Parque Natural das Serras de Aire e Candeeiros
A jazida paleontológica de pegadas de
dinossários da Pedreira do Galinha, descoberta a 4 de Julho de
1994 por João Carvalho de STEA (Sociedade Torrejana de
Espeleologia e Arqueologia), localiza-se na vertente oriental da
Serra dAire, a cerca de 10 quilómetros de Fátima e a 16
de Torres Novas, na localidade do Bairro (Concelho de Ourém) em
pleno Parque Natural das Serras dAire e Candeeiros (Fig. 1
mapa).
Esta notável jazida do Jurássico médio (com cerca de 175
milhões de anos de idade) contém não só o mais antigo e o
mais longo registo mundial de pegadas saurópodes, como, também,
os testemunhos excepcionalmente bem conservados de
alguns dos maiores animais terrestres jamais existentes.
Os saurópodes eram dinossáurios herbívoros, quadrúpedes,
possuidores de cabeça pequena e pescoço e cauda muito longos. O
seu corpo maciço era suportado por membros grossos e possantes
(semelhantes aos dos elefantes), ostentando, em cada polegar das
mãos e dos pés, uma unha afilada ou garra. Os membros
posteriores dos sarópodes eram, normalmente, maiores que os
anteriores.
As pegadas que podemos observar na jazida da Pedreira do
Galinha foram originalmente impressas numa lama calcária, muito
fina e de grande plasticidade, depositada em meio marinho
marginal e lagunar, muito pouco profundo (1 a 2 metros). Os
sedimentos representados nos estratos visíveis na pedreira,
depositados durante milhões de anos, foram posteriormente
transformados em calcário, originando as espessas camadas de
rocha que, até há pouco tempo, eram exploradas na pedreira.
Na jazida, constituída pela superfície rochosa de uma
destas camadas calcárias, com cerca de 60.000 m², podem
observar-se várias centenas de pegadas organizadas em cerca de
duas dezenas de pistas (Fig. 2 vista geral das
pegadas). De entre estas, pela sua grande extensão,
excelente estado de conservação e espectacularidade, destaca-se
uma com 147 metros de comprimento, que corresponde à mais longa
pista de dinossáurio saurópode conhecida no mundo.
Os trilhos são constituídos por impressões das
extremidades dos membros anteriores e posteriores
(mãos e pés), reflectindo nitidamente a
passagem de grandes animais quadrúpedes. As impressões
elípticas de maiores dimensões correspondem às marcas dos
pés. Estas são imediatamente seguidas por impressões mais
pequenas, em forma de meia-lua, que correspondem às mãos (Fig.
3 pormenor do par pé/mão).
As pegadas de dinossáurio são estudadas pela
Paleoicnologia, o ramo da Paleontologia que estuda os vestígios
de actividade orgânica (galerias, pegadas, ovos fósseis, etc.)
dos seres vivos do passado geológico. O estudo paleoicnológico
das pegadas fornece valiosas informações sobre a morfologia dos
pés e das mãos dos animais que as produziram, o modo de
deslocação e a velocidade.
Permite, ainda, determinar certas características
anatómicas dos seus produtores, nomeadamente, o comprimento da
perna, que é igual a cerca de quatro vezes o comprimento da
pegada do pé, e a partir deste, tendo em consideração os
esqueletos completos conhecidos, as dimensões aproximadas do
animal. Desta forma, foi possível identificar na Pedreira do
Galinha a passagem de animais de diferente porte, entre os quais
um que poderia atingir cerca de 30 metros de comprimento.
Mediante o estudo das pegadas, é também possível conhecer
o comportamento individual e social destes animais. No caso da
jazida da Pedreira do Galinha, até ao momento, não foram
encontradas evidências de comportamento gregário (deslocação
em manadas). O conjunto das pistas sugere que se tratava de
indivíduos deslocando-se isoladamente.
Nesta jazida encontram-se alguns dos melhores exemplos de
trilhos de saurópodes do mundo. Este facto resulta não apenas
da considerável extensão das pistas, mas também da excelente
conservação das impressões, o que lhe confere um invulgar
valor científico e pedagógico.
A jazida paleontológica de pegadas de dinossáurios da
Pedreira do Galinha foi classificada como Monumento Natural em
Outubro de 1996. Presentemente, está a ser elaborado um projecto
de valorização que prevê a sua musealização e
transformação num importante centro de educação ambiental e
num pólo científico de divulgação da Geologia e da
Paleontologia.
Contactos
PNSAC - Parque Natural das Serras de Aire e
Candeeiros
Monumento Natural das Pegadas de Dinossáurios da Serra de Aire
Estrada de Fátima
Bairro
2490-216 OURÉM
Marcações de Visitas em Grupo
Group Visits Scheduling, please call to:
Tel.:(+351) 249-530-160
Fax (+351) 249-530-169
email: dinossaurios@hotmail.com
Horários:
Terça a Sexta 10-19 horas.
Intervalo para almoço 12,30 -14 horas.
No período de 21 de Março a 22 de Setembro, aos Sábados, Domingos e feriados,
o horário de abertura prolonga-se até á 20 horas. Encerra à Segunda-Feira.
Tipos de visitas ao Monumento Natural:
visitas autónomas
visitas guiadas
visitas para grupos
As visitas autónomas realizam-se de 3ª Feira
a Domingo, incluindo feriados;
o visitante, após adquirir o bilhete de acesso na recepção e
ver o vídeo,
faz o percurso que conduz à laje onde se encontram as pegadas
fossilizadas.
Este percurso é apoiado por vários painéis informativos, onde
se
disponibiliza alguma informação sobre a jazida e a formação
das pegadas. Em
alternativa, os visitantes que queiram efectuar uma visita mais
rápida,
dispõem de um circuito mais curto que também possibilita a
visita ao Jardim
Jurássico.
As visitas guiadas efectuam-se aos Sábados, Domingos e feriados,
de hora a
hora, durante o horário de visitação; não necessitam de
marcação e
destinam-se aos visitantes que, após a observação do vídeo,
pretendam uma
visita enquadrada e acompanhada por um guia. Nesta opção, a
visita
efectuar-se-á pelo circuito mais curto, de modo a que numa hora
se possam
visitar as Pegadas dos Dinossáurios e o Jardim Jurássico.
As visitas guiadas destinadas a grupos (escolares ou outros),
devem ser
previamente marcadas (com pelo menos 15 dias de antecedência)
junto do
Monumento Natural. Estas visitas iniciam-se com a observação do
vídeo sobre
o Monumento e a história da descoberta e preservação das
pegadas de
dinossáurios; seguidamente o grupo faz o circuito pedestre de
interpretação
que conduz à laje onde se encontram as pegadas, enquadrado por
fichas
pedagógicas diferenciadas (1º ciclo, 2º e 3º ciclos e
Secundário) que são
distribuídas no início do percurso. Estas visitas são
dinamizadas por um
guia que acompanha o grupo. De referir que o auditório só tem
capacidade
para 40 lugares sentados, pelo que grupos maiores deverão ser
divididos. A
duração destas visitas é de 1h 30m a 2h.
Instituto de Conservação da Natureza e da Biodiversidade
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SÍTIO OFICIAL - Pegadas de Dinossáurios da Serra de Aire
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