Canto da Seca

(Genildo Mota Nunes)


Caminham pelas margens das estradas
(em vida que, de estranha, sofre e cala)
Almas sedentas, Deus, almas penadas
Num suplício que, ao mundo inteiro, abala!

Cresta a terra nua: estéril, seca, estala
No calor das manhãs desesperadas...
E o murmúrio, no morno vento, fala
De aves, ao partir, nas arribadas!

À noite, num deserto de tristeza,
Cai o silêncio mortal e absoluto
No peito de quem vive, de quem reza...

Então todo o Nordeste veste luto.
E nasce uma canção, tenho certeza,
Desse choro que, à noite, sempre escuto!


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