O Que Está Escrito? - Novembro de 2000 [Os
Sentimentos Enganam] [Estudo
Textual: Efésios 5:22 - 6:9 Sujeitai-vos Uns aos Outros] As Últimas Palavras de Estêvão Estêvão é lembrado como o primeiro de muitos mártires no reino de Jesus Cristo. Ele entrou na história em Atos 6 e foi apedrejado no capítulo seguinte. O nome dele aparece apenas 10 vezes, todas no livro de Atos. Embora o tempo dele no palco da história tenha sido pouco, a importância da vida desse servo não deve ser subestimada. Ele mostrou características essenciais de um discípulo verdadeiro do Senhor. Escolhido para servir na igreja de Jerusalém O nome de Estêvão se encontra pela primeira vez na lista de sete servos escolhidos pela igreja em Jerusalém (Atos 6:5). Esses homens foram encarregados do cuidado das viúvas na igreja. Eles se preocuparam diariamente com a alimentação dessas mulheres, assim deixando os apóstolos livres para cumprir suas responsabilidades espirituais. Estêvão já havia demonstrado o fruto do Espírito Santo na sua vida, e, depois da imposição das mãos dos apóstolos, ele realizou grandes milagres e pregou poderosamente a palavra de Deus (Atos 6:6-10). Pela vida desse homem entendemos que o serviço do cristão inclui diversos tipos de serviço. Estêvão pregou bem, mas ele também demonstrou bondade em relação às pobres viúvas. Jesus interrompeu seu ensinamento da palavra do Pai para dar atenção às crianças, ensinando uma importante lição para os seguidores dele. Nós, como os apóstolos, devemos dar prioridade no nosso serviço
no reino de Deus (veja Atos 6:2-4). Precisamos aprender a lição que Jesus
ensinou a Marta (Lucas 10:38-42). Mas, jamais podemos fazer a vontade de Deus e
esquecer das pessoas carentes ao nosso redor. O servo verdadeiro de Deus se
preocupa com viúvas, crianças e pobres (veja Mateus 25:31-46). Quando o trabalho de Estêvão ficou conhecido, algumas pessoas se levantaram contra esse servo (leia Atos 6:8-14). Discutiam com ele, mas não conseguiam resistir seu ensinamento. Estêvão pregava a verdade, mas esses homens não tinham a humildade bastante para admitir seus próprios erros. Ao invés de aceitar e apoiar o trabalho desse servo, os homens usaram táticas desonestas para o opor. Subornaram falsas testemunhas para provocar uma reação popular contra Estêvão. Como vamos ver ainda em nosso estudo, Estêvão não desistiu quando enfrentou esses desafios e as táticas carnais de homens. Ele continuou pregando a mesma mensagem, independente do custo pessoal. Os homens podiam prender e até matar o servo, mas jamais venceriam o Senhor dele. Do exemplo dele, compreendemos melhor a importância de ser corajosos em manter convicções baseadas na palavra de Deus. Não devemos defender nossas próprias opiniões ou preferências, mas nunca devemos abandonar a verdade para agradar a homens (Romanos 14:19; Gálatas 1:10-12). Qualquer pessoa que se mostra fiel no reino de Deus sofrerá perseguição (2 Timóteo 3:12). Não devemos nos estranhar quando homens carnais criticam ou procuram destruir o nosso trabalho. Ao mesmo tempo, não devemos imaginar que estejamos certos somente porque outros nos perseguem. A perseguição, por si só, não prova que alguém esteja servindo ao Senhor. Falsos professores, também, podem ser rejeitados e maltratados. O único padrão que podemos usar para avaliar nosso próprio trabalho ou o trabalho de qualquer outro é a palavra revelada por nosso Deus nas Escrituras. É essa palavra que nos julgará (João 12:47-50). Os temas da defesa A defesa de Estêvão em Atos 7 é uma das mais belas pregações relatadas no livro de Atos. Sua beleza não está em palavras suaves. Estêvão não lisonjeou seus ouvintes, nem contava piadas ou histórias pessoais para os divertir. A beleza dessa mensagem vem da sua fidelidade à verdade em responder com a verdade às idéias erradas dos ouvintes. Estêvão não ganhou nenhum concurso de pregadores que mais agradam às pessoas, mas ele pregou a palavra habilmente. Mesmo quando sua vida estava em jogo, Estêvão não perdeu tempo com defesas pessoais. O seu Senhor era muito maior do que o humilde servo, então ele defendeu o evangelho de Jesus. As acusações contra Estêvão atingiram dois pontos