Vida e Obra de São José



introdução

Não podemos falar separadamente de São José sem associarmos os fatos mais importantes registrados em nossa tradição cristã e que o tenha relacionado com a Virgem Maria e o menino Jesus.

Para isto começaremos a expor sobre o aspecto formal a genealogia de José, Maria e Jesus, encontrada nos evangelhos de Mateus e Lucas, lembrando um caminho interessante pois Mateus faz a genealogia Paternal de José em sentido descendente a partir de Abraão até seu Pai Jacó, enquanto Lucas inverte o fluxo, isto é começa a partir de Jesus indo até Adão filho de Deus com a Paternidade de Maria, observando que ele coloca o nome de Heli na paternidade de José mas em verdade o Pai de Maria é Joaquim esposo de Ana filho de Heli, portanto acrescido de mais uma geração.

Observamos que a genealogia registrada por Lucas vai até Deus por Adão seu filho, antes porém passando por Noé que é a 10ª geração vinda de Deus e Abraão a 21ª geração, Davi a 35ª geração, Maria com a 77ª geração (por redução teosófica é igual a 5) e Jesus a 78ª geração (redução teosófica igual a 6).

Se verificarmos a genealogia por Mateus da paternidade de José, encontramos Salomão a 16ª geração, José a 41ª geração (redução teosófica é igual a 5) e Jesus com a 42ª geração (redução teosófica é igual a 6). Coincidência ou não tanto a Paternidade vista por Maria como Por José encontramos em Jesus a mesma soma ou redução teosófica igual a 6.

Agora se fizermos a redução teosófica por José e Maria em Jesus temos ( 6+6= 12 que é igual a 3, onde podemos observar os Mistérios da Santíssima Trindade pelo Pai, Filho e Espírito Santo, e conhecemos ou ouvimos que Deus nosso Senhor Jesus Cristo vive e reina na Unidade do Espírito Santo.

Genealogia de José, Maria e Jesus


Profissão de José

José era carpinteiro, uma profissão considerada simples para a época, porém de grande importância para a sobrevivência e ganho do sustento.

José como carpinteiro construia casas, principalmente no que dizia respeito a estrutura e partes constituídas de madeira, tudo isto com grande habilidade e desempenho sendo muito procurado e respeitado por todos os membros de sua comunidade na cidade de Nazaré.

Também fabricava os móveis e utensílios para o lar, como mesa, cadeiras, cama e etc. Já no ambiente profissional fabricava algumas ferramentas úteis ao desempenho de alguns ofícios tais como a estrutura de madeira do arado para diversas dimensões.



Começou como aprendiz desenvolveu o ofício ensinou diversas crianças, adolescentes, homens, inclusive Jesus seu filho e irmãos, todos os interessados na arte de trabalhar com a madeira.

Sabia a importância da liberdade do homem pelo trabalho, pois acreditava que aquele que aprendesse um ofício estaria livre, principalmente a habilidade manifestada pelas mãos na realização deste trabalho que considerava abençoado por Deus.

Acreditava que tudo provinha de Deus que atendia o mérito conquistado por cada um como fruto de seu esforço, tanto o trabalho, a matéria prima, juntamente com o conhecimento, desenvolvimento e descobertas, concedido ao homem que com pureza de intenção se dedicava esforçando-se afim de promover uma melhora na vida pela realização de um bom trabalho.

Com seu progresso de empregado dedicado constituiu sua própria oficina de Carpintaria, onde também orientava seus empregados.

Hoje em nossa tradição é lembrado também como Protetor e Patrono dos Empregados e Empregadores, e sem dúvida é reconhecido como um Ser Egregórico reverenciado por diversos Santos que descobriram o seu papel e função tais como: São Francisco de Assis; Santa Tereza de Avila; Santo Afonso Liguori; Santo Atanasius, Santo Agostinho, Santa Bernadete, Santa Joana D´Arc, São João Vianney; Santa Tereza de Lizieux; São Tomas de Aquino, Santa Ana, São Joaquim, Santa Marta, São João da Cruz, Santo Antonio Mary Claret, Santo Stanislaus, Santo Cristopher, Santa Catarina de Siena, Santo André, Santa Cecília, São Francisco de Sales, Santo Inácio de Loyola, São Gregório o grande, São Bartolomeu, São Domingos, São Martin de Porres, São Bonaventure, etc.

