barriga de ninguém...) sem buscar absolutamente nada em troca. Doam porque é seu dever, é o correto, é a vontade do Poder Maior, e se sentem agraciados pelo fato de lhes ser permitido Amar ao próximo dessa forma. Esta é a confirmação de nossa fé, do nosso Amor à Humanidade e ao Poder Maior. Essa sim é uma grande conexão com Ele. É um sentimento indescritível, “conditio sine qua non” na vida de todo Buscador. “Dar de si sem olhar a quem”.
Essa Caridade deve ser feita sem alarde, desinteressadamente, e esse trecho resume tudo o que falamos:
" Mais
agrada a Deus uma obra, por pequena que seja, feita às escondidas e sem pretensão
de que se saiba, do que mil feitas com o desejo de que os homens as saibam ;
pois quem trabalha por Deus com amor puríssimo, não somente não se lhe dá
que os homens o vejam, mas nem mesmo faz as obras para que o saiba o próprio
Deus ; e, ainda que ele nunca as viesse saber, não deixaria de prestar-lhe os
mesmos serviços e isto com a mesma alegria e pureza de amor. "
- São João da Cruz - "Ditos
de Luz e Amor"
É muito
comum ouvirmos daqueles que adotam uma postura de comodismo, justificativas como
falta de tempo, de recursos, de que não chegou a hora ainda...
A estes, colocamos essas duas frases:
“Mais vale uma mão a fazer do que mil
bocas a rezar” – Santo Agostinho
“A cada um conforme suas obras.”
Aos miseráveis,
aos verdadeiros mendigos, que possuem muito dinheiro mas nunca ajudam a ninguém
que lhes pede, recomendamos realmente que acumulem o máximo desse seu “grande
tesouro”, que guardem tudo o que puderem, pois certamente precisarão de tudo
isso e mais um pouco no futuro.
Por fim, para aqueles que ainda não
perceberam a sua importância, finalizamos com essas duas belas frases:
“A caridade é superior à esperança e à
fé.” – São Paulo
“A caridade é resumo e objeto final do
cristianismo.” – São João
Recomendamos a leitura atenta do livro “O Profeta” (Khalil Gibran), no trecho em que Mustafá fala sobre o Doar, bem como recomendamos prontamente o hábito de praticar a Caridade, independente de você estar trilhando um caminho espiritual ou não.
A HUMILDADE
Chegamos a um dos três pilares necessários ao início de qualquer caminho espiritual. Ao lado dos dois anteriores (Caridade e Oração), a Humildade é mais um modo de nos ligarmos ao Poder Maior.
Tal como ocorre na oração, é necessário, antes de mais nada, acreditarmos realmente na existência de um Poder Maior, de um Ser Superior. É simplesmente uma contradição, algo completamente sem fundamento tentarmos nos conectar a uma Força Maior se não acreditarmos que Ela de fato exista.
A humildade consiste justamente em reconhecermos a nossa pequenez diante esse Ser Superior, e vislumbrar a Sua infinita Misericórdia e Seu infinito Amor ao permitir que estejamos aqui na Terra para nos aperfeiçoarmos e servi-Lo. E ainda dispormos (segundo nossa crença) de livre-arbítrio para optar em fazê-lo ou não, de caminharmos à luz ou permanecermos nas trevas, no sofrimento. É necessário deixarmos todo e qualquer orgulho de lado e reconhecermos a Sua grandeza.
Mago, segundo a Ordem de Arganthus, é um “agente do Poder Maior”, confirmando, até mesmo em sua definição, essa vida de servidão à Ele. Isso aparece implicitamente na clássica prece cristã “Pai Nosso”:
“Venha
a nós o Vosso Reino,
Seja feita a Vossa Vontade, assim na Terra como no Céu.”
É a esse fim que todo Buscador dedica a sua vida, e isso jamais ocorreria se ele não possuísse a humildade muito bem consolidada em seu coração. Humildade é fazer Ações, sem reivindicar a sua autoria, compreendendo que não somos nós os verdadeiros autores, mas sim um instrumento apenas, um intermediário, para que o verdadeiro Autor possa se manifestar.
Até por isso, a Humildade já nos permite identificar muitos embusteiros, que se dizem avatares da nova era, supostamente enviados por Deus para regenerar a Humanidade, e que, curiosamente, possuem dezenas de carros importados, jatos particulares, mansões e tantos outros bens desse tipo.
