Conservadorismo
Visão de mundo ou ponto de vista político que valoriza e
defende as instituições tradicionalmente estabelecidas e se opõe a propostas de
mudanças sociais radicais. Como ideologia, o conservadorismo tomou forma na
época da Revolução Francesa, quando pensadores como o inglês Edmund Burke e o
francês Joseph de Maistre publicaram obras em que afirmavam que as mudanças
políticas e sociais revolucionárias realizadas na França destruíam grande parte
do que havia de positivo na sociedade. Desde então, o conservadorismo é
considerado como oposto ao liberalismo ao socialismo. Os principais
representantes do pensamento conservador têm uma visão pessimista da natureza
humana; para eles, as pessoas necessitam de disciplina e limitações impostas
externamente, como única forma de evitar as temíveis conseqüências que advêm
quando desaparece qualquer autoridade e os indivíduos podem seguir livremente
seus desejos. Os conservadores respeitam as tradições e consideram-nas
imprescindíveis, por resultarem da sabedoria acumulada ao longo de gerações; na
mesma medida, são céticos quanto a quaisquer ideologias, planos ou medidas
concretas que estejam comprometidos com reformas e inovações, e não com a
continuidade social. Modernamente, o conservadorismo, em sua forma mais típica,
defende as seguintes idéias de organização política e social: um regime de
governo constitucional, tido como uma forma de preservar a autoridade sem deixar
que se concentre nas mãos de um déspota ou tirano; uma sociedade hierarquizada
ou de claras divisões sociais, onde cada um conhece seu lugar e presta respeito
aos superiores; uma religião oficialmente estabelecida, tida como fator de
integração dos indivíduos ao 'tecido social'; a família, considerada como fonte
e base dos valores morais e meio em que são formados os cidadãos. No que diz
respeito à economia, as atitudes conservadoras mudaram ao longo do tempo.
Originalmente, a tendência foi a de favorecer as políticas protecionistas,
contra o laissez-faire liberal dos séculos 18 e 19. Mas, no século 20, os
conservadores tornaram-se cada vez mais adeptos do mercado livre, sem
intervenção do Estado, como forma ideal de organização das atividades
econômicas. Uma síntese das posições conservadora e liberal clássica, conhecida
como Nova Direita, teve projeção teórica e econômico-política nas décadas de 70
a 90, principalmente nos EUA e Inglaterra.
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