Descendência de José

José descendia da família real de Davi, cuja residência localizava-se na cidade de Belém dentro do território da Judéia, embora vivesse em Nazaré dentro do Território da Galiléia ambas eram governadas por Herodes o grande, estes territórios eram conhecidos como região da Palestina, embora caracterizados pelos costumes Judeus, havia mais judeus habitando o resto do mundo do que a região da Palestina, devido a última invasão que haviam sofrido em seu território.

José era um membro importante e respeitado em sua comunidade, freqüentava constantemente a Sinagoga, participando dos trabalhos, leituras e meditações das escrituras sagradas, orientação esta que passou a Jesus, pois na tradição Judia o Pai é responsável pela formação espiritual do filho homem, sendo aqui encontrado grande trabalho e dedicação exemplar passado a Jesus que desde cedo o acompanhava no templo de Belém (Páscoa anual) e sinagoga de Nazaré, até participando da leitura sagrada, reservada somente a homens que apresentasse determinada afinidade.


Casamento e a prova de Fé

Na época o casamento entre os judeus apresentavam uma certa formalidade, cujo acerto era feito entre os Pais que desejavam unir seus filhos e com o consentimento do Rabino para efetuar tal celebração, isto também aconteceu por parte de Ana Mãe de Maria e já viúva quando procurou José para esposar sua filha.

José homem maduro, autônomo, equilibrado, prudente e justo aceitou tal compromisso, embora exista na tradição uma passagem sobre o compromisso com Maria por parte de vários pretendentes e um teste fora aplicado a todos, somente o sinal apareceu em José que em seu cajado floresceu lírios, mais uma vez retratando a castidade a pureza emanada de seu Ser o qual escolhido por Deus para desenvolver uma grande função que era cuidar e preparar seu Filho o Verbo encarnado.

Lembremos que a sua primeira prova de Fé ocorreu no tempo de seu noivado, ou seja período de preparo que antecede ao casamento após firmado o primeiro compromisso de intenção manifestada.

Maria escolhida por Deus e informada pelo Anjo Gabriel para gerar o seu filho o qual chamou de Jesus, aceitou emocionada com muita alegria tal missão, pois também lhe foi revelado outro segredo divino, ou seja a gravidez de Elizabete mulher de Zacarias prima de sua Mãe Ana a qual também compartilhou tal segredo e provocando grande admiração e espanto pois Elizabete já tinha quase cinqüenta anos de idade e era estéril, com isso Maria partiu em viagem afim de visitar Elizabete, com tempo de aproximadamente três meses, retornando já com a aparência de Gestante, confessou o ocorrido a José, que de primeiro impacto caiu em tristeza confessando sua decepção, intencionando a separação, repudiando-a em segredo, apesar de muito amar Maria.


Nesta mesma noite, o seu interior insatisfeito, cheio de dúvidas e sentindo grande desilusão pensando que havia sido traído, sofrendo muito, em sonho o Anjo Gabriel apareceu informando a vontade de Deus, José assim aceitou com resignação, humildade e com muita alegria para desenvolver a função que o Senhor havia lhe reservado, assim já refeito como se tivesse renascido, resplandeceu com muito mais força e empenho, pois só em pensar em cuidar do Filho de Deus todo e qualquer sacrifício seria aceito com muito amor e compreensão.

Lembremos que a partir deste momento a Unidade da Família estava constituída e Deus não mais se comunicaria com Maria através do Anjo Gabriel, senão por José, cujo Pátrio Poder estava restabelecido na terra.

