Peregrino

(Genildo Mota Nunes)


Passo no tempo
E as árvores se situam velhas
No que resta, por enquanto, verde...
Mas não dizem
Porque passo - perdido - no tempo!

Um passarinho ensinou-me a cantar
A incerteza do não-ser,
E a gostar de ser
O que não sou.

Dia virá...
Em que as flores não serão flores.
E o vento,
Este vento que sopra o meu ardor,
Não será vento.

Quando chegar o instante do não-sei,
Da irreversível e insofismável mudança:
- Onde eu estarei no tempo?


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