Quando os holandeses se estabeleceram em Recife, os negros encontrados nos engenhos de açúcar eram um número muito pequeno para as necessidades da cultura da cana de açúcar e mesmo com a capturas dos navios negreiros portugueses a carência de escravos ainda era muito grande. Em vista desta carência de negros na carência de negros da colônia foi com que os holandeses em 1637 passaram a comprar em Guiné e em 1641 de Angola, no ano de 1645 atingira a cifra de vinte e três mil cento sessenta e três negros adquiridos pela Companhia das Índias Ocidentais que maneiam o monopólio de comercialização. |
Entre os africanos expostos a venda em leiloes os negros adquiridos em troca de armas em Gênova valiam de doze a setenta e cinco florins e em Angola de trinta a oitenta e cinco florins e quando eles eram sadios, robustos e conformados seus preços subiam consideravelmente e quando vendidos em Recife auferiam grandes lucros. Os negros de Angola do grupo Bantus eram os que recaiam maior preferencia entre os senhores de engenho porque se revelavam com muita disposição para o trabalho e podiam ser facilmente ensinados pêlos escravos mais antigos nas fazendas, eram muitos asseados e habilidosos ao contrario dos negros de Guiné que não agradavam aos fazendeiros por serem preguiçosos e difíceis de se acostumarem a obedecer ordens e ao trabalho, porém em mãos de quem o soubesse dirigir eram capazes de produzir mais do que os negros de Angola. No ano de 1642 foi verificada uma grande perda em conseqüência de um surto de varíola que atacou os negros de Itamaracá, Paraíba, Rio Grande do Norte, Ceará e Maranhão que alguns lugares ceifou a vida de todos pessoal que trabalhava nas lavouras.
O transporte de escravos para o Brasil a bordo dos navios negreiros não oferecia a boas condições higiênica, pois devido a falta de água e de alimentos estragados; velhos, jovens, homens, mulheres e crianças pareciam miseravelmente na travessia, e algumas vezes quando navios corsários ou de caçadores de transporte de escravos abordavam o barco negreiro a carga de negros eram lançadas ao mar, quando não era possível alojados todos em seus navios. A espantosa cifra de casos fatais entre os negros escravos durante o transporte para o Brasil os quais eram alojados em angustioso aperto nas entre cobertas das embarcações forçou aos holandeses a providenciar um melhor tratamento e solicitaram aos agentes compradores da Companhia das Índias Ocidentais em Elmina e São Paulo de Luanda que organizassem o comércio de escravos nos mesmos moldes dos portugueses. O prospero comércio de Negros que a Companhia das Índias Ocidentais desfrutava, ficou estagnado quando André Vidal de Negreiro e João Fernandes Vieira desfraldaram a bandeira da rebelião em Pernambuco, ocasionando a fuga para a costa dos plantadores holandeses e portugueses fieis ao governo holandês que com eles levaram parte da escravaria de Pernambuco e de grande número de escravos fugitivos procuraram abrigos nos quilombos, outros capturados pêlos patriotas e alistados a força em seus bandos. E devido aos acontecimentos os navios negreiros quando chegavam em Recife não encontravam compradores para as suas cargas, por este motivo em Junho de 1646 Van Der Derwel escreveu uma carta aos diretores da companhia relatando que fosse suspensos os embarques de escravos para o Brasil