Não raro, encontramos, aqui e ali,
os irmãos doentes por desajustes emocionais.
Quase sempre, não caminham. Arrastam-se.
Não dialogam. Cultuam a queixa e a lamentação.
E provado está que, na Terra, a tensão
emocional da criatura encarnada se dilata com o tempo.
Insegurança, conflito íntimo,
frustração, tristeza, desânimo, cólera, inconformidade
e apreensão, com outros estados negativos da alma, espancam subtilmente
o corpo físico, abrindo campo a moléstias de etiologia obscura,
à força de se repetirem constantemente, dilapidando o cosmo
orgânico.
Se consegues aceitar a existência de
Deus e a prática salutar dessa ou daquela religião em que
mais te reconfortes, preserva-te contra semelhante desequilíbrio.
Começa, aceitando a prórpia
vida, tal qual é, procurando melhorá-la com paciência.
Aprende a estimar os outros, como se te apresentem,
sem exigir-lhes mudanças imediatas.
Dedica-te ao trabalho em que te sustentes,
sem desprezar a pausa de repouso ou o entretenimento em que se te restaurem
as energias.
Serve ao próximo, tanto quanto puderes.
Detém-te no lado melhor das situações
e das pessoas, esquecendo o que te pareça inconveniente ou desagradável.
Não carregues ressentimentos.
Cultiva a simplicidade, evitando a carga
de complicações e de assuntos improdutivos que te furtem
a paz.
Admite o fracasso por lição
proveitosa, quando o fracasso possa surgir.
Tempera a conversação com o
fermento da esperança e da alegria.
Tanto quanto possível, não
te faças problema para ninguém, empenhando-te em zelar por
ti mesmo.
Se amigos te abandonam, busca outros que
te consigam compreender com mais segurança.
Quando a lembrança do passado não
contenha valores reais, olvida o que já se foi, usando o presente
na edificação do futuro melhor.
Se o inevitável acontece, aceita corajosamente
as provas em vista, na certeza de que todas as criaturas atravessam ocasiões
de amarguras e lágrimas.
Oferece um sorriso de simpatia e bondade,
seja a quem for.
Quanto à morte do corpo, não
penses nisso, guardando a convicção de que ninguém
existiu no mundo, sem a necessidade de enfrentá-la.
E, trabalhando e servindo sempre, sem esperar
outra recompensa que não seja a bênção da paz
na consciência própria, nenhuma tensão emocional te
criará desencanto ou doença, de vez que, se cumpres o teu
dever com sinceridade, quando te falte força, Deus te sustentará
e onde não possas fazer todo o bem que desejas realizar, Deus fará
sempre a parte mais importante.
Emmanuel
(Página recebida pelo médium Francisco Cândido Xavier, em reunião pública da noite de 14 de Janeiro de 1977, no Grupo Espírita da Prece, em Uberaba, Minas Gerais)