Não há como não odiar

A incessante chuva que não pára de cair
Não há como não odiar.
Cada gota parece-me uma grade
Grades desta invisível prisão
Que teimam a me aprisionar,
Mas mesmo não as vendo
Não há como não odiar
Basta apenas sentir
Ficar mudo e tentar gritar.
Mais um companheiro cai
E como sempre está chovendo.
Minha mente é meu escudo
Não tenho para onde ir,
Mas prossigo a caminhar.
Um gole na forte bebida
Outro maço de cigarros
Recupero minha enegia.
Maldição!
Mais uma batalha está perdida
Nesta guerra não há o que comemorar
Vejo um sorriso sem graça
Mais uma vida amaldiçoada
Sinto meu corpo a se esgotar
Sem mais palavras e cerimônias
Simplesmente,
Não há como não odiar.

 

Fernando R. Pires
www.geocities.com/ferpires

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