Um dia perguntei ao Sol: que fazes
Para fulgir no eterno alvorecer?
O astro divino respondeu, brilhando:
- Ajudar e esquecer!
Interroguei a árvore: que fazes
Para florir, amar e frutescer?
Ela, embora ferida, falou calma:
- Ajudar e esquecer!
Interpelei, depois, o pão: que fazes
Para ser vida e benção no
dever?
O pão amigo acrescentou, sereno:
- Ajudar e esquecer!
E disse à fonte límpida:
que fazes
Para dar-te à renuncia por prazer?
Atada ao solo, resumiu cantando:
- Ajudar e esquecer!
A própria terra consultei: que fazes
Para tudo alentar e refazer?
Maternalmente, replicou, bondosa:
- Ajudar e esquecer!
Alma, se aspiras à ascensão
sublime
Na luz do amor, sem nunca esmorecer,
Guarda o lema da vida em toda a parte:
- Ajudar e esquecer!
(psicografia do médium
Waldo Vieira, poeta desencarnado foi Osório Pais)
Da «Antologia dos
Imortais»