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Ednilsom Montanhole

Anarquismo

Anarquismo

Concepção ou corrente de pensamento segundo a qual o Estado deve ser abolido e a sociedade organizada de modo voluntário, sem o uso da força ou a imposição de obrigações. Segundo os anarquistas, o Estado é um corpo parasita que não desempenha nenhuma função útil, e apenas permite a uma pequena classe privilegiada explorar o restante da sociedade. Em seguida à abolição do Estado - o que, para a maioria dos anarquistas, exige uma luta revolucionária - surgiriam as instituições voluntárias que manteriam a ordem e coordenariam a produção. Há uma ampla gama de visões anarquistas a respeito da forma que tomará a nova sociedade sem Estado: vão do individualismo econômico do americano Benjamin Tucker ao comunismo do russo Piotr Kropotkin. No século 19, ativistas anarquistas tiveram importante papel na radicalização do movimento operário europeu. Tendências anarquistas também foram importantes dentro do operariado organizado de países da América do Sul no início do século 20. O maior êxito prático das idéias do anarquismo se deu no início da Guerra Civil Espanhola (1936-1939), quando muitas áreas do país estiveram sob controle dos anarquistas. Ultimamente, no entanto, o movimento ficou reduzido a núcleos isolados, cuja influência se dá por sua contribuição a causas como o pacifismo e a ecologia.

O teórico social francês Pierre Joseph Proudhon foi o primeiro a esboçar o conceito de que igualdade e justiça devem ser consumadas através da extinção do Estado e sua substituição por livres acordos entre indivíduos. Grupos de anarquistas tentaram encontrar apoio popular em vários Estados europeus nas décadas de 1860 e 1870. Eles hostilizavam o marxismo afirmando que a tomada de poder pelos trabalhadores apenas perpetuaria a opressão. O anarquista russo Mikhail Bakunin fundou a Aliança Social Democrática (1868) tentando tirar os trabalhadores da Internacional de Marx. Anarquistas oscilavam entre as estratégias de associações espontâneas e de atos violentos contra os representantes de Estado. O presidente da França, o rei da Itália e a imperatriz da Áustria foram assassinados por anarquistas entre 1894 e 1901. Subseqüentemente eles tentaram mobilizar a massa trabalhadora apoiando a Greve Geral Russa, que delineou as revoluções russas de 1905 e 1917. Sua influência na Europa declinou após o aparecimento dos Estados totalitários. Na última metade do século 20 o anarquismo atraiu terroristas urbanos.

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