O Optimista
Gerodo (Brasil)
«Jerry era um tipo de pessoa que
irias adorar. Ele estava sempre de alto astral e tinha constantemente algo
positivo para dizer. Quando alguém lhe perguntava
"Como vais?", ele respondia: "Melhor que isso, só dois
disso!".
Ele era o único
gerente de uma cadeia de restaurantes, e
todos os empregads seguiam seu exemplo. A razão dos empregados seguirem
Jerry era por causa de suas atitudes.
Ele era naturalmente motivador. Se algum empregado estivesse num dia mau,
Jerry prontamente contava ao empregado como olhar pelo lado positivo da
situação. Ao observar o seu estilo, ele deixava-me curioso.
Um dia eu perguntei-lhe:
"Eu não acredito!! Não podes
ser uma pessoa positiva a tempo inteiro...
Como é que consegues?".
E ele respondeu: "Todas as manhãs
eu acordo e digo a mim próprio: Jerry tu tens duas escolhas hoje:
escolher estar de alto astral ou escolher estar de baixo astral. Então,
eu escolho estar de alto astral. A todo momento que
acontece alguma coisa desagradável, eu posso escolher ser vítima
da situação ou posso escolher aprender algo com isso. Eu
escolho aprender algo com isso! Em todos os momentos
em que alguém vem lamentar-se da vida
comigo, eu posso escolher aceitar a reclamação,
ou posso escolher apontar o lado positivo da vida para
a pessoa. Eu escolho apontar o lado positivo da vida."
Então eu argumentei: "Está
certo!! Mas não é tão fácil assim!!"
"É fácil, sim!", disse Jerry,
"A vida consiste em escolhas. Quando tiras
todos os detalhes e enxugas a situação, o que sobra
são escolhas, decisões a serem tomadas. Tu escolhes
como reagir às situações. Escolhes como as pessoas
irão afectar o teu astral. E escolhes estar feliz ou
triste, calmo ou nervoso... Em suma: É escolha
sua como vives a tua vida!"
Eu reflecti no que Jerry
disse.
Algum tempo depois eu
deixei o restaurante para abrir meu próprio negócio. Nós
perdemos contacto, mas frequentemente eu pensava nele quando tomava a decisão
de viver ao invés de ficar reagindo aos acontecimentos.
Alguns anos mais tarde, eu
ouvi dizer que Jerry havia feito algo que nunca se deve fazer
quando se trata de restaurantes: ele deixou a porta
dos fundos aberta e, consequentemente, foi assaltado
por 3 ladrões armados. Enquanto ele tentava abrir o
cofre, sua mão, a tremer de nervoso, errou
a combinação do cofre. Os ladrões entraram em pânico,
deram-lhe um tiro e fugiram. Por sorte, Jerry foi encontrado relativamente
rápido e foi levado às pressas ao pronto-socorro local. Depois
de 18 horas de cirurgia e algumas semanas de tratamento intensivo,
Jerry saiu do hospital com alguns fragmentos de
balas ainda no seu corpo.
Encontrei-me com Jerry seis meses depois
do acidente. Perguntei:
"Como vais?", ele respondeu: "Melhor que
isso, só dois disso!! Quer ver minhas cicatrizes?"
Enquanto eu olhava as cicatrizes, perguntei-lhe
o que se passou pela mente dele quando os ladrões invadiram o restaurante:
"A primeira coisa que me veio à
cabeça foi que eu deveria ter trancado
a porta dos fundos..." respondeu. "Então, depois quando
eu estava baleado no chão, eu lembrei-me que tinha duas escolhas:
eu podia escolher viver ou podia escolher morrer. Eu escolhi viver."
Eu perguntei: "Você não ficou
com medo ? Você não perdeu os sentidos?"
Jerry continuou: "Os paramédicos
eram óptimos. Eles ficaram o tempo todo dizendo-me que tudo
ia dar certo, que tudo ia ficar bem. Mas, quando eles me levaram
de maca para a sala de emergência
e eu vi as expressões no rosto dos médicos
e enfermeiras, eu fiquei com medo. Nos seus olhos eu lia: 'Ele e um homem
morto'. Eu sabia que tinha que fazer alguma
coisa."
"O que você fez?" perguntei.
"Bem, havia uma enfermeira grande e forte
a fazer-me perguntas... Ela perguntou se eu era alérgico a
alguma coisa...'Sim', eu respondi. Os médicos
e enfermeiras pararam imediatamente esperando
por minha resposta... eu respirei fundo e respondi:
'Balas!'
Enquanto eles riam eu disse: 'Eu
estou escolhendo viver. Operem-me como se estivesse
vivo, não morto."
Jerry sobreviveu graças à
experiência e habilidade dos médicos, mas
também por causa de sua atitude espectacular. Eu aprendi com
ele que todos os dias temos que escolher viver a vida em sua plenitude,
viver por completo. A atitude, entretanto, é tudo.
Retirado na Internet, Boletim nº
261, de 14 Outubro de 1997 do
Grupo de Estudos Avançados
de Espiritismo (GEAE)