A Sabedoria de Confúcio
5. Espírito e Sabedoria.
Confúcio disse: "Reconhecer o que se sabe e reconhecer o que não se sabe é característico daquele que sabe."
Confúcio disse: "O homem que cometeu um erro e não o corrige está cometendo outro erro."
Confúcio disse: "Diz-se: É difícil ser um rei, mas não é fácil ser um ministro, tampouco."
O Barao Wen Chi dizia que ele sempre pensava três vezes antes de agir. Quando Confúcio viu isso, observou: "Pensar duas vezes já é o bastante."
Confúcio disse: "Não espero encontrar um santo hoje. Mas se encontrar um cavalheiro ficarei muito satisfeito.
Confúcio disse: "Um homem que tem uma bela alma sempre tem algumas coisas bonitas a dizer, mas um homem que diz lindas coisas não tem, necessariamente, uma bela alma. Um homem verdadeiro (ou verdadeiramente grande homem) sempre provará ser corajoso, porém um homem corajoso nem sempre terá verdadeira masculinidade."
Confúcio disse: "Um homem que se jacta sem vergonha nenhuma, encontrará grande dificuldade em viver segundo sua jactância."
Confúcio disse: "O homem que ama a verdade (ou a ciência) é melhor do que o homem que a conhece e o homem que encontra felicidade nela é melhor do que aquele que a ama."
Disse Confúcio: "Ao falar com um soberano, é preciso prestar atenção a três coisas: Falar sem ser perguntado é "impulsividade". Deixar de falar quando lhe pergunta algo é "falta de franqueza". E falar sem reparar no estado de ânimo do soberano é "cegueira".
Disse Confúcio: "Quando você encontrar uma pessoa digna de com ela falar e deixar de fazê-lo, terá deixado escapar seu homem. Quando encontrar um homem que não é digno de que você lhe fale e o fizer, terá deixado escapar (isto é, desperdiçado) suas palavras. Um homem prudente jamais deixa escapar seu homem, nem desperdiça palavras."
Confúcio disse: "Um cavalheiro não elogia um homem (ou o põe no seu serviço) baseado no que ele diz, nem nega a verdade do que alguém diz porque não gosta de quem a disse (se for bom)."
Tsekung perguntou a Confúcio: "Que diria você se todo o povo da aldeia gostasse de uma pessoa?" - "Não é o bastante", replicou Confúcio. - "Que diria você se todo o povo da aldeia detestasse uma pessoa?" - "Não é o bastante", disse Confúcio: "É melhor quando o bom povo de uma aldeia gosta dele e as pessoas más o detestam."
Disse Confúcio: "O homem comum muitas vezes arranja aborrecimento devido a seu amor pela água (literalmente "mergulhar" na água); o cavalheiro muitas vezes arranja aborrecimento devido a gostar de falar; e o grande homem muitas vezes arranja aborrecimento devido a seu amor pelo povo. Todos eles mergulham naquilo em que têm mais contato ou que lhes é mais familiar. A água parece ser familiar ao povo, porém facilmente o afoga por que é uma coisa que parece de aproximação fácil e no entanto é perigoso quando alguém se chega muito para perto dela. Falar com facilidade e rapidamente causa aborrecimento porque, quando alguém fala, usa palavras demais e é fácil deixá-las escapar da boca, porém é difícil engoli-las. O povo muitas vezes causa aborrecimentos a alguém porque é medíocre e não tem o espírito liberal; devem respeitá-lo, mas não insultá-lo ou ofendê-lo. Por conseguinte, o cavalheiro deve ser muito cuidadoso."
Confúcio disse: "As pessoas que vivem com extravagância são capazes de recair no esnobismo (ou presunção) e as que vivem simplesmente são capazes de recair na vulgaridade. Prefiro as pessoas vulgares às esnobes.
Confúcio disse: E fácil ser rico sem ser orgulhoso; é difícil ser pobre e não ser lamuriento."
Confúcio disse: "Quando um país está em ordem, é uma vergonha ser um homem pobre e comum. Quando um país está em anarquia, é uma vergonha ser rico e oficial."
Confúcio disse: "Pode-se jamais imaginar uma alma mesquinha servindo como ministro de Estado? Antes de ele ter obtido seu posto, mostra-se ansioso por alcançá-lo, e depois que o alcança, receia perdê-lo, e se começa a inquietar-se com receio de perdê-lo, então não haverá nada que ele não seja capaz de fazer."
