Freud tratou dessa fase por volta de 1923. As crianças entram nela bastante cedo.
É nessa fase que a criança toma consciência de sua zona genital, deixando pra traz a fase oral e anal. Freud afirma que a criança só conhece um órgão genital, o falo, e que a oposição entre meninos e meninas se dá em termos de fálicos e castrados.
Freud introduziu este termo mais tarde para tentar esclarecer a diferença com a fase oral e a anal, que estavam meio desorganizadas. O que ele diz, na verdade, é que a primazia do falo é o fator mais significativo desta fase.
A inveja do pênis se desenvolveria neste período, quando as meninas percebem que não possuem este órgão!
O preconceito masculino de Freud fica bastante evidente aqui, pois ao discutir o aparato do desenvolvimento sexual, ele leva em conta apenas os meninos. As meninas seriam iguais a eles, com a diferença de que estaria faltando um pedaço!
Porém, tanto os meninos quanto as meninas parecem aproveitar esta fase, mostrando uma grande criatividade ao brincar consigo mesmos e prestando atenção um no outro.
Esta fase relativamente inocente conduz ao famoso complexo de Édipo (de 3 a 5 anos).
Foi aí que ocorreu outro avanço importante na teoria de Freud: aquilo que ele iria chamar de complexo de Édipo (intimamente ligado ao complexo de castração). Todo o desenvolvimento da sexualidade infantil, a sua busca de um objeto, está relacionada aos pais. O desejo secreto de ter relações sexuais com o progenitor do sexo oposto está na base de tudo. Há também um ódio equivalente ao progenitor que barra o caminho.
Segundo Freud, é esta relação com os pais que torna o complexo de Édipo universal. Ele deu esse nome ao complexo porque, no mito grego, Édipo mata o pai, casa-se com a mãe e soluciona enigmas. Freud afirma ter solucionado o maior de todos os enigmas: a peculiaridade do desenvolvimento sexual infantil e a sua influência na vida psíquica do adulto.
É na fase edipiana que as meninas se tornam futuras mulheres e os meninos, futuros homens. Freud via a bissexualidade que precedia o estágio edipiano em termos de pulsões ativas (masculinas) e passivas (femininas). Ele afirma que esta distinção se estabelecia durante a fase anal, com a submissão ou a rebeldia.
Freud encarava o complexo de Édipo pela ótica do menino ativo, que deseja a mãe e tem medo de ser castrado pelo pai. Para Freud, este drama edipiano estava no centro do enigma da sexualidade.
A solução normal para o complexo de Édipo é seu recalque por parte da criança que entra no período de latência. A maneira como ele é resolvido e recalcado volta à tona na puberdade. O complexo desempenha um papel fundamental na estruturação da personalidade e na maneira como o desejo e o comportamento do adulto se desenvolvem.
ÉDIPO