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Dezembro
de 2000
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Progredindo] [Estudo
Textual: Efésios 6:10-24 Revesti-vos da Armadura de Deus]
[Blasfêmia contra o Espírito Santo] [Quando Jesus entrou no Santo dos Santos no
céu?]
Blasfêmia
contra o Espírito Santo
Poucos
tópicos bíblicos geram mais discussão do que a blasfêmia contra o Espírito
Santo. Todos parecem saber que esse pecado é imperdoável, mas as opiniões
diferem amplamente quanto ao que ele é. Alguns dizem que é suicídio, outros
que é adultério, e ainda outros pensam que se refere à rejeição do
evangelho depois que o Espírito Santo veio no dia de Pentecostes. Quase ninguém
se detém para examinar os contextos das referências à blasfêmia contra o Espírito
Santo. Como acontece com todos os outros assuntos, a análise disciplinada e
cuidadosa do texto esclarece a confusão. Infelizmente, muitas pessoas
religiosas desenvolveram o hábito de resolver os assuntos sem nem mesmo olhar
para o texto, muito menos estudá-lo atentamente. Os textos relevantes são
encontrados nos três primeiros evangelhos. Em Mateus 12, as afirmações de
Jesus sobre blasfemar contra o Espírito Santo ocorreram quando ele curou um
homem cuja possessão pelo demônio o havia feito cego e mudo. Em Marcos 3, a
cura não é mencionada, mas a maioria d que Jesus disse na ocasião é. Lucas
registra a cura no capítulo 11 e menciona a blasfêmia contra o Espírito Santo
em 12:10.
O Contexto
"Então, lhe trouxeram um endemoninhado, cego e mudo; e ele o curou,
passando o mudo a falar e a ver. E toda a multidão se admirava e dizia:
É este, porventura, o Filho de Davi? Mas os fariseus, ouvindo isto,
murmuravam: Este não expele demônios senão pelo poder de Belzebu, maioral dos
demônios" (Mateus
12:22-24)). Note três coisas. Primeiro, Jesus curou um homem que era cego e
mudo. Há simplicidade impressionante no modo como Mateus registrou o milagre:
ele simplesmente disse que o homem falou e viu. Segundo, a multidão viu o que
Jesus fez e começou a concluir que ele poderia ser o Filho de Davi; isto
é, o Messias. Terceiro, os fariseus ouviram o que o povo estava dizendo e
decidiram que eles tinham que descobrir algum plano radical para calar a influência
de Jesus. Eles o acusaram de expelir demônios pelo poder de Satanás. Eles
estavam tentando neutralizar o efeito dos milagres de Jesus e impedir os outros
de crerem nele. Esta era uma manobra brilhante por parte dos inimigos de Jesus
porque não somente explicava suas grandes obras, mas lançava uma sombra de
suspeita sobre ele. Era imperativo que ele respondesse convincentemente à acusação
deles.
A Defesa de Jesus
"Jesus, porém, conhecendo-lhes os pensamentos, disse: Todo reino
dividido contra si mesmo ficará deserto, e toda cidade ou casa dividida
contra si mesma não subsistirá. Se Satanás expele a Satanás, dividido está
contra si mesmo; como, pois, subsistirá o seu reino? E, se eu expulso demônios
por Belzebu, por quem expulsam os vossos filhos? Por isso, eles mesmos serão os
vossos juízes. Se, porém, eu expulso demônios pelo Espírito de Deus,
certamente é chegado o reino de Deus sobre vós. Ou como pode alguém entrar na
casa do valente e roubar-lhe os bens sem primeiro amarrá-lo? E, então, lhe
saqueará a casa" (Mateus 12:25-29).
Jesus respondeu com três pontos. Primeiro, ele mostrou que era ilógico pensar
que Satanás estava lutando consigo mesmo. É difícil imaginar que o diabo
pudesse ser tão tolo. Poucos procuram ferir a si mesmos, e aqueles que o fazem
provavelmente não sobreviverão por muito tempo. Se, de fato, o diabo tivesse
começado a atacar a si mesmo e aos seus próprios servos, então todos poderiam
deixar de se preocupar com ele, porque seu reino logo desapareceria. Segundo,
Jesus questionou os fariseus sobre os outros que estavam expelindo demônios.
Ele estava, provavelmente, se referindo a pessoas a quem ele tinha dado o poder
de expelir demônios (veja Mateus 10:1; Lucas 9:49-50; 10:1, 17). Muitos destes
eram, provavelmente, filhos dos próprios fariseus. Conquanto eles pudessem
levianamente acusar Jesus de expelir demônios em aliança com o diabo,
certamente eles não estariam querendo dizer o mesmo de seus próprios filhos.
Finalmente, Jesus mostrou como sua expulsão de demônios era parte do programa
do reino. A missão de Jesus era tirar pessoas do domínio de Satanás. Antes
dele vir, Satanás podia, por causa do pecado, declarar que todos os homens eram
sua propriedade. Jesus veio para perdoar os pecados e assim "roubar"
do diabo aquelas almas que ele tinha considerado como suas possessões. Para
poder roubar a casa de um valente, contudo, precisa-se primeiro amarrá-lo,
antes de tirar seus bens. Isto é o que Jesus estava fazendo ao expelir demônios.
