O Modelo Ættir

Como já foi escrito, o Modelo Ættir é uma forma padronizada de apresentação das 24 Runas do Fuþark Antigo. Ætt significa tanto "oito" como "família" (ættir = plural, ætt = singular) e, no caso das Runas, estes dois significados se mesclam para formar 3 "familias" de "oito" elementos.

Embora não se conheça uma razão lógica ou lingüística para que as Runas sejam agrupadas nesta ordem, o Modelo Ættir é tão forte na cultura nórdica que as Runas podem, alternativamente, ser representadas de forma cifrada através de números ou traços que as localizem no tabuleiro. A Runa Jera, por exemplo, pode ser identificada por 2:4 ou pela combinação (simples ou artística) de dois traços compridos e 4 traços curtos significando que Jera é 4ª Runa do 2º ætt.

Nesta página vamos agrupar as Runas de três formas diferentes para analisarmos, num primeiro momento, a maneira como elas se relacionam dentro do Modelo. As análises individuais serão apresentadas através de outros links.

Apenas por curiosidade, nas apresentações individuais veremos que cada Runa pode ser identificada de pelo menos quatro formas diferentes, de acordo com o idioma (Germânico, Gótico, Inglês Antigo e Nórdico Antigo). Embora busquemos padronizar aqui a nomenclatura de um mesmo idioma, na verdade não fazemos isso no dia-a-dia e nem acreditamos que isso possa ser problema para alguém. Por isso, não se importe se, por falta de atenção, usamos o nome Kenaz em uma frase ou simplesmeste Ken em outra, ok?

 

















Fehu Uruz Þorn Ansuz Raiðo Kenaz Gebo Wunjo
















Hagall Nauðiz Isa Jera Eihwaz Peorð Algiz Sowilo
















Týr Beorc Ehwaz Mannaz Laguz Ingwaz Dæg Oþala

 

Análise dos Ættir

Primeiro Ætt

É formado pelos elementos e habilidades que o mago deve desenvolver em si: força mágica (Fehu), poder de formação (Uruz), força dinâmica (Þorn), inspiração (Ansuz), rítmo (Raiðo), controle de energias e sabedoria em sua aplicação (Kenaz), habilidade em dar e receber poder (Gebo) e personalidade integrada (Wunjo). São tradicionalmente chamadas "As Oito Runas de Freyr ou de Frejya" e referem-se ao plano material da manifestação.

Segundo Ætt

Reúne as Runas ligadas à formação do Multiverso e são os intrumentos de iniciação do mago nos níveis superiores da consciência: a compreensão da estrutura do universo (Hagall), o despertar do fogo interno (Nauðiz) e do gelo da consciência (Isa), o crescimento da semente do poder (Jera), a subida por Yggdrasill para a iniciação em seus nove mundos (Eihwaz), o desenvolvimento da habilidade de compreender e usar as forças do Ørlög (Peorth), a comunhão com os deuses (Algiz) e o domínio da vontade mágica através da Roda do Sol (Sowilo). Também são chamadas "As Oito Runas de Hagal ou de Heimdallr" e referem-se ao plano psicológico ou espiritual da manifestação.

Terceiro Ætt

Traz as Runas de aspectos transcendentes através da expressão arquetípica de alguns dos principais deuses do panteão nórdico: o Pai Celeste (Týr), a Grande Mãe (Beorc), os Deuses Gêmeos (Ehwaz), a Luz Divina presente em cada ser humano (Mannaz), o poder além da vida (Laguz), o Deus do Sacrifício (Ingwaz), Paradoxo Odínico (Dæg) e a herança ancestral (Oþala). Também são chamadas "As Oito Runas de Tyr" e referem-se ao plano astral da manifestação.

 

Análise das Colunas

1ª Coluna: A força (Fehu) , a forma (Hagall) e a força dirigida pela forma (Týr).

2ª Coluna: A limpeza e purificação pela água (Uruz) , a limpeza e purificação pelo fogo (Nauðiz) e o recipiente onde ocorre a limpeza e a transformação (Beorc).

3ª Coluna: A unidade dinâmica e desagregadora (Þorn), a unidade imóvel e integrativa (Isa) e a unidade dinâmica e integrativa (Ehwaz).

4ª Coluna: A semente plantada por Óðinn (Ansuz), o crescimento da semente na humanidade (Jera) e o mago reclamando sua Herança Divina (Mannaz).

5ª Coluna: A jornada solar (Raiðo), a jornada mística (Eihwaz) e a jornada aquática (Laguz).

6ª Coluna: O poder oculto da criação (Kenaz), as forças ocultas do Poço de Wyrd que criam mundos e seres (Peorð) e o poder enviado a domínios ocultos para o benefício da criação (Ingwaz).

7ª Coluna: A lealdade entre homens e deuses (Gebo), a comunicação entre homens e deuses (Algiz) e a unidade transcendente de homens e deuses (Dæg).

8ª Coluna: A harmonia e unidade da vontade (Wunjo), a vontade mágica triunfante e a herança do ser (Sowilo) e a fortaleza da vontade (Oþala).

 

Análise das Simetrias

Fehu - Poder móvel Oþala - Poder imóvel
Uruz - Formação Dæg - Paradoxo
Þorn - Força direta e agressiva; o macho fálico; o que rompe Ingwaz - Força passiva e sublimada; o macho castrado; o contenedor
Ansuz - Inspiração consciente; transformação Laguz - Aviso inconsciente; crescimento
Raiðo - Estrutura da sociedade Mannaz - Estrutura humana
Kenaz - Controle adquirido através da habilidade técnica Ehwaz - Controle adquirido através da união e da confiança mútua
Gebo - Troca mútua; crescimento através da interação Beorc - Recepção e retenção; crescimento através da gestação
Wunjo - Harmonia social conquistada através do amor Týr - Harmonia social conquistada através da lei
Hagall - A forma imóvel; a estrutura universal Sowilo - A força móvel; a vontade individua
Nauðiz - Resistência e auto-suficiência Algiz - Aceitação e atração das bençãos Divinas
Eihwaz - Iluminação vertical e instantânea; o eixo Jera - Crescimento gradativo em espiral; a órbita
Isa - Contração e imobilidade Peorð - Evolução interativa



São José

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