São José é reverenciado também como Protetor e Padroeiro da família, existindo preces, orações, e súplicas que solicitam sua interseção afim de manter a força no ser egregórico responsável por cada família, protegendo este Lar, mantendo sempre a paz, harmonia, alegria, união e prosperidade a todos.

Nestes dias Roma ordenara o senso em toda a região, onde cada membro deveria apresentar-se a sua cidade natal e lá registrar-se pagando uma quantia em dinheiro por cada membro de sua família.

Com isto, José juntamente com Maria que estava grávida, partiram para a cidade de Belém, pertencente a Judéia, (viagem estimada em cinco dias de duração) onde devido ao estágio avançado da gravidez, Maria veio a dar a Luz ao chegar em Belém, cumprindo o que estava escrito nas escrituras sagradas. O local era humilde, uma gruta, ou seja estábulo, um dos poucos lugares livres nesta época em que se comemorava a Páscoa Judia, a cidade estava cheia de imigrantes, e José apesar de tentar não havia conseguido nenhuma hospedagem.


José cuidou de Maria no nascimento de Jesus, que logo em seguida recebera a visita de alguns pastores do campo, que haviam sido informados pelo Anjo Gabriel, sobre a criança recém nascida que era o Salvador do povo de Israel.

Ao completar o oitavo dia de nascimento, José juntamente com Maria levaram o menino Jesus ao templo de Belém para a circuncisão, conforme a lei mosaica, quando se prepararam para sair, foram reconhecidos pelo velho Simeão, que aguardava no templo a vinda do messias recém nascido, onde viu, reconheceu, adorou e louvou a criança em frente a seus pais.


José ao retornar a gruta com Maria e o menino Jesus, onde estavam alojados, foram recepcionados pelos três Reis Magos, que se apresentaram louvando e presenteando o menino Jesus, gerando momentos de grande alegria e estranhesa de uma certa forma, pois tais coisas aconteciam sempre de imprevistos, e engrandeciam a presença do Filho de Deus no convívio de José e Maria.


Herodes sabendo da profecia do nascimento do Messias, temendo perder o poder, acompanhava a jornada dos Reis Magos que não informaram o local do nascimento do menino Jesus, após a visita, retornando a seus países.

Fuga para o Egito

Herodes informado da falta de colaboração dos Reis Magos, ordena a morte das crianças recém nascidas com até dois anos de idade, fato este discutido porque poderia ter morrido mais pessoas, inclusive as que interviram nas barbaridades feitas pelos guardas, pois nenhum pai, mãe, parente ou amigo poderia permitir tais acontecimentos ficando alheio aos fatos.

Nesta noite novamente e pela segunda vez o Anjo Gabriel em sonho avisa a José e este rapidamente cuida de levar Maria e o menino Jesus refugiando-os no Egito.


José mais uma vez demonstra total obediência a Deus. Chegando no Egito já com uma família, acomodasse e extrai seu sustento do ofício de carpinteiro, que lá desenvolve com muita dificuldade, principalmente num país estrangeiro onde se fala outra língua, porém com muito esforço, dedicação e a orientação de Deus, que sempre o acompanha, José se estabelece novamente proporcionando todo amparo e proteção a sua família em especial atenção ao menino Jesus.


Retorno para a Galiléia

Após alguns anos Herodes morre, e Deus através do Anjo Gabriel pela terceira e última vez aparece em sonho tranqüilizando a José e informando que já poderia voltar para as terras dos Judeus, na região da Palestina, porém José sabendo que o filho de Herodes estava governando a Judéia, com receio prefere voltar a Galiléia, restabelecendo-se novamente na cidade de Nazaré, que com total força e dedicação a Deus, a família e ao trabalho, compõe sua própria oficina de carpintaria, proporcionando um melhor conforto e segurança para sua família, e com maior participação dos trabalhos espirituais na sinagoga.