Ele estava amarrando Satanás para que ele pudesse tomar as almas que tinham
estado sob o controle do diabo. Este era um conflito entre dois reinos. Jesus,
libertando os homens do domínio demoníaco, estava demonstrando que sua
soberania era superior à de Satanás.
A Advertência de Jesus
"Quem não é por mim é contra mim; e quem comigo não ajunta espalha.
Por isso, vos declaro: todo pecado e blasfêmia serão perdoados aos
homens; mas a blasfêmia contra o Espírito não será perdoada. Se
alguém proferir alguma palavra contra o Filho do Homem, ser-lhe-á isso
perdoado; mas, se alguém falar contra o Espírito Santo, não lhe será isso
perdoado, nem neste mundo nem no porvir" (Mateus
12:30-32). Aqui, Jesus advertiu sobre a necessidade de decidir em que lado
estar. A guerra torna a neutralidade impossível. Temos que servir a Jesus ou a
Satanás.
Jesus também advertiu sobre o perigo de blasfemar contra o Espírito Santo.
Sabemos que Jesus expelia demônios pelo poder do Espírito Santo: "Se,
porém, eu expulso demônios pelo Espírito de Deus, certamente é chegado o
reino de Deus sobre vós" (Mateus 12:28). Então, quando eles o
estavam acusando de expelir demônios por Belzebu, o rei dos demônios, eles
estavam blasfemando contra o Espírito Santo, o verdadeiro poder através do
qual estas grandes coisas estavam sendo executadas. Eles não somente
testemunharam a forma humana de Jesus, mas viram a demonstração do Espírito
Santo. Pode ter sido perdoável terem deixado de reconhecê-lo como um homem,
mas desde que Deus tinha posto seu Espírito dentro dele (Mateus 12:18), eles não
tinham desculpa.
Ligue estas afirmações sobre o perigo de blasfemar contra o Espírito Santo
com o próximo ponto que Jesus afirmou: "Ou fazei a árvore boa e o
seu fruto bom ou a árvore má e o seu fruto mau; porque pelo fruto se conhece a
árvore. Raça de víboras, como podeis falar coisas boas, sendo maus? Porque a
boca fala do que está cheio o coração. O homem bom tira do tesouro bom coisas
boas; mas o homem mau do mau tesouro tira coisas más. Digo-vos que de toda
palavra frívola que proferirem os homens, dela darão conta no Dia do Juízo;
porque, pelas tuas palavras, serás justificado e, pelas tuas palavras, serás
condenado" (Mateus 12:33-37). Jesus estava mostrando que o problema
da blasfêmia é muito mais sério do que meras palavras por si mesmas. O que
dizemos revela o que somos. Se alguém examina o conteúdo do balde, sabe o que
está no fundo o poço. Se alguém examina as palavras que são faladas, ele
sabe o que está no coração. Palavras são sinais de caráter. E isto não é
verdade somente quanto a palavras de blasfêmia, é verdadeiro também quanto a
palavras de confissão. Paulo escreveu: "Se, com tua boca,
confessares Jesus como Senhor e, em teu coração, creres que Deus o ressuscitou
dentre os mortos, serás salvo. Porque com o coração se crê para justiça
e com a boca se confessa a respeito da salvação" (Romanos
10:9-10). Não é que as palavras, em si mesmas, tenham algum poder mágico,
supersticioso, mas é que as palavras mostram algo mais profundo sobre nós.
Quando os acusadores de Jesus o acusaram de expelir demônios pelo diabo,
mostraram uma profunda dureza de coração. Assim como o homem falou e viu,
assim os inimigos viram o Espírito expelir demônios e falaram contra
ele. Estavam tão empedernidos contra a verdade que podiam realmente testemunhar
os maravilhosos milagres e santidade de Jesus e, ainda assim, acusá-lo, sem
hesitar, de estar aliado ao diabo. Eles estavam extremamente cegos e
corrompidos. Enquanto outras blasfêmias podiam ser perdoadas, a blasfêmia
deles contra Jesus demonstrava um grau de dureza espiritual que poderia tornar
impossível para eles o arrependerem-se. O problema aqui é o problema deles, não
de Deus. Deus tem capacidade ilimitada para perdoar a qualquer que o busque, mas
estas pessoas não tinham coração para buscá-lo. Portanto, eles nunca seriam
perdoados.
Lições Práticas
Considere três pensamentos práticos.
Primeiro, Jesus demonstrou uma admirável capacidade para superar objeções.
Ele calmamente respondeu a cada acusação e combinou a resposta com um
importante ensinamento. Ele nunca ficava frustrado, mas sempre respondia
perfeitamente. Segundo, ver milagres não mudava os inimigos de Jesus. Eles eram
incorrigíveis. Nós também podemos desenvolver corações endurecidos. Hoje,
alguns pensam que creriam se apenas pudessem ver Jesus vivo fisicamente na
terra, novamente, e testemunhar alguma grande demonstração de poder. Estes o
viram, mas isso não teve efeito. O fato que muitos hoje recusam Jesus é por
causa de seus corações endurecidos, não por causa de evidência insuficiente.
Finalmente, considere a importância das coisas que dizemos. Somos responsáveis
por nossas palavras e atos. O que dizemos e fazemos reflete nossa verdadeira
natureza. Não há nada que saia de nossa boca que não estivesse antes em nossa
mente. Precisamos vigiar nossa língua... e nosso coração.
- por Gary Fisher
D84
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