Teu riso pertence a uma
árvore entreaberta por um raio, por um relâmpago prateado que do céu tomba quebrando-se na copa, partindo em duas a árvore com uma só espada. Nas terras altas da folhagem com neve apenas nasce um riso como o teu, bem-amante, é o riso do ar desatado na altura, costumes de araucária, bem-amada. Cordilheirana minha, chillaneja evidente, corta com as facas de teu riso a sombra, a noite, a manhã, o mel do meio-dia, e que saltem ao céu as aves da folhagem quando como uma luz esbanjadora rompe teu riso a árvore da vida. Pablo Neruda (Chillaneja= espécie de
pequena raposa chilena) |