Em todas estas passagens de risco José demonstra completa prudência, cautela e obediência a Deus.

José esquece Jesus no templo em Belém

José cuidava de sua família com muito empenho, educou, orientou e acompanhou a formação e desenvolvimento de Jesus, lembrando que anualmente comemorava a Páscoa indo a Belém e entregando os animais (cordeiro ou par de pombos pequenos) para sacrifício no templo, conforme prática na lei mosaica, onde foi registrada em uma ocasião quando Jesus tinha 12 anos, acontecendo um fato desesperador inicialmente, e vindo a apaziguar-se após três dias, aos quais no final da comemoração da Páscoa Jesus permaneceu no templo pregando aos Membros locais, tidos como Sábios, os mais idosos, as palavras de Deus encontradas no texto sagrado, demonstrando grande Sabedoria na aplicação de tais ensinamentos, como a Luz viva que conduz a jornada do homem na terra e que deve ocupar-se em buscar a Deus.


José e Maria, na caravana de volta a Nazaré, percebendo a ausência de Jesus, que pensavam estar com outros membros mais adiante. Retornaram a Belém rapidamente fazendo uma busca intensa que durou três dias sendo finalmente encontrado no Templo de Belém.


Neste fato podemos apreender que se fizermos uma analogia ternária no interior do homem e considerarmos o corpo representado por José, a alma representada por Maria e o espírito representado por Jesus, observamos que tanto o corpo como a alma embora purificados devem estar ligados e orientados pelo espírito, para assim podermos em nosso interior restabelecer a unidade possibilitando a manifestação da Luz de Deus.

Também podemos fazer uma analogia simbólica e ternária com o Símbolo do Sol, e considerando o ponto central representando Jesus Cristo, toda a área límpida e pura em torno deste ponto representada pela Virgem Maria e o círculo exterior que limita e separa a região de transição com o meio exterior, protegendo o seu interior representamos por José, pelo menos até completar o seu tempo mínimo de crescimento na forma, onde já amadurecido possa realizar sua obra.

Desta forma mais uma vez nossa tradição o reconhece como o Protetor e o primeiro Patrono da Igreja, pois foi o primeiro a cuidar da Grande Luz e assim é lembrado, pois Deus o escolheu com muita seletividade, e reconhecemos com grande aplicação a sua atuação.

Conclusão da missão e morte de José

Em nossa tradição José para muitos teria concluído sua função quando Jesus completou os doze anos de idade, com o fato ocorrido no templo, pois o próprio Espírito Santo já o conduzia e ele o reconhecia (por soma ou redução teosófica 12 é igual a 3, e ai podendo ser visto o mistério da santíssima trindade), porém José ainda o acompanhou até a Maturidade, antes dos trinta anos quando começou a sua Grande Obra, porém acima dos vinte e cinco anos supostos.

José veio a falecer nos braços de Maria e de Jesus Cristo, seu corpo não foi encontrado, sendo reconhecido com alto grau de espiritualidade, assim como Maria, Jesus, Moisés, Elias e outros grandes seres da alta hierarquia, que voltaram aos céus no ceio do criador com um Corpo de Luz.

Com isto, José também é reverenciado como o Padroeiro da boa morte, protegendo os doentes e moribundos em uma passagem mais tranqüila ao desencarnar, principalmente os que a ele recorrem.


São José é reconhecido por seu elevado grau de santidade e por ele louvado e reverenciado por muitos santos, que encontraram a santidade de José em seu interior e por ele se conduziram na realização de sua obra.

Também é lembrado como um ser seráfico de grande potência e realização nos planos superiores da criação e assim Deus o escolheu.


A simbologia de sua imagem retrata a pureza e a castidade pelos lírios em seu ombro direito que o permite receber o menino Jesus em seu lado esquerdo.

O homem que produz sua obra com o mais sublime e puro de seu ser, se condiciona a um dia receber a Luz do Cristo para compor a sua união com Deus.

Fim


São José

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