O abandono
de uma mentira
Escrevendo sob a penumbra da noite
Mais uma vez está a chover.
Alguém lá em cima deve estar a chorar
Por um amor talvez?
O estrondo de um trovão revela sua fúria
Quem quer que seja deve me entender.
Agora é o vento soprando lágrimas sobre mim
Bravejo solitário
Se não irás fazer minha alma voar
Por que insistes a molhar meu cigarro?
Na sacada do terceiro andar
Já estou todo encharcado
Olho para baixo
Não vale a pena tentar
Amor, meu grande amor.
Só dure o tempo que mereça
Escuto alguém cantar.
Fumando meu último cigarro
Que a chuva tentou, mas não conseguiu apagar.
Percebo.
Estou sem dinheiro
Até este amigo irá me abandonar.
Fernando R. Pires
www.geocities.com/ferpires
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