Confúcio disse: "Não se importe com o fato de o povo não conhecê-lo, porém esforce-se de modo que possa ser digno de ser conhecido."
Confúcio disse: "Um cavalheiro censura-se a si mesmo, ao passo que um homem ordinário censura os outros."
Confúcio disse: "Se um homem for severo para si mesmo e generoso para com os outros, jamais provocará ressentimentos."
Confúcio disse: "Um homem que não pensa e não faz seus planos de antemão encontrará motivo de preocupações justamente na porta."
Confúcio disse: "Um discurso polido muitas vezes faz com que confundamos a noção do que é bom e do que é mau. Um homem que não pode tolerar a idéia de pequenas perdas ou desvantagens muitas vezes porá por terra grandes planos."
Confúcio disse: "Falando de um homem perfeitamente educado, não se admira sua força e sim seu temperamento."
Alguém disse: "Que pensa sobre pagar o mal com o bem?" Respondeu Confúcio: "Então, com que irá você pagar o bem? Pague o bem com o bem, mas o mal com a justiça (Ou severidade)."
Confúcio disse: "Quando pagar o bem com o bem, então o povo será encorajado a praticar o bem. Quando pagar o mal com o mal, então o povo ficará prevenido de fazer o mal."
Confúcio disse: "Pagar o mal com o bem é sinal de caráter generoso. Pagar o bem com o mal é sinal de caráter criminoso. (Liki, capítulo XXXII)."
Disse Confúcio: "Os homens nascem todos muito parecidos, porém por influência de seus hábitos gradualmente vão se diferençando cada vez mais."
Confúcio disse: "Somente os caracteres muito superiores ou muito inferiores não mudam."
Confúcio disse: "Tenho visto plantas de arroz que dão grelos, porém não florescem e tenho visto plantas de arroz que florescem, mas não dão grãos."
Disse Confúcio: "Mesmo que um homem tenha o belo talento do Duque Chou, desde que seja orgulhoso e egoísta nem será digno de que o olhem."
Confúcio disse: "Se o homem superior não for circunspecto em sua aparência (ou conduta) então não é
digno. O estudo impede que alguém fique com estreiteza de vistas. Tente ser leal e fiel como princípio fundamental Não tenha amigos que não sejam tão bons quanto você mesmo. Quando errar, não tenha receio de corrigir seus erros."
Confúcio disse: "Quando vir um homem bom, procure imitar seu exemplo, e quando vir um homem mau, procure conhecer suas faltas."
Confúcio disse: "Bem! Bem! jamais vi, ainda, uma pessoa que saiba quais seus defeitos e se acuse diante de si mesma!"
Confúcio disse: "Não critique as faltas dos outros, cri tique as suas próprias."
Tsekung disse: "O que pensa de uma pessoa que não se mostra esnobe (ou subserviente aos grandes) quando É pobre, e não seja orgulhosa quando rica?" Confúcio retrucou "E boa. Seria melhor se fosse feliz quando pobre, E tivesse autodisciplina quando rica.
Confúcio disse: "Você pode matar o general de um exército, mas não pode matar a ambição num homem comum."
6. Descrições posteriores sobre o verdadeiro homem.
Confúcio disse: "Quem não for um verdadeiro homem não pode suportar a pobreza por muito tempo nem pode ficar na prosperidade por muito tempo. Um verdadeiro homem é feliz e natural em seu viver de acordo com os princípios da verdadeira masculinidade, mas um homem prudente acha que é vantajoso observar esses princípios."
Confúcio disse: "Somente um verdadeiro homem sabe como amar o povo e como odiá-lo."
Confúcio disse: "Como pode o homem superior conservar sua reputação quando sai do nível do verdadeiro homem? O homem superior jamais se aparta do nível da verdadeira masculinidade, nem mesmo pelo espaço de tempo de uma só refeição. Mesmo em seus momentos fortuitos, nele vive e nas circunstâncias mais comprometedoras ele ainda vive nele."
Confúcio disse: "Se um homem não for um homem verdadeiro, para que os rituais? Se um homem não é um verdadeiro homem, o que adianta a música?"
Confúcio disse: "O homem prudente não tem perplexidades, o homem verdadeiro não tem tristezas, e o homem bravo não tem medo."
Confúcio disse: "Um verdadeiro homem é vagaroso no falar." Alguém perguntou: "Pode um homem que fala devagar ser, então, chamado de homem verdadeiro?" Confúcio disse: "Devido ao fato de ser muito difícil para um homem fazer o que diz, naturalmente ele deve falar bem devagar."