doutrinários: Œ a importância do santo lugar (o templo em Jerusalém) e a posição da lei do Antigo Testamento depois da morte de Jesus. Em ambos os casos, eles distorceram a mensagem que ele pregou, mas abriram a porta para o evangelista esclarecer a verdade sobre a salvação em Cristo. Além dessas acusações, houve mais uma questão implícita na controvérsia: eles estavam rejeitando um servo escolhido por Deus. Estêvão, guiado pelo Espírito Santo, tratou desses três temas no desenvolvimento de sua mensagem. Ele mostrou que a comunhão com Deus não dependia de lugar, assim respondendo às acusações sobre o templo. Ao mesmo tempo, ele mostrou que Deus mantinha comunhão com várias pessoas que não guardavam a lei dada aos israelitas no monte Sinai. Nos exemplos que ele citou, Estêvão mostrou que muitos homens rejeitados pelos homens foram escolhidos por Deus, assim reprovando o tratamento de Jesus e dele mesmo pelo povo de Jerusalém. Quando o servo de Deus responde às perseguições, ele deve sempre aproveitar a oportunidade para ensinar sobre a palavra de Deus. As perguntas e até as acusações de homens abrem portas para ensinar sobre nosso Senhor e Salvador (1 Pedro 3:13-17). Os exemplos citados Na sua defesa, Estêvão seguiu o mesmo princípio que percebemos no trabalho de Jesus, Pedro, Paulo e outros grandes pregadores. Ele começou onde os ouvintes estavam, e procurou trazê-los à verdade. Jesus pregava assim. Com a samaritana, ele começou com água (João 4:1-30). Com os saduceus, ele trabalhou dentro dos livros que eles reconheciam, os primeiros cinco livros do Velho Testamento (veja, por exemplo, Mateus 22:23-33). Pedro começou com profecias do Velho Testamento (Atos 2:16) e com Abraão, Isaque e Jacó (Atos 3:13). Filipe começou com Isaías, onde o eunuco estava lendo (Atos 8:35). Paulo começou com as imagens dos atenienses (Atos 17:22-23). Semelhantemente, Estêvão pregou aos judeus (pessoas que seguiam a lei dada no monte Sinai) usando diversos personagens do Antigo Testamento. Cada exemplo serviu para reforçar seus temas principais. Veja na tabela abaixo como ele desenvolveu esses temas. Uma vez que Estêvão citou todos
esses exemplos históricos, a conclusão foi óbvia. Da mesma forma que outros
servos escolhidos por Deus foram rejeitados no passado, os judeus em Jerusalém
haviam rejeitado Jesus. Na conclusão da defesa, Estêvão não procurou se
justificar, nem tentou agradar aos ouvintes. Ele falou a verdade, custa o que
custar: "Homens de dura cerviz e incircuncisos de coração e de
ouvidos, vós sempre resistis ao Espírito Santo; assim como fizeram vossos
pais, também vós o fazeis. Qual dos profetas vossos pais não perseguiram?
Eles mataram os que anteriormente anunciavam a vinda do Justo, do qual vós
agora vos tornastes traidores e assassinos, vós que recebestes a lei por ministério
de anjos e não a guardastes" (Atos 7:51-53). Como o Senhor morreu,
o servo também chegou ao fim da vida aqui. Estêvão foi apedrejado. Um jovem com convicções fortes Um jovem chamado Saulo
participou quando Estêvão foi morto. Ele mostrou, nos dois capítulos
seguintes, que também tinha convicções fortes. Ele opunha tudo que Estêvão
defendia, achando que os cristãos realmente mereciam a morte. Não entraremos
na história da conversão de Saulo, mas anotaremos um ponto importante. O fato
de alguém ser convencido e zeloso não é prova de que esteja certo. Estêvão
e Saulo eram igualmente convictos de suas respectivas doutrinas, mas um dos dois
estava totalmente errado. Pela graça de Deus, Saulo não morreu no mesmo dia.
Pela longanimidade do Senhor, a ele foi concedido tempo suficiente para aprender
a verdade e se arrepender. Temos poucas informações
sobre a vida de Estêvão. Um homem bom e dedicado perdeu a sua vida por causa
do evangelho. Mas desse pequeno relato, podemos aprender muito. Considere estas
lições da vida e da morte de Estêvão: Œ
Deus sempre é o mesmo. Deus
sempre quer a fé obediente. Ž
Homens maus rejeitam Deus e seus servos. Devemos
pregar Jesus crucificado (1 Coríntios 2:2).
Devemos pregar o que os ouvintes precisam, não o que eles querem ouvir
(2 Timóteo 4:1-5). |
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