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Ednilsom Montanhole

Inflação

Inflação

Aumento contínuo do nível geral de preços (ou, em outras palavras, diminuição do valor ou do poder de compra do dinheiro), usualmente medido por uma taxa percentual anual ou mensal. Manter a inflação baixa é um dos principais objetivos econômicos da maioria dos governos, pois embora não esteja definitivamente comprovado que a inflação prejudique o crescimento econômico, ela causa vários outros efeitos indesejáveis. Em primeiro lugar, penaliza aqueles que possuem dinheiro em espécie (não-aplicado como investimento ou capitalizado) e que vivem de rendimentos fixos. Em segundo lugar, pode distorcer a distribuição ou alocação de recursos, alterando os preços relativos, inclusive as taxas de juros 'reais' (que são as taxas nominais menos a taxa de inflação prevista) e as taxas de câmbio. Isso também pode estar associado a uma redistribuição da renda e da riqueza entre credores e devedores, uma vez que os juros pagos após a inflação são menores que os previstos (em termos reais) antes dela. Os níveis dos impostos também podem resultar distorcidos. Em terceiro lugar, pode haver desorientação quanto aos preços: os consumidores passam a ignorar o preço real de mercado de produtos consumidos com menor freqüência. Finalmente, a inflação pode encarecer tanto os produtos de exportação quanto os produtos que competem com as importações, o que afeta o equilíbrio entre exportação e importação, geralmente obrigando o governo a desvalorizar a taxa de câmbio para preservar a balança comercial. Entre as explicações econômicas das causas da inflação está uma teoria monetarista conhecida como teoria quantitativa da moeda, segundo a qual a inflação ocorre devido à quantidade de dinheiro em circulação, que aumenta em ritmo mais rápido que a produção agregada. Como forma de reduzir a inflação, os monetaristas sugerem controle rígido da oferta de moeda, tendo como possível conseqüência um aumento prolongado dos índices de desemprego. Um segundo tipo de explicação se baseia diretamente na teoria keynesiana da determinação da renda. Para os adeptos desse modelo, a inflação surge quando a demanda agregada de bens e serviços excede a oferta, geralmente como resultado de erros nas políticas monetárias ou fiscais. Um terceiro modelo explicativo, oposto ao anterior, também deriva da análise de Keynes. Segundo esse modelo, não é o aumento da demanda que determina o aumento de preços e sim os custos que os impelem para cima: a elevação dos preços de importação ou do preço de algum dos componentes da renda doméstica (mais comumente, os salários) leva a uma espiral preços-salários (os custos fazem aumentar os preços, que fazem aumentar os salários, que aumentam os custos, e assim por diante). Políticas governamentais de regulação de preços e salários, anteriormente empregadas no combate à inflação (orientadas segundo os modelos keynesianos), foram mais recentemente substituídas por políticas mais indiretas (fiscais e monetárias), consideradas menos lesivas aos mecanismos do mercado que regulam o abastecimento da economia. Alguns países em desenvolvimento, principalmente na América Latina, apresentaram nas últimas décadas taxas crescentes e extremamente altas de inflação: elas foram atribuídas a desequilíbrios estruturais associados ao rápido desenvolvimento e/ou a outros fatores mais específicos, como o endividamento do Estado e a excessiva elevação do nível de importações quando não seguidos pelo aumento das exportações, levando assim à desvalorização da moeda.

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