O profeta Amós havia predito que viria um dia de fome, não de pão nem de água, mas sim, uma fome de ouvir as palavras do Senhor (Amós 8:11). Este tempo chegou com Malaquias, que profetizou aproximadamente na mesma ocasião que Neemias e Esdras.

Talvez tenhamos nosso quadro mais claro da condição espiritual do povo durante este período a partir dos escritos de Malaquias. Passaram então por uma forma de adoração mas seus corações não estavam nela. Malaquias encerra o seu livro declarando que viria alguém na forma de Elias para preparar o caminho "antes que venha o grande e terrível Dia do S
ENHOR" (Malaquias 4:5).
       
Os profetas predisseram informações adicionais sobre aquele que estava por vir, mas ele não era ainda mais do que uma personagem obscura, então.

Agora, completo silêncio. A cortina caiu sobre o palco divino e quatrocentos anos se passaram sem nenhuma comunicação registrada de Deus. Havia ele mudado seu pensamento?  Havia sido esquecido seu propósito?

A Babilônia caiu antes de encerrar-se o Antigo Testamento. O império Medo-Persa havia caído cerca de cem anos após o livro de Malaquias ter sido escrito. Alexandre, o Grande, liderou os gregos para a conquista do mundo. Anos se passaram e Roma, o quarto império mundial desde os dias de Daniel subiu ao poder. A profecia de Deus havia sido de que, nos dias deste império, ele estabeleceria o seu reino, que jamais seria destruído (Daniel 2:44). "A plenitude dos tempos" havia chegado (Gálatas 4:4).

A cortina sobe novamente para encontrarmos um velho sacerdote de nome Zacarias servindo no templo. Subitamente, o anjo Gabriel estava diante dele, a primeira comunicação de Deus desde Malaquias. Zacarias recebeu as novas de que ele seria o pai de João, o precursor que foi predito por Malaquias.

Cerca de seis meses depois, o mesmo anjo apareceu a uma jovem virgem chamada Maria. Disse-lhe que ela teria um filho concebido do Espírito Santo. Este seria Jesus, o Salvador; Emanuel, Deus conosco; Cristo, o Ungido; o Verbo, feito carne para habitar entre os homens.

É este, o divino Filho de Deus, que veio para resumir todo este plano glorioso de Deus. Ele é aquele que cumpre as promessas e profecias. Ele é aquele que ofereceu o sacrifício da morte pelo pecado para que o homem pudesse viver, apesar de sua fraqueza. Ele é aquele que deu a lei perfeita da liberdade, para que o homem pudesse viver uma nova vida, plena de esperança. Ele é aquele que é a plenitude de toda Bíblia. Não haveria Bíblia, nenhum plano, nenhuma esperança para o homem sem este Jesus.

Mateus, Marcos, Lucas e João foram escritos para que pudéssemos entender e crer que este Jesus cumpre toda qualificação jamais estabelecida por Deus. Ele era de fato o "Cristo, o filho do Deus vivo". Viveu uma vida perfeita para mostrar ao homem o que Deus pretendia. Morreu para pagar o preço do pecado. Foi ressuscitado para ser as primícias dos que dormiam. Foi coroado no próprio céu para reinar no trono de Davi, à direita de Deus.

Um pouco antes de Jesus retornar ao paraíso, ele disse aos seus díscipulos "Ide por todo o mundo e pregai o evangelho a toda criatura" (Marcos 16:15). A palavra "evangelho" diz literalmente "boas novas". Em outras palavras, Jesus estava dizendo aos seus discípulos que espalhassem as boas novas. Vão dizer ao mundo que o prometido chegou. Vão dizer a todas as pessoas que há esperança de perdão, há esperança de um lar no céu. Vão dizer ao mundo que o homem pode reconciliar-se com Deus. Vão dizer ao mundo que o plano de Deus para redenção foi revelado.

Os apóstolos receberam o Espírito Santo para orientá-los à medida que iam por todo o mundo, para falar às pessoas sobre este plano glorioso de Deus. O livro de Atos nos dá uma visão do tipo de trabalho que foi feito.