Já citamos aquele trecho de São João da Cruz quando falamos a respeito da Caridade, e poderíamos repetí-lo aqui para darmos um grande exemplo de humildade. Observe então o início da “Oração de São Tomás de Aquino”:
“Oh Criador, cuja grandeza as palavras humanas não podem expressar... Tu, a quem chamam a primitiva fonte da vida e da sabedoria(...)”
Reflita ainda sobre aquela outra oração, de Santo Inácio de Loyola, que comentamos na nossa análise da Oração.
Percebe-se a postura que devemos possuir: apenas agradecer e colocar-se humildemente à vontade de Deus. Além disso, repare que todos estes pontos que destacamos em nosso trabalho até agora, são todos interligados (Caridade - Oração – Humildade) , e não conseguimos analisar uma delas de forma totalmente separada, distinta, sem que tenhamos que recorrer, em algum momento, às outras.
Concluindo, portanto: não é possível, ao ser orgulhoso e não possuindo humildade para reconhecer a grandeza de um Poder Maior, que Este último venha preenchê-lo em sua plenitude, o que indica o insucesso de qualquer caminho sincero que aquele opte por seguir.
O TRABALHO
O trabalho julgamos ser outra grande forma de estabelecermos essa conexão com o Poder Maior. Não nos referimos obrigatoriamente ao fato de, por meio do nosso trabalho diário, termos condições de nos alimentarmos, de possuirmos uma moradia que nos proteja, ou mesmo de praticarmos a Caridade. Também queremos mostrar que, trabalhando com extrema concentração, dedicação e disciplina, é possível fazer com que O sintamos intensamente, preenchendo por completo o nosso ser.
O trabalho purifica nosso pensamento, tornando-se muito agradável se realizado, como já falamos, com calma, esforço e paciência. São Bento estabeleceu o “Ora et Labora” nas Ordens Monásticas, estabelecendo a necessidade deste equilíbrio entre oração e trabalho para que possamos realmente fortificar a união com o Poder Maior.
É interessante destacarmos que este trabalho deve trazer benefício à Humanidade. Aqui nos lembramos dos alquimistas, que, enquanto buscavam mediante muito trabalho e oração desvendar a “Química de Allah”, faziam um completo exercício espiritual diariamente, os conduzindo à Grande Obra, à iluminação. Percebemos o mesmo com o trabalho de intensa concentração e oração que o Mago Daniel desenvolve ao trabalhar com suas velas e incensos.
OS DONS
Por meio dos Dons, também chamados de “Dons do Espírito Santo”, acreditamos que pode-se igualmente entrar em contato com o Poder Maior, de forma singular. Os Dons, como o Mago Daniel explica no capítulo destinado a eles em sua HP Oficial, são usualmente concedidos pelo Poder Maior, uma dádiva a pessoas com grande avanço espiritual, ou ainda desenvolvidos mediante grande aprimoramento espiritual.
No entanto, o Dom sobre o qual trataremos com maiores detalhes é justamente o “Dom da Fé”. Por meio deste raro Dom, os homens são movidos por um sentimento incrivelmente intenso, e o único e sublime propósito de suas vidas é o de servir como um Instrumento Divino, pelo qual o Poder Maior opera sobre a Terra. E, sendo assim, a Fé esclarece, desvenda as verdades divinas a estes homens especiais. Por conseguinte, estes seres provocam manifestações que nos deixam a impressão de que até mesmo outros Dons estão incluídos nesse, como a cura, o discernimento, a sabedoria, os milagres, as profecias.
Eles normalmente se tornam grandes líderes espirituais, tornando a Vontade Divina manifesta na Terra, buscando sempre a evolução da Humanidade como um todo. Além de Jesus Cristo, o único ao qual são atribuídos todos os nove Dons existentes, temos como exemplo de possuidor deste Dom a Santa Teresa de Ávila. Diz-se que Deus conversava diretamente com ela e que, durante seus êxtases, muitas vezes acabava por levitar diante de muitos. Se desesperava ao constatar que não conseguia transmitir, ao papel, de forma perfeita, as palavras que Deus lhe ditava para que pudesse repassá-las às que a cercavam. Sofria por temer não conseguir transmitir de forma exata as sensações sentidas quando o Amor Divino vinha habitar em seu coração. Abaixo, transcrevemos um trecho escrito pelo Mago Daniel:
“Mas
os homens ainda tem medo de Irmã Teresa, porque ela lhes mostrou o quanto o
Poder Maior está próximo.” – Daniel Rogério M. de Ávila, LÁGRIMAS DE
TERESA.
