Seca
(Genildo Mota Nunes)
A estrada é o tempo. Tudo muda.
Sob o sol causticante a areia...
E o vento morno sopra a vida
(para onde se foram as águas?)
Morte, cadáveres, rapinas.
As toscas cruzes mutiladas
Nas rugas da face da terra:
Inválida, estéril, febril.
Ao longe, chora uma criança.
(É mais uma que se expõe à dor,
À exploração e à redenção,
Como um Cristo ressuscitado!)
No alto, uma pipa miserável,
Farrapos, tabocas ao vento,
Tateia num céu sem nuvens
À procura, talvez, de chuva.
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