Quando Saio de Um Poema

(Genildo Mota Nunes)



Saio de um poema
bato a porta do meu coração
e aspiro os aromas da brisa
como se fora um náufrago
que após a tormenta
olha no céu as estrelas

Saio de um poema
desapegado de tudo
sem acentos
sem pontos
sem nada que diga
aonde eu devo ir
quando eu devo chegar
Saio de um poema
como um cão vadio
sem eira nem beira
sem dono ou coleira
ou coisa formal
que fale de escola
que diga baixinho
“é ele e os outros”

Saio de um poema
perdido na bruma
vagando nas ruas
mendigo de sonhos
beijando as estrelas
que vejo em teus olhos

Saio de um poema
da forma como entrei:
S-O-Z-I-N-H-O!


Retorna a página principal Retorno



This page hosted by Get your own Free Homepage
1