Inflação
Aumento contínuo do nível geral de preços (ou, em outras palavras, diminuição
do valor ou do poder de compra do dinheiro), usualmente medido por uma taxa
percentual anual ou mensal. Manter a inflação baixa é um dos principais
objetivos econômicos da maioria dos governos, pois embora não esteja
definitivamente comprovado que a inflação prejudique o crescimento econômico,
ela causa vários outros efeitos indesejáveis. Em primeiro lugar, penaliza
aqueles que possuem dinheiro em espécie (não-aplicado como investimento ou
capitalizado) e que vivem de rendimentos fixos. Em segundo lugar, pode distorcer
a distribuição ou alocação de recursos, alterando os preços relativos, inclusive
as taxas de juros 'reais' (que são as taxas nominais menos a taxa de inflação
prevista) e as taxas de câmbio. Isso também pode estar associado a uma
redistribuição da renda e da riqueza entre credores e devedores, uma vez que os
juros pagos após a inflação são menores que os previstos (em termos reais) antes
dela. Os níveis dos impostos também podem resultar distorcidos. Em terceiro
lugar, pode haver desorientação quanto aos preços: os consumidores passam a
ignorar o preço real de mercado de produtos consumidos com menor freqüência.
Finalmente, a inflação pode encarecer tanto os produtos de exportação quanto os
produtos que competem com as importações, o que afeta o equilíbrio entre
exportação e importação, geralmente obrigando o governo a desvalorizar a taxa de
câmbio para preservar a balança comercial. Entre as explicações econômicas das
causas da inflação está uma teoria monetarista conhecida como teoria
quantitativa da moeda, segundo a qual a inflação ocorre devido à quantidade de
dinheiro em circulação, que aumenta em ritmo mais rápido que a produção
agregada. Como forma de reduzir a inflação, os monetaristas sugerem controle
rígido da oferta de moeda, tendo como possível conseqüência um aumento
prolongado dos índices de desemprego. Um segundo tipo de explicação se baseia
diretamente na teoria keynesiana da determinação da renda. Para os adeptos desse
modelo, a inflação surge quando a demanda agregada de bens e serviços excede a
oferta, geralmente como resultado de erros nas políticas monetárias ou fiscais.
Um terceiro modelo explicativo, oposto ao anterior, também deriva da análise de
Keynes. Segundo esse modelo, não é o aumento da demanda que determina o aumento
de preços e sim os custos que os impelem para cima: a elevação dos preços de
importação ou do preço de algum dos componentes da renda doméstica (mais
comumente, os salários) leva a uma espiral preços-salários (os custos fazem
aumentar os preços, que fazem aumentar os salários, que aumentam os custos, e
assim por diante). Políticas governamentais de regulação de preços e salários,
anteriormente empregadas no combate à inflação (orientadas segundo os modelos
keynesianos), foram mais recentemente substituídas por políticas mais indiretas
(fiscais e monetárias), consideradas menos lesivas aos mecanismos do mercado que
regulam o abastecimento da economia. Alguns países em desenvolvimento,
principalmente na América Latina, apresentaram nas últimas décadas taxas
crescentes e extremamente altas de inflação: elas foram atribuídas a
desequilíbrios estruturais associados ao rápido desenvolvimento e/ou a outros
fatores mais específicos, como o endividamento do Estado e a excessiva elevação
do nível de importações quando não seguidos pelo aumento das exportações,
levando assim à desvalorização da moeda.
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