OS QUILOMBOS
Eram os quilombos verdadeiras republicas de escravos negros fugitivos das fazendas desde os primeiros anos do século XVII, após ao espanto do desplantado dos infortúnios que eram submetidos pelas sinhas e pêlos feitores que os condenavam a impiedosos açoites e as marcações dos lacres e dos ferros quentes, logo surgia a idéia de fugir dos cativeiros e se refugiarem nas matas, aonde eram perseguidos e caçados pêlos seus senhores.
A partir daí começaram a se aliar para resistirem aos assédios dos capitães do mato, assim foram se formando esses temerosos agrupamentos que acossados pelo ódio ao branco e ao desespero da luta pela sobrevivência aterrorizam e atacavam aos engenhos de açúcar e fazendas próximas aos seus ajuntamentos constituindo-se em um perigo constante para os moradores da região. Vários foram os quilombos surgidos porém devido a sua extensão o mais notável foi o dos Palmares que teve este nome derivado da abundância de uma palmeira da região, no atual Estado de Alagoas e terras hoje pertencente ao sul de Pernambuco em uma vasta zona da floresta paralela ao litoral entre o Rio São Francisco e o Cabo de Santo Agostinho aonde nas proximidades se situava o do Zumbi, o das Tabocas, o do Sucupira. Nos quilombos viviam-se ordeiramente e pacificamente nas lavouras e nas criações junto aos numerosos indígenas que também fugiam a escravidão, nos primeiros anos do período holandês chegaram a manter boas relações comerciais com os moradores de Porto Calvo, Serinhaem, Alagoas e outras localidade das vizinhança na troca de seus produtos por artigos que precisavam para suas sobrevivência. |
Para a invasão holandesa os quilombos indiretamente favoreram, pelo menos nos primeiros período, devido ao estado de alerta que os luso-brasileiros mantinham contra os invasões efetuadas pêlos negros, passado os primeiros momentos da guerra entre os portugueses e holandeses todos começaram a perceber o serio risco dos quilombos, que por volta de 1644 já reunia mais de dez mil negros escravos fugitivos, por este motivo os holandeses organizaram duas expedições sob a chefia de Blaer e Julgens que invadiram e incendiaram vários quilombos, matando mais de cem negros escravos e os portugueses depois de 1654 ao final da Insurreição Pernambucana e que puderam atender aos problemas dos quilombos, no chamado período pernambucanos, fizeram algumas expedições que entre elas a organizada por Francisco Barreto e comandada por André da Rocha e Antônio Jacome Bezerra, os quais encontraram muita resistência pelo fato de estarem bem fortificadas os do Macaco e do Sucupira aonde em cada um desse celebres arraias tinham o seu rei e entre eles podemos destacar os celebres Zumbi, o Gangazuma, o Gangazona que viviam em suas muçumba (palácio) cercados de seu conselhos de anciães e de seus generais, e contra esses quilombos os portugueses a partir de 1675 ano em que o governador de Pernambuco Dom Pedro de Almeida mandou atacar com fortes contigentes sob o comando do Sargento-Mor Manuel Lopes Galvão que todavia não logrou resultados concretos: apenas conseguindo fazer que os quilombos se estabelecessem em outras áreas , porem a expedição comandada pelo capitão-mor Fernando Carrilho em lutas continuas destroçou e quase exterminou a Confederação dos Palmares.
E logo em seguida o governador ofereceu a paz aos fugitivos remanescentes mediaste negociações que se prolongaram até ao seu sucessor Aires de Souza de Castro, que recebeu uma embaixada do Rei Gangazuma, não obstante em 1679, realizou um ataque aos quilombos especialmente contra o Rei Zâmbi. Em 1686 o Governador Dom João de Souza mandou armar uma expedição sob as ordens do Capitão-Mor Fernão Carrilho que não obteve grandes êxitos e em 1687 o Governador João da Cunha Souto Maior instruído pelo Conselho Ultramarino confiou ao bandeirante Domingos Jorge Velho então radicado no nordeste a incumbência de conquistar definitivamente a região dos quilombos. Iniciou-se destarte o chamado período Vicentino que se estenderam em meios a inumares dificuldades, derrotas e vitórias, no ano de 1694 Domingos Jorge Velho recebeu consideráveis reforços enviados pelo Governador Marquês de Montebelo sob o comando do pernambucano Bernardo Vieira de Melo, que investiram sobre os quilombos que resistiram com uma veemência espantosa que lhe valeu o nome de Tróia Negra, os negros em debandadas para o sertão, com o grande chefe Zâmbi morto pelas tropas de André Furtado de Mendonça se da queda do ultimo reduto palmerino