Real Ilusão

Mais uma vez, na intediante visão
O que é o simples frio golpeando
Uma indefesa alma escaldando
Sob o fogo da solidão?
Tudo bem a um modo de ver
Ela não me liga
Não quis nem ao menos saber
Continuo em minha inevitável ilusão.
Onde será que errei?
Somente tenho palavras, poesias e um inquieto coração
Não lhe basta? Também tenho todo meu amor.
Não posso esconder, na sombra de um poeta
Também viaja uma imensa dor.
Talvez ela não perceba, não consiga entender
O que sinto é verdadeiro,
Loucamente, apesar da certa ingratidão.
Sofro, choro, blasfemo paixão e ódio.
Ela está a sorrir.
A distância maldita, quero matá-la, quero morrer
Ela apenas se conforma, me diz: O que fazer?
A saudade passeia com seus afiados dentes
Não carrego armaduras,
Estou vulnerável a esta angústia, toda dor.
É só o amor? É só o amor.
As luzes da cidade estão acesas
Anunciam mais uma noite a vencer.
Não tenho veneno, nem tempo a perder
Ainda resta uma obrigação
Escrevei loucas palavras,
Talvez consiga esquecer.
O telefone toca
Será ela desta vez?

 

Fernando R. Pires
www.geocities.com/ferpires

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