Poema do Rio da Minha Vida

(Genildo Mota Nunes)


Não pode haver maior amor.
Meu coração distante antigo,
Um raio de sol sobre a terra,
Meu coração, tão só meu coração.

Não pode haver paixão maior.
A solidão nos olhos da tarde,
Um caminho que busco no tempo,
Minha vida, tão só a minha vida.

Não pode haver maior desejo.
Uma loucura nova e deslumbrante,
Esta ânsia eterna de vida,
Minha paz na linha do Horizonte.

Persigo, busco, religiosamente,
Ave sem ninho, a minha estrela
Molhada do rio onde deságuo.

Este rio que, na noite, se oferece
Tonto de aromas e de luz,
Este rio veloz de sonho e de silêncio,
Presságio da minha partida inevitável!

Não, não pode haver amor maior em outro rio.


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