7. O homem superior e o homem inferior.
Confúcio disse: "O homem superior compreende o que é direito; o homem inferior compreende o que quer vender."
Confúcio disse: "O homem superior ama sua alma; o homem inferior ama seus bens. O superior sempre se lembra de como foi castigado por seus erros; o inferior sempre se lembra dos presentes que recebeu."
Confúcio disse: "O homem superior é liberal para com as opiniões dos outros, porém não concorda completamente com elas; o inferior concorda completamente com as opiniões dos outros, todavia não se mostra liberal para com elas."
Disse Confúcio: "O homem superior é firme, mas não luta; mistura-se facilmente com outros, porém não forma círculos."
Confúcio disse: "O homem superior censura a si mesmo; o inferior censura os outros."
Confúcio disse: "O homem superior é fácil de servir-se, contudo difícil de agradar, pois ele pode ficar satisfeito com o que está direito e emprega os homens segundo suas habilidades individuais. O homem inferior é difícil de servir-se, porém fácil de agradar, pois você pode satisfazê-lo (fornecendo coisas que lhe satisfaçam as fraquezas sem ser necessariamente correto, e quando precisa de homens, exige perfeição."
Confúcio disse: "Você pode colocar um homem superior numa posição importante com largos poderes discricionários, porém não pode dar-lhe um pequeno emprego agradável; você pode dar a um homem inferior um pequeno emprego agradável, todavia não pode colocá-lo numa posição importante com largos poderes discricionários."
Confúcio disse: "O homem superior não é aquele que é bom apenas para uma espécie particular de posição."
Confúcio disse: "O homem superior tem o espírito tolerante para todos os homens e não é um partidário; o homem inferior é um partidário porém não tem, absolutamente, o espírito tolerante."
Confúcio e seus seguidores tinham que viajar dias sem alimento, em Ch'en, e alguns de seus discípulos caíram doentes e foram obrigados a guardar o leito. Tselu veio ver Confúcio muito desanimado e perguntou: "O homem superior também depara com dificuldades?" Confúcio disse: "Sim, o homem superior também se encontra, as' vezes, em dificuldades, porém quando um homem inferior se encontra em dificuldades, parece que ele faz alguma coisa."
Confúcio disse: "O homem superior atende as coisas espirituais e não a seu modo de viver. Deixe-o cultivar uma fazenda e passará. fome, porém se deixá-lo estudar encontrará riquezas sem par nesse estudo. O homem superior não se preocupa com sua pobreza, porém com as coisas espirituais."
Confúcio disse: "O homem superior é sempre cândido e simples (para si mesmo e para com os outros); o inferior sempre está preocupado com alguma coisa."
Confúcio disse: "O homem superior desenvolve-se para cima; o inferior se desenvolve para baixo."
Confúcio disse: "O homem superior é digno e simples, sem ser orgulhoso; o inferior é orgulhoso porém não é digno."
Confúcio disse: "O homem superior observa o padrão do direito, porém não (necessariamente) cumpre sua promessa."
Szema Niu indagou a Confúcio a respeito de ser um cavalheiro e Confúcio respondeu: "Um cavalheiro não tem preocupações nem receio:" "Não ter preocupações nem receios constitui, então, um cavalheiro?" Confúcio disse: "Se ele olhar para dentro de si mesmo e tiver certeza de que procedeu bem, o que terá a recear ou a preocupá-lo?"
Confúcio disse: "O homem superior atravessa sua vida sem qualquer curso de ação preconcebido ou qualquer tabu. Ele simplesmente decide no momento o que é o direito fazer."
Confúcio disse: "O homem superior não insiste em obter boa comida e bom alojamento. E atento a seus deveres e cuidadoso no falar, e se encontra um grande homem segue-o como seu guia. Tal pessoa pode ser chamada um amante do saber."
Confúcio disse: "Um estudante que pretende seguir a verdade e se envergonha de suas roupas pobres e das refeições pobres não é digno de que se fale dele."
Confúcio disse: "Um estudante que gosta dos confortos de vida não é digno de ser chamado um estudante."
Confúcio disse: "Um homem que serve a seu rei, e três vezes vê seus conselhos rejeitados e ainda assim não abandona o país, é um parasita de seu posto por amor ao salário. Mesmo que ele diga que não é o salário o que o atrai, eu não o acreditaria." (Liki, capítulo XXXII.)
Confúcio disse: "Um cavalheiro envergonha-se de que suas palavras sejam melhores do que suas ações."
Confúcio disse: "Um cavalheiro preocupa-se com três coisas: Em sua juventude, quando o sangue é forte, preocupa-se com o que diz respeito a sexo. Quando já está menos jovem, e o sangue está em sua plenitude, preocupa-se em meter-se num combate (ou luta em geral). Quando é velho, e o sangue começa a ficar menos denso, preocupa-se com coisas de dinheiro." (Um rapaz gosta de mulheres; um homem de meia-idade gosta de lutas; e o velho gosta de dinheiro).
8. O médio como o caráter ideal e os tipos de pessoas que Confúcio detestava.
O homem médio.
Confúcio disse: "Desde que eu não posso encontrar pessoas que sigam o Médio (ou Médio Dourado) para ensinar, suponho que terei que trabalhar com os que são brilhantes ou erráticos (kuang), e os que são um tanto estúpidos porém cuidadosos (chuan). As pessoas brilhantes, mas erráticas, estão sempre dispostas a avançar (Ou são ativas demais), e as estúpidas sempre se conservam para trás (não são suficientemente ativas)."
Confúcio disse: "Os santarrões são os ladrões da virtude."1
1 Nos ensinamentos de Confúcio, existem por conseguinte, quatro classes de pessoas, que são claramente reconhecíveis e mais ainda comentadas por Mêncio. Segundo Mêncio os que seguiam o Médio eram o material humano ideal. Em segundo lugar, segundo Mêncio, desde que esse ideal material não pode ser obtido, Confúcio preferiu trabalhar com os brilhantes, mas erráticos; essa é classe que Mêncio descreve como "sendo de uma natureza idealística e expansiva, sempre exclamando: "Os povos antigos! Os povos antigos!" e como sendo livres e simples em sua conduta sem tentar esconder as faltas". como exemplos dessa classe, Mêncio citava algumas pessoas que violavam os cânones de conduta de Confúcio. (De acordo com Chuang Tse, tinham a fama de cantar nos funerais dos amigos. Méncio então continuou a dizer que "desde que Confúcio não conseguia obter pessoas brilhantes mas erráticas, tinha que contentar-se em trabalhar com as que eram ansiosas demais para serem corretas, os chuan, que vinham logo após os k'uang como classe". Ao descrever a última das quatro classes, os ladrões de virtude, Mêncio dizia que Confúcio dissera "A espécie de gente que eu não me importo que deixe de vir à minha casa ou deixe de visitar-me ao passar pela porta, são os "hsiangyuan" (Ou "goodv-goodies"í. Os "hsiangvuan" são os ladrões da virtude." Depois, em resposta a uma pergunta acerca dessa classe de gente, Mêncio a descreve do modo seguinte: "Eles dizem: Por que ser idealístico como esse povo? Quando suas palavras não se adaptam à sua conduta e sua conduta não se adapta a suas palavras dizem: "Os povos antigos! Os povos antigos!" Por que são tão arrogantes para com o mundo e tão frios e destacados em sua conduta? Quando um homem vive no mundo presente e age de acordo com o padrão do mundo presente, e se sai bem, é o bastante!" Eles formam a classe de povo que está multo satisfeita em assegurar a aprovação da sociedade. Esses são os "hsiangvan". "Hsiangyan". significa literalmente o que povo do país chama "homens bons" ou "goody-goodies". O que perguntava indagou então a Mêncio: "Desde que todo o povo do país os chama "homens bons" e por toda parte são chamados "homens bons" (ou "gente agradável" ou "gente respeitável", por que Confúcio os chamava "ladrões de virtude"? Mêncio, então, respondeu: "Você quer criticá-los e eles parecem perfeitos demais; você quer satinzá-los e eles parecem corretos demais; eles observam as convenções correntes e se identificam por completo com os caminhos dos tempos. Em seu modo de viver, eles parecem honestos demais e fiéis, e em sua conduta parecem morais demais. Todos gostam deles e eles ficam muito satisfeitos consigo mesmos. Porém é impossível guiá-los nos caminhos dos imperadores Yao e Hsun. Por conseguinte, Confúcio dizia: "Os "goody-goodies" (Ou "hsiangyan", ou os chamados "pessoas respeitáveis") são os ladrões de virtude." Diretamente segundo essa descrição, Mêncio citou o que Confúcio tinha dito acerca das coisas que parecem reais mas que não são reais e os tipos de pessoas que ele detestava.
(Trechos do Livro "A Essência da Sabedoria de Confúcio", escrito por Charles J. Finger e traduzido por Chiang Sing.)
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