Distantes
questões
Se o sol pode iluminar
Através de densas nuvens.
Por que não posso sorrir
Apesar de uma invisível cortina?
Onde será que estou
Além de velhas fotos e distantes recordações?
Tantos momentos pequenos e lá estava a felicidade
Deus! Onde está ela agora?
Não sei mais rezar
Tenho certeza, você não está a me escutar
Não posso esquecer que um dia fui feliz
Mas acontece que hoje estou triste.
Meu coração já está cansado
Desmaiando de tanto esperar
O fim seria tão fácil
Mas continuarei a me torturar.
Até quando suportarei?
Simplesmente não sei.
É uma sina que terei a levar
Quero dormir, mas não posso sonhar
Quero amar, mas você não está.
Impiedosa angústia por que teimas em me molestar?
Não lhe fiz nada, somente queria amar.
Acenderei mais um cigarro
Maldito vício!
Porém não há como se revoltar
Apenas ele está comigo
Sempre disposto a me acompanhar.
Não desejo o mundo, nem as estrelas
Imploro um abraço, uma pequena compreensão
Ainda posso escrever
Abençoada maldição
Transformo minha dor em meras palavras
Mas já não basta
As lágrimas sempre acabam por escorregar.
O que é a vida?
Seria apenas sofrer?
Lutar bravamente
Sabendo-se que vamos perder?
E se o amor existe
Por que aqui estou agonizando
A um passo de morrer?
Distantes questões, infames divagações.
Distantes? Não para o meu coração.
Fernando R. Pires
www.geocities.com/ferpires
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