A MEDITAÇÃO
O nosso dia a dia costuma ser muito agitado. Trabalho, família, estudos, contas. Há muitas preocupações nas nossas vidas, e, até por isso, a nossa mente sempre se mantém ocupada por pensamentos diversos.
A prática da meditação (medium status) visa justamente silenciando, esvaziando a nossa mente de todos estes pensamentos, fazermos uma profunda viagem de introspecção e de contato com o Poder Maior. O objetivo maior da meditação é, mediante uma vontade muito bem treinada e fortificada, Ter pleno domínio sobre o nosso “ser impulsivo”, e, uma vez adquirido esse absoluto silêncio, tanto exterior quanto interior, conseguir senti-Lo em nossos corações. Escutar a suave e doce Voz Silenciosa, que tão bem faz à nossa alma. Por isso que a definem como sendo uma profunda viagem de introspecção, de investigação, de pleno auto-conhecimento e instrumento de aperfeiçoamento: como evoluir mais e se conhecer melhor do que quando estamos em contato direto com o Amor infinito, sentindo tão intensamente Sua presença em nossos corações?
Como diz Santo Inácio de Loyola logo no início de seus “Exercícios Espirituais”:
“Não [é] o muito saber [que] sacia e satisfaz a alma, mas o sentir e [o] saborear as coisas internamente.”
Esta é a base sobre a qual repousam todos exercícios espirituais, dos quais a meditação é o mais elementar.
É claro que esse íntimo contato que descrevemos ocorre mais intensamente após muito treino. A mente se opõe a qualquer tentativa de “domá-la”, de sustar os turbilhões de pensamentos, por isso que mantê-la completamente vazia e, por conseguinte, aquela singular conexão com o Poder Maior, é algo extremamente difícil. As práticas (para tal finalidade) devem ser freqüentes: mais uma vez nos deparamos com o esforço e com a disciplina, sem as quais qualquer caminho espiritual se torna inviável.
Acreditamos que essas breves palavras conseguiram deixar claro a importância de sua prática na vida de todo Buscador sincero, não precisando mais alongarmo-nos, conforme o objetivo ao qual este se destina.
Após essas abordagens todas, acreditamos que foi possível perceber por meio de quantas formas podemos nos conectar ao Poder Maior. Não abordamos todas, mas pensamos que, comentando sobre estas poucas, é possível que identifiquemos muitas outras. Para concluirmos este breve trabalho, achamos de grande valia inserir esses dois belíssimos trechos:
" Imersos em nossos pensamentos, negócios, prazeres e seduções do mundo, ora caindo em pecados, ora levantando-nos -no perigoso convívio desses animais peçonhentos e buliçosos, é milagre deixar de tropeçar e cair- apesar de tudo, este Senhor nosso preza sumamente que o amemos e desejemos sua companhia. Não nos deixa de chamar de vez em quando, para que nos aproximemos dele. Sua voz é tão doce, que a pobre alma, incapaz de executar imediatamente o que lhe pede, sente-se aniquilada. Sofre mais do que se não ouvisse a voz divina.
" Não
digo que estes convites e vozes sejam como outros de que falarei depois. São
palavras que se ouvem de gente boa, ou sermões, ou leituras de bons livros e
outras coisas que nos são ditas em determinadas ocasiões, das quais Deus se
serve para nos chamar. Ou ainda doenças, sofrimentos, e tambem certas verdades
que ele nos ensina nos momentos passados em oração. Deus dá muito valor a
esses momentos, por mais frouxos e sem fervor que estejamos. "
- Santa Teresa de Ávila – “O Castelo Innterior”
e este outro, aludindo à dificuldade em sairmos das trevas e caminharmos à luz:
"
Profunda é esta guerra e combate, porque há de
ser também muito profunda a paz que a alma espera. E se a dor espiritual é íntima
e penetrante, o amor que há de possuir a mesma alma será igualmente íntimo e
apurado. Com efeito, quanto mais íntima, esmerada e pura há de ser e ficar a
obra, tanto mais íntimo, esmerado e puro há de ser também o lavor ; e o edifício
será tanto mais firme quanto mais forte o fundamento.”
– São João da Cruz – “A Noite Escura da Alma”