POEMAS DE TASSO DA SILVEIRA

Atualizada em11/04/2009;

PURO CANTO (25)


Bendito o que ideou o primeiro jardim do mundo.
E benditas as mãos inumeráveis
que multiplicaram os jardins do mundo.
Os jardins, filhos da natureza e do espírito.
Os jardins, em que as árvores insignificativas da floresta
tomam posturas humaníssimas
de melancolia e de êxrase.

Em que as águas insignificativas da planície
se transmudam em canais sonhadores.
Em que os rudes caminhos do vale e da montanha
se geometrizam em curvas que são como os serenos pensamentos.
                                                                    
Bendito o que ideou o primeiro jardim do mundo
e os que semearam pelo mundo
as manchas de sombra fresca e de beleza
dos jardins inumeráveis . . .      



PURO CANTO (29)

Põe outra vez em tua cabeça a coroa de avenca, meu Amor !
Toma outra vez aos teus ombros o cântaro de água fresca . . .
Vem comigo outra vez pelos claros caminhos, meu Amor.
A beleza do mundo continua.
O sentido divino da vida continua.
Não é verdade que eu tenha deperecido,
nem que tenhas deperecido, meu Amor.
Põe outra vez em tua cabeça a coroa de avenca,
que é a juventude eterna.
Toma outra vez aos teus ombros o cântaro de água fresca,
que é a pura e doce alegria.
E vem comigo outra vez pelos claros caminhos,
pelos nossos caminhos de sempre, meu Amor . . .

                 
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