Ao final do primeiro século, a nova lei, a lei de Cristo, havia sido inteiramente revelada e escrita para a humanidade ler, entender e aceitar (Efésios 3:1-12). As leis e normas foram dadas para nos orientar em moldar nossas vidas para sermos como Cristo e para participarmos da natureza divina (2 Pedro 1:4).

Os profetas do Velho Testamento queriam ver o final do quadro (1 Pedro 1:10-12). Temo-lo todo revelado agora em Cristo. As pessoas desta era são herdeiros das promessas feitas a Abraão, Isaque e Jacó (Atos 3:24_25). Não há outra bênção espiritual que possamos pedir.

O plano glorioso e eterno de Deus está pronto para que o aceitemos. É nossa opção. Podemos aceitar seus termos e herdarmos as bênçãos ou podemos recusar seus termos e estaremos perdidos e sem esperança no mundo. A vida na terra é um breve período de provação, para se ver quais homens podem viver no paraíso com Deus, na eternidade.

O Novo Testamento encerra-se com um livro de vitória. O Apocalipse prediz a vitória final de Cristo sobre Satanás, no dia do julgamento.

Toda a Bíblia é a história de Cristo, a plenitude do plano da redenção!

Temos olhado este plano majestoso que Deus revelou ao homem. Temos olhado nossa esperança. Temos olhado o homem, uma alma viva feita à imagem de Deus, feita para a glória de Deus (Isaías 43:7), capaz de escolher pela justiça, mais feliz quando em companhia de Deus, e não obstante pequeno em sua força para resistir à tentação; incapaz de pagar o preço do pecado por si próprio.

Surge agora outra questão:  Por que o longo período entre a criação e a realização do plano de Deus?  Deus já tinha pronto um plano para resgatar o homem caso este pecasse (1 Coríntios 2:7; Efésios 3:10-11). Então por que esperar?  Por que não revelar a Adão, no dia em que ele pecou?

O homem jamais teria entendido o valor da salvação. Havia lições demais, que o homem somente poderia aprender pela experiência.

A humanidade tinha que aprender a necessidade das bênçãos de Deus. O que significa "perdido"?  A serpente convenceu Eva de que as vantagens, ao comer o fruto, superariam quaisquer desvantagens que pudessem ocorrer. Para seu pavor, ela e Adão aprenderam que isto significava o medo e a vergonha, imediatamente. Significava deixar o seu paraíso terrestre. Significava a dor, a tristeza, a morte, a separação de Deus, além de todos os demais males que poderiam ser citados. Toda a história Israelita prova repetidamente que a perda do favor de Deus significava a fome, a aflição de inimigos e a punição de várias formas.

Os homens tinham que aprender quão inútil a vida é sem Deus. O livro de Eclesiastes fala de uma experiência pelo sábio Salomão. Começou a determinar qual é o propósito da vida sob o sol. Teve a riqueza para que pudesse tentar qualquer coisa que escolhesse além da sabedoria para ver a conclusão de cada coisa que tentasse. Tentou o riso e o prazer. Concedeu a si próprio todo o desejo de seu coração.  Mas foi inútil como meta. Tentou achar o valor em viver pelo trabalho diligente. Fez obras poderosas. Mas que valor teve?  Poderia ele comer mais do que um pobre?  Se construísse um vasto império, morreria como um escravo e deixaria este reino para que um filho insensato o herdasse. Viu que não havia valor no trabalho exceto o puro prazer de fazê-lo. Tentou acumular conhecimento. Este era de mais valor que o riso; mas onde terminou?  Após reunir todo o conhecimento e sabedoria ele morreria exatamente da forma como morre o ignorante. Chegou à única conclusão possível:  "De tudo o que se tem ouvido, a suma é: Teme a Deus e guarda os seus mandamentos; porque isto é o dever de todo homem" (Eclesiastes 12:13). Isto é tudo que dá à vida sob o sol qualquer significado.

