Um primeiro aspecto da atividades educacional é aquele que se refere ao chamado "capital consolidado da civilização", na forma de conhecimentos adquiridos e experimentados pelos antepassados. A tarefa do educador, é permitir que esta herança cultural seja acessível às gerações atuais, visando um passado para as gerações futuras, sem se esquecer que a educação não é um processo de acúmulo de informações em "receptáculos passivos ou vazios" : a atividade educacional não pode enfatizar apenas o conhecimento adquirido, para que haja progresso no conhecimento.
O segundo aspecto, refere-se ao presente num compromisso imediato com a vida, em função do legado do passado. A atividade educacional deve enfatizar o envolvimento com a herança cultural adquirida, evitando a passividade, e possibilitando a "criação da novidade do conhecimento" : é o processo da "redescoberta" de conhecimentos anteriores, ou a "invenção" de novos conhecimentos. Desta maneira, alguma coisa é acrescentada ao legado do conhecimento. Efetiva-se o progresso do conhecimento.
O terceiro aspecto da atividade educacional, diz respeito ao futuro, porque esta por si mesma, sempre aponta para um "conhecimento a ser adquirido". A educação futura se faz em função de um presente com alvos e metas, bem definidos : a construção de um indivíduo melhor, de uma sociedade melhor, de um mundo melhor.
Entretanto, poucas vezes a preocupação
com o futuro foi objetivo da atividade educacional, como percebido
da história da educação. A perpetuação
e conservação de métodos e práticas
educacionais que levam ao "status quo", são preferidas
àquelas que conduzem à emancipação
intelectual do indivíduo. Evidentemente, o educador deve
ensinar aquilo que a sociedade necessita que seus cidadãos
saibam, para uma melhor convivência social. Mas se a atividade
educacional não tiver em mente a emancipação
individual, terá sido mais domesticadora do que transformadora!