Alguns Versos II

Rastejamos sob nossos túmulos,
Somos bonecos do malvado destino,
Do vinho faz-se uma saída
E da dor, o único caminho.

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Não sofro por amar, não é esta minha desgraça
Nisto está a quimíca, a cura, é apenas graça.
Minha sina é ser um maldito poeta,
Derramar em vinho, as últimas lágrimas
A vida, a alma, é isto que me inquieta.
Dormir sem temores eu tento,
Porém acordado vejo os horrores
A fera interior, esta me rompe,
Mas tenho em você, a visão de meus amores.

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Minha raiva se esgota, o demônio quer partir,
Porém não existem mais motivos, já não há como sorrir.
E se no inferno está meu destino, irei sem ao menos repetir,
Como é doce o fogo eterno, felicidade que está por vir.

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Mas o demônio já paritu, restou-me um indefeso ser,
Palavras são palavras, poesias são sentimentos,
Vendo minha alma ao diabo, morro a cada momento.

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Raiva e fúria dou ao maldito ser.
Porém ele não cessa, insiste a me corroer.
O mal que entrego já não basta, nem chorar, nem sofrer.
De minha mocidade amaldiçoada quero apenas dormir.
Sono eterno, dama bela, por que tardas a vir?

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A distância, uma ingrata, esta não nos perdoou
Mas o quê é estar longe comparado ao amor?
Corações sempre estão pertos, unidos apesar da dor
De minha alma já éres dona,
E estes versos, como uma rosa, eu te dou.

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O medo nos corrói.
A vida, esta nos mata.
A loucura é um vício.
E o vinho, a melhor praga.

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As almas que se cegam pela vaidade
Procuram na luz uma verdade,
Porém da luz surgem as sombras,
E nelas se acreditam.
Na escuridão não há feitiços,
Os que mentem já estão caídos.
E se na vida o mal existe
É porque na Terra estamos perdidos.

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A depressão é apenas uma amiga,
Mata-me aos poucos,
Tenho uma mórbida adoração.
Em minhas veias transcorre a verdadeira sina,
A vida, maldição.

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De minha alma já não sou mais dono,
Quis dá-la a uma dama,
Porém, hoje, o demônio a tem em suas mãos.
Ser maligno, robou-me sem perceber.
Meu insano corpo pede o veneno,
Resta-me apenas, os frios lábios embeber.
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Vozes das trevas inundam minha alma,
Do silêncio faz-se o grito,
E do grito, a calma.
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Aprisionado em meu quarto, quando olho pela janela minha mente pode voar perto do meu amor. Em meio a demônios e anjos malvados, o cigarro me faz companhia, mas não me dá nem se quer um abraço. O que restaria a um pobre poeta? Resta deixar a loucura lhe dominar, escutar seu coração soluçar, resta apenas chorar.

 

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