O homem tinha que aprender o quão desamparado ele é ao tentar ganhar as bênçãos de Deus por si próprio. A humanidade não manteria nem mesmo o mais simples código patriarcal, quando Deus falasse diretamente aos fiéis pais das famílias. As leis eram muito poucas e muito simples. Mas, sob este sistema, a humanidade tornou-se tão iníqua que Deus destruiu o mundo com um dilúvio.

Talvez o homem precisasse de mais leis para que soubesse exatamente qual caminho seguir. Talvez o homem pudesse manter leis suficientes para merecer o galardão como pagamento. Assim Deus deu aos Israelitas no Monte Sinai a lei de Moisés, que tinha muitas, muitas leis e tinha muitos sacrifícios e cerimônias para os homens cumprirem.

Ao invés de tornar o homem mais virtuoso, o pecado abundava, porque haviam mais leis a violar (Romanos 5:20). A lei tornou-se uma maldição, ao invés de uma bênção, por causa da fraqueza do homem em mantê-la (Gálatas 3:10-12). De fato, a lei ensinou ao homem o que era pecado (Romanos 7:7-8).

Ao mesmo tempo que os judeus estavam fracassando no cumprimento de sua difícil lei, os gentios estavam ainda sob a simples lei Patriarcal. Afastaram-se tanto de Deus que ele finalmente lhes deu uma mente indesculpável (Romanos 1:20 e seguintes).

Romanos 1, 2 e 3 descrevem como os gentios desistiram de conhecer a Deus, como os judeus foram tão iníquos quanto os gentios e então vem a conclusão final. Ninguém pode ser salvo por seu próprio mérito.

Agora, após reconhecer este fato, o que poderia o homem fazer, depois de pecar?  Que oferenda poderia eu, como uma minúscula parte da criação, oferecer a Deus, o Criador?  Jesus disse que, depois de havermos feito tudo, seriamos ainda servos inúteis (Lucas 17:10). Moisés percebeu sua pequenez perante Deus, em uma ocasião em que pedia em nome de Israel:  "Ora, o povo cometeu grande pecado.... Agora, pois, perdoa-lhe o pecado; ou, se não, risca-me, peço-te, do livro que escreveste" (Êxodo 32:31-32). O que poderia Moisés oferecer a Deus, pelo seu perdão?

Há um verdadeiro rio de sangue de sacrifícios, que corre por todo o Antigo Testamento. Examine 1 Reis 8 para ver os sacrifícios oferecidos em apenas um dia. Mas isto não era suficiente. O sangue de touros e bodes jamais poderia ter valor suficiente para pagar a fraqueza da humanidade (Hebreus 10:4).

A lei ofereceu a justiça perante Deus, apenas pela perfeição em obedecer seus mandamentos. A lei não ofereceu nenhuma outra forma de se obter o perdão, até mesmo por um erro (Romanos 3:20). Cometeu ele um erro em dar tal lei? Jamais!  O homem tinha que ser convencido de que não tinha esperança neste mundo, sem o auxílio de Deus.

Por isso, o homem necessita das bênçãos de Deus. O homem está perdido em pecado. Não há nada que o homem possa fazer para salvar-se. Deus oferece uma saída. Mas, cumprirá ele suas promessas?  Se ele me promete uma grande recompensa e eu passo minha vida tentando viver justamente, deixará ele de manter sua palavra em dar-me tal recompensa?  Ou, se ele ameaçar severa punição no Inferno, se eu deixar de obedecer, tenho eu qualquer base de esperança de que ele se esquecerá e me deixará entrar impune?

Toda a revelação do plano de Deus mostra-me, por todos os aspectos, que, de fato, "não retarda o Senhor a sua promessa..." (2 Pedro 3:9-10). Deus deseja que todos os homens sejam salvos; mas, chegará um dia em que todos estarão em julgamento perante ele. O justo herdará a vida eterna, mas os injustos serão enviados para punição eterna.

Continuar

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