O Crucifixo E A Flor

(Genildo Mota Nunes)


Venho de contas de rosário,
De mãos postas em oração
E molhadas do sagrado orvalho...
Estive no fim do Arco-íris
Entre ouros e gnomos,
Entre fadas e princesas.
Beijei flores prenhes de pólen,
Conversei com colibris da mata.
Ouvi Uirapuru e Pajé de Aldeia,
Falei com Yara e Leão Dourado.
Toquei em violas enluaradas.
Abri janelas e pulei balcões,
Tonto de perfumes e canções,
Bêbado de Poesia e de Silêncios.
Agora, estou em mim
Como lágrima não rolada,
Como vulcão adormecido,
Entre o Crucifixo